Ilha do Faial

Uma ilha com 19,8 quilómetros de comprimento e 14 quilómetros de largura máxima, o Faial apresenta-se num contorno grosso modo pentagonal, é a terceira ilha mais habitada dos Açores. Esta integra no Grupo Central, sendo o vértice mais a Oeste das chamadas “ilhas do triângulo”, conjuntamente com a ilha de São Jorge e a ilha do Pico. O ponto mais elevado do Faial, com 1043 metros de altitude e encontra-se no Cabeço Gordo, na zona da Caldeira.

O descobrimento desta ilha pelo Império português terá ocorrido após o mapeamento da Terceira, no qual a denominação de Faial terá sido inspirado pela abundância de faias-da-terra. Oficialmente, os primeiros povoadores eram de origem flamenga e portuguesa, chegando por volta de 1465, concretizando uma primeira expedição em busca de estanho e prata, porém sem êxito. Passados dois anos, o nobre flamengo Josse Van Huertere regressa ao Faial, atraído pela fertilidade dos solos, torna-se capitão do donatário português, no ano de 1468. E sob autorização real de D. Afonso V, Josse Van Huertere traz novos colonos da Flandres que habitam o Vale dos Flamengos antes de se instalarem na Horta. Estes introduziram o cultivo do pastel no Faial e a exportação da planta tintureira e trigo representaram os esteios da economia local, durante dois séculos.

Ilhas Açorianas

CorvoFaialFloresGraciosaPicoSanta MariaSão JorgeSão MiguelTerceira

Devido à ocupação espanhola no ano de 1583 e com os ataques dos corsários, especialmente franceses e ingleses, este um período foi marcado pela delapidação do património e riqueza da ilha, juntando uma forte erupção vulcânica decorrida entre 1672 e 1673 que também provocou uma grande destruição no noroeste do Faial.

Após a Restauração, surge a bonança do século XVII através do porto de abrigo. A ilha da Horta transforma-se num entreposto da navegação entre a Europa e o continente americano, pelas suas condições da baía e à valorização da exportação do vinho produzido na ilha do Pico. Este, a par do vinho e aguardente originários das uvas de São Jorge e Graciosa, é comercializado para o reino, Europa e colónias britânicas. No século XVIII, o Faial também participa no ciclo de produção e exportação da laranja, fonte de enriquecimento dos Açores. Assim, no porto da Horta vive-se numa época de riqueza, servindo de escala de abastecimento para os vapores que cruzam o Atlântico e para a frota baleeira norte-americana.

Durante o século XIX, os vinhedos e os laranjais foram devastados por doenças infestantes, contudo, o Faial surge como um centro nevrálgico de telecomunicações, muito devido à sua localização. A transmissão e troca de informações entre a América do Norte e a Europa efetuam-se essencialmente por cabos telegráficos submarinos amarrados na cidade da Horta, cuja rede inaugural data de 1893. Sucessivamente, diversas companhias internacionais instalam cabos submarinos que ligam os continentes com passagem pela ilha. Assim, o Faial ganha dimensão logo no início do século XX, com a conclusão da construção do Observatório Meteorológico na Horta, em 1915.

Aproveitando também a sua posição, a aviação estabelece uma escala para os hidroaviões que atravessam o Atlântico Norte, passando primeiro pela Horta, logo após o final da primeira Guerra Mundial, em 1919. Na década de 1930 e 1940, as importantes companhias de aviação alemã, britânica, francesa e norte-americana escolhem o Faial como o local de amaragem dos respetivos hidroaviões.

Esta benesse geográfica mantém-se até a atualidade, em que a marinha da Horta foi inaugurada em 1986, tornando-se num dos portos de abrigo mais famosos do mundo. Juntando a instituição do modelo autonómico, a Horta tornou-se sede do Parlamento Regional dos Açores e acompanhou as alterações económicas regionais, desenvolvendo o sector terciário, em detrimento dos demais.