Ilha do Corvo

A ilha mais pequena dos Açores, com 6,24 quilómetros de comprimento e 3,99 quilómetros de largura, a sua superfície ovalada e alongada segundo uma direção norte-sul abrange uma área de 17,1 km2. Esta ilha está inserida no Grupo Ocidental do Arquipélago em conjunto com a ilha das Flores, que se encontra a 17,9 quilómetros de distância. O ponto mais elevado do Corvo com 720 metros de altitude e encontra-se na zona do Estreitinho.

A ilha do Corvo foi primeiramente avista pelo navegador português Diogo de Teive, em 1452, no mesmo período que a ilha das Flores foi descoberta. Com a sua pequena dimensão, Corvo não despertou grandes atenções, por parte dos povoadores e colonizadores dos Açores, porém o seu estado puro foi quebrado no século XVI, aquando a chegada de um grupo de escravos provenientes de Cabo Verde, mandado pelo capitão-donatário Gonçalo de Sousa, para que estes se pudessem dedicar ao cultivo da terra e criação de gado. Já em 1580, um contingente de colonos vindos das Flores veio aumentar a população local na pequena ilha.

Com uma vida calma e serena, regulada pelos ritmos da agricultura, pesca e pecuária, que era a subsistência da comunidade, porém, esta ilha não era completamente isolada, devido à sua posição geográfica com uma linha fronteiriça que reúne as Armadas portuguesas que se dirigiam até lá para receber as navegações oriundas Império português e espanhol, acompanhando-as até à Europa continental. Deste modo, o totalmente isolamento é quebrado no final do século XVI e durante o século XVII, quando esta era frequentada por corsários e piratas, que procuravam saque e reféns, porém, sempre resistente, a população arremessa a invasão de piratas da Barbária com pedras, rezando a lenda que os tiveram ajuda nesta batalha por parte da padroeira Nossa Senhora do Rosário, que “desviava todos os tiros mandados pelos piratas e devolvia-os, multiplicados, para os barcos dos mouros, conseguindo pô-los em desbarate”, ficando assim esta santa conhecida por Nossa Senhora dos Milagres.

Ilhas Açorianas

CorvoFaialFloresGraciosaPicoSanta MariaSão JorgeSão MiguelTerceira

A bravura dos corvinos é enaltecida uma vez mais em 1832, quando um grupo se desloca até à ilha da Terceira, para pedir o alívio do pesado tributo pago ao donatário da ilha e à Coroa, impressionado com a escravidão vivida pelos corvinos, o ministro do rei D. Pedro IV, Mouzinho da Silveira propõe a anulação do imposto em dinheiro e redução para metade o pagamento em trigo. Neste mesmo ano, o povoado do Corvo é elevada a vila e sede de concelho, denominando-se então Vila do Corvo.

Já no século XVIII e XIX, os baleeiros americanos chegam à costa das ilhas do Grupo Ocidental e alguns corvinos são recrutados para a caça ao cachalote, ganhando a reputação de arpoadores corajosos.

Contudo, ao longo dos anos, o decréscimo populacional é causado pela emigração para os Estados Unidos e Canadá.

Em 1983, com a inauguração do aeródromo do Corvo é um ponto de viragem na modernização das infraestruturas do Corvo e em 1991, foram estabelecidas rotas áreas regulares entre Flores, Faial e Terceira, que promove a integração total do Corvo na dinâmica dos Açores.

Contudo, não perdeu a sua essência, e a atividades agropecuária mantém-se como trave mestre na economia local.