Ilha de São Jorge

São Jorge apresenta-se com 54 quilómetros de comprimento e 6,9 quilómetros de largura, uma longa cordilheira vulcânica alongada de noroeste para sudeste, integrando no Grupo Central, sendo um dos vértices das chamadas “ilhas do triângulo”, em que se junta com o Faial e com o Pico. O ponto mais elevado desta ilha com aos 1053 m de altitude encontra-se no Pico da Esperança.

Visto que São Jorge encontra-se próximo da ilha da Terceira, acredita-se que os navegadores portugueses terão deparado com esta, aquando a exploração dos Açores. Tudo indica que a sua povoação terá começados no ano de 1460, tendo sido a segunda ilha do grupo central a ser habitada. Na década seguinte, encontravam-se já instituídos diversos núcleos populacionais tanto nas costas oeste e sul, incluindo Velas. Em 1480, com a chegada do nobre flamengo Wilhelm Van der Haegen que assume a fundação da comunidade do Topo, na extremidade este. No ano de 1483, a capitania da ilha é doada a João Vaz Corte Real, na altura capitão de Angra, na Terceira.

Ilhas Açorianas

CorvoFaialFloresGraciosaPicoSanta MariaSão JorgeSão MiguelTerceira

No final do século XV, o foral de vila é concedido a Velas, uma benesse estendida ao Topo em 1510 e à Calheta em 1534. Desde cedo, São Jorge tinha uma grande potencialidade e uma grande qualidade nas suas pastagens e depois uniu-se o trigo que desenvolveram a economia desta. Porém, devido ao isolamento por ausência de portos seguros, esta ilha não recebe grande protagonismo económico.

Entre o século XVI e XVII, São Jorge é atacado por corsários ingleses e franceses e por piratas turcos e argelinos, um momento famosos pela incursão o francês Du-Gray-Trouin nas Velas, em 1708, que foi derrotado pela resistência heroica da população da ilha, retirando-se, assim, de São Jorge com perdas elevadas na tripulação.

Já nos séculos XVI e XIX, a vida do povoado é fustigada por crises agrícolas, que criam escassez de alimentos e também devido a sismos e erupções vulcânicas, São Jorge fica abalado. Contudo, seguindo os mesmos passos das restantes ilhas, São Jorge acompanha o modelo de agropecuário, na cultura de trigo e vinhas; recolha de urzela; criação de gado, gerando importantes sectores secundários ligados ao queijo e lãs. Entre finais do século XIX e século XX a atividade piscatória assume importância, primeiro através da baleação e a partir da década de 1960, por via da pesca de atum. Hoje em dia, a excelência das pastagens de São Jorge reflete-se na produção de um queijo típico fabricado com leite de vaca cru, com Denominação de Origem Protegida, constituindo esta ilha uma Região Demarcada para a produção do queijo de São Jorge. Já a existência do aeroporto e de portos modernos nas Velas e na Calheta contribuem para a integração plena de São Jorge no arquipélago e no mundo.