Reserva Natural do Estuário do Tejo
A Reserva Natural do Estuário do Tejo é considerada como uma das dez zonas húmidas mais importantes de Portugal e da Europa, visto que alberga diversas aves aquáticas migradoras, que optam por escolher esta zona devido ao seu mosaico de salinidade, cujo ecossistema apresenta uma grande variedade biológica, espessura de vegetação e a própria humidade da zona.
O seu sapal é considerado a maior zona contínua e grande valor para território nacional, com a sua concentração de matéria orgânica, que é criada pela deposição de sedimentos trazidos pelo rio Sado, que juntamente com a decomposição da vegetação, o ambiente perfeito para o desenvolvimento de microrganismos e ecossistemas.
Assim, este sapal é uma área com grande significado na produtividade biológica, sendo os principais as plantas especiais, que se adaptaram à forte concentração de salinidade no seu meio ambiental. Já nas zonas de águas menos salobras, a vegetação é dominada pelo caniço, criando manchas de caniçal, em que várias espécies de aves podem nidificar, sendo uma zona em que se sentem mais protegidas e com abundante alimentação.
A Reserva Natural do Estuário do Tejo tem como símbolo o Alfaiate (Recurvirostra avosetta), que na época em que esta foi classificada, foi previsto que cerca de 75% da população desta espécie nidificaria nesta zona. Já cerca de 50% da população reprodutora nacional da Águia-sapeira (Circus aeruginosus), encontra nesta reserva o local perfeito para nidificar.
Preferindo procurar alimentação, nidificar ou apenas refugiar, algumas aves procuram um habitat perfeito para as suas necessidades, tal como acontece na Reserva Natural do Estuário do Tejo.
Aquando a maré vazia, a zona de menor profundidade e que se encontra mais submersa é mais procurada pelas Garças, que caçam pequenos peixes, seguindo logo para o seu refúgio no caniçal. Por outro lado, o Marrequinho frequenta a vegetação do sapal para procurar alimento.
Já as aves limícolas, as salinas são o seu habitat preferido, visto que não só oferece refúgio, durante a maré alta, como como oferece alimento. No verão, durante o período estival, as salinas acolhem os ninhos do Perna-longa e do Borrelho-de-coleira-interrompida.
Na zona da lezíria, com os seus campos abertos, torna-se uma zona perfeita para observar o comportamento de diversas espécies, sendo que durante o inverno, observa-se com grande facilidade o Abibe.
Já as lagoas da reserva são fortemente procuradas por diversas espécies como o Pernilongo e a Perdiz-do-mar, que aqui procuram nidificar, sendo assim estas áreas são o refúgio perfeito para as aves limícolas e as aves anatídeos.