Festas celebradas nos Açores
Nove são as ilhas dos Açores, em que cada ilha celebra de forma diferente, distinta e unicamente as suas festas. Numa aventura festivaleira, as nove ilhas dos Açores captam, chamam e seduzem os visitantes e os locais para celebrarem o melhor que a vida oferece, muita festa, muita alegria e muita felicidade.
São Miguel
Terceira
Pico
Faial
Flores
São Jorge
Corvo
Graciosa
Santa Maria
São Miguel
Uma tradição religiosa que decorre nas ilhas do Arquipélago dos Açores, desde maio a setembro, são as Festas do Espírito Santo, tomando como centro nevrálgico da festa os designados “impérios”. A festa secular do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em que é venerada a imagem Cristo depositada no Convento da Esperança, em Ponta Delgada, uma festa que dura três dias em redor do quinto domingo após a Páscoa. Outra tradição são os Romeiros de São Miguel, tipicamente micaelense, de grupos de homens que percorrem a ilha a pé na época da Quaresma, visitando igrejas e ermidas que veneram a imagem de Maria. Partindo da freguesia da Ribeira Seca, no concelho da Ribeira Grande, as Cavalhadas de São Pedro, que decorrem no dia 29 de junho, consistem num desfile de cavaleiros vestidos com trajes coloridos, contando com um rei, cavaleiros, lanceiros, despenseiros e corneteiros, em que estes montam os seus cavalos igualmente ornamentados. Já o Entrudo é um momento vivido com fervor em Ponta Delgada, desde a “Batalha das Limas, uma tradição que se mantém viva, em que grupos se digladiam nas ruas da cidade utilizando diferentes “armas” cheias de água para molhar o adversário. Ainda nesta quadra festiva integra curiosos bailes de gala com os “foliões” trajados a rigor, de smoking e vestido de noite. Os corsos carnavalescos decorrem um pouco por toda a ilha, atraindo muitos participantes e entusiastas. Nas festas do santo padroeiro de cada freguesia juntam os bailaricos e os concertos de filarmónicas. A festa da passagem de ano em Ponta Delgada ganhou nova dinâmica com as Portas do Mar, em que a sua marina e o terminal de cruzeiros servem de palco a espetáculos musicais e exposições, acolhendo diversos bares e restaurantes, que contribuem para a animação noturna da cidade.
Terceira
Uma ilha festiva, muito mais do que um slogan, é uma realidade, em que as gentes terceirenses preservam e valorização os seus momentos de festividades. Começando pelas Festas do Divino Espírito Santo que se encontram centradas nos pitorescos Impérios, são vividas com intensidade, durante as oito semanas que medeiam entre o domingo de Páscoa e o domingo da Trindade dão lugar às funções e aos bodos que animam as diferentes localidades da ilha. Já no período do Entrudo as típicas Danças de Carnaval manifestam singularmente um teatro popular, durante três dias, os terceirenses vão para a rua ou se recolhem nos salões para não perder as “danças” ou “bailinhos”, em que os membros de cada grupo interpretam um enredo, onde a sátira marca presença. As Sanjoaninas são as festas dedicadas a S. João que ocupam as ruas de Angra do Heroísmo durante dez dias do mês de junho, entre cortejos, concertos musicais, touradas de praça ou à corda, tasquinhas de petiscos, espetáculos de teatro e fogo-de-artifício, provas desportivas, sem faltar o ponto alto no desfile representado pelas marchas populares. Já em agosto, a Praia da Vitória apresenta um cartaz recheado de eventos e de propostas como as Festas da Praia, em que incluem touradas, exposições, desfiles, feira gastronómica, concertos e eventos desportivos náuticos. No início de setembro, as Festas da Vinha e do Vinho alegram os Biscoitos, terra de tradição vinícola. A cidade de Angra do Heroísmo torna-se um palco em dois festivais de música, o festival AngraRock, que decorre em setembro e o festival AngraJazz, em outubro, sendo espetáculos que complementam a tradição musical da ilha, expressa nos cantares ao desafio que permanecem ainda hoje, nas festas terceirenses sendo animadas por cantadores que improvisam versos para delícia da assistência. Já a tradição tauromáquica, um acontecimento ancestral na Terceira, esta mantém várias ganadarias ativas, nestas atividades dividem-se em touradas de praça e as típicas touradas à corda, em que o touro corre pelas ruas da localidade preso por uma comprida corda segura por um grupo de homens. Nesta época taurina acontece geralmente entre maio a outubro.
Pico
Transversalmente à Festa do Espírito Santo, na ilha do Pico também se realiza uma festa em devoção ao Senhor Bom Jesus Milagroso. Por volta do dia 6 de agosto, em São Mateus começam os festejos de veneração à imagem originária do Brasil e exposta no Santuário do Bom Jesus Milagroso. Na vila da Madalena, a festa dedicada à padroeira Santa Maria Madalena, contém manifestações religiosas, desportivas e culturais que animam julho. Já em São Roque, o Cais de Agosto orienta espetáculos musicais com mostras de artesanato e provas desportivas. Nas Lajes, a Semana dos Baleeiros homenageia os que participaram nesta importante atividade socioeconómica açoriana, juntamente com um programa eclético que anima a parte final do verão. Já em setembro, a vila da Madalena apresenta-se com as Festas da Vindima, com arraial e evocações etnográficas tendo por base a cultura da vinha. Já as corridas de botes baleeiros são muito simbólicas na ilha do Pico, em que as regatas são efetuadas em botes de madeira com espaço até seis remadores, marcando presença assídua em várias festas e contam com aguerridas disputas com tripulações vindas de toda a ilha e das outras “ilhas do triângulo”.
Faial
A 24 de junho é assinalada a festa São-Joanina, que remonta aos tempos de colonização da ilha por fidalgos vindos da Terceira, a sua romaria movimenta filarmónicas de toda a ilha até ao Largo Jaime Melo, em que está situada a ermida erguida pelos nobres devotos de São João. Concertos musicais, bailes folclóricos, desfile de marchas populares marcam o dia festivo, caracterizado pelas famílias e amigos que levam farnéis para comer ao ar livre ou param nas tasquinhas para apreciar os petiscos da gastronomia local. Apesar da Festa do Espírito Santo seja também tradição no Faial, a grande manifestação religiosa da ilha é a Festa de Nossa Senhora das Angústias, em que a procissão e festejos populares enchem as ruas da Horta no sexto domingo após a Páscoa, uma celebração que remonta ao tempo do povoamento e a uma imagem trazida da Flandres. No dia 1 de Fevereiro de cada ano, a Câmara Municipal cumpre um voto secular, com procissão e preces na igreja de Nossa Senhora da Graça, na Praia do Almoxarife, uma tradição começada em 1718, quando o povo se encheu de temores com a erupção vulcânica que decorria em Santa Luzia, na ilha do Pico. Já em agosto, o azul do mar domina as festividades, no dia 1 comemora-se Festa da Senhora da Guia com um cortejo de embarcações escolta a imagem da Virgem desde o areal de Porto Pim até ao porto da Horta; a animação continua com a Semana do Mar, que inicialmente era dedicada aos iatistas, agora esta semana de festa é partilhada por faialenses e visitantes, com um extenso programa de atividades e espetáculos musicais, exposições de artesanato, feira de gastronomia, regatas de botes baleeiros e diversas provas desportivas de modalidades aquáticas que animam as baías da Horta e de Porto Pim.
Flores
A Festa do Emigrante homenageia os florentinos que partiram em busca de melhores condições de vida, mas que nunca deixam de regressar anualmente à terra-mãe, num festejo popular, um lugar de reencontro de velhos amigos, que marca o calendário da ilha durante o mês de julho. A 24 de junho, é celebrada a festa de São João, uma devoção ao padroeiro que remonta aos povoadores vindos da Terceira e que se manteve ao longo dos séculos. Tal como nas restantes ilhas do arquipélago, a Festa do Espírito Santo decorre de maio a setembro, em que este culto ganha atmosfera especialmente colorida em Santa Cruz, com arcos de flores que enfeitam as ruas.
São Jorge
A festa dedicada ao santo que emprestou nome à ilha, São Jorge, decorre por volta do dia 23 de abril, em que as comemorações têm lugar no concelho das Velas e incluem uma procissão, espetáculos musicais e exposições. Durante a Semana Cultural das Velas, esta anima São Jorge e restantes “ilhas do triângulo” durante o mês de julho, com um programa composto de palestras, conferências, feira do livro, eventos náuticos, espetáculos musicais e feira gastronómica, atraindo e agradando a todos os gostos e torna a vila das Velas num local animado. Ainda neste mês, a vila da Calheta organiza o Festival de Julho, repleto de desfiles etnográficos, música popular, provas desportivas e exposições. Já as romarias que decorrem nas várias fajãs constituem ocasiões em que a devoção religiosa e os arraiais populares dão as mãos e em que não faltam modinhas tocadas na tradicional viola da terra. Por fim, as Festas do Espírito Santo mobilizam locais e forasteiros, decorrendo entre maio e setembro, como nas restantes ilhas do arquipélago.
Corvo
Mesmo com pouca população, a Festa do Espírito Santo mantém-se viva em torno do colorido império da Vila do Corvo, que remonta a 1871. No dia 15 de agosto, um arraial e cerimónias religiosas unem-se para as comemorações em torno de Nossa Senhora dos Milagres. Já o Festival dos Moinhos integrado na festa da padroeira da ilha, junta bandas de outras paragens à filarmónica local, para um par de dias cheios de animação. Já em setembro, durante o encerramento das festas de verão, aguarda-se o arraial que sucede à procissão em louvor a Nossa Senhora do Bom Caminho.
Graciosa
Esta apresenta uma dimensão e qualidade de festas, bailes populares, concertos de filarmónicas, celebrações dos patronos das freguesias, ou nos famosos Bailes de Carnaval. Desde danças e modas tradicionais que se mantêm- vivas devido à paixão pela musicalidade que trespassa toda a população, estendendo-se ao longo do ano, aliando-se à Academia Musical da Ilha Graciosa. Durante a semana do Entrudo, as diversas coletividades da ilha organizam desfiles de foliões, que dançam trajados a rigor com máscaras e fantasias originais. Já a Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que decorre em agosto está associada à componente religiosa e a outro tipo de manifestações, como espetáculos musicais e ranchos folclóricos que dinamizam as ruas históricas de Santa Cruz. Tal como no resto do arquipélago, as Festividades do Espírito Santo estão enraizadas na ilha, começando em maio e terminando em setembro
Santa Maria
As Festas do Espírito Santo animam Santa Maria desde abril até ao verão. Porém, é no mês de agosto que a ilha ganha novas cores e vivacidade, em que a animação inicia-se com o Rally de Santa Maria, uma tradição no calendário das competições automobilísticas. A meio deste mês, decorre a Festa da Nossa Senhora da Assunção, a padroeira da ilha, em que a vila do Porto centraliza um conjunto de atividades, com cerimónias de índole religioso de mãos dadas a arraiais, concertos, feiras de artesanato e gastronomia. A chegada da Maré de Agosto culmina este mês de folia, um festival dedicado à world music que conta com uma reputação internacional, atraindo visitantes de várias paragens, apenas para ouvir música durante a noite e descansar na praia durante o dia.