Património de Ericeira

O seu topónimo provém da expressão terra de ouriços, devido à abundância de ouriços-do-mar que estavam presentes nas praias da Ericeira. Remontando a 1000 a.C., até aos tempos de hoje, Ericeira cresceu de uma vila piscatória, para se tornar numa Reserva Natural de Surf, desenvolvendo-se mais a nível turístico e aproveitando as ondas da inspiração, Ericeira apresenta-se bela e única aos olhos dos surfistas e banhistas.

Do património de Ericeira há que destacar as cinco igrejas e capelas do Núcleo Histórico da Ericeira, que albergam em si a herança de Ericeira, que cada uma conta uma complexa história floreando com detalhes de toda a tradição e vida ericeirense.

Património da Região de Lisboa

Capela de São Sebastião

Dos séculos XV e XVI, esta capela está localizada a norte de Ericeira, próxima das praias Algodio e São Sebastião. Esta apresenta uma arquitetura com elementos de diversas épocas, muito devido a obras de remodelação ou de ampliação em 1678. Sendo sede da confraria de São Sebastião, constituída apenas por rapazes solteiros, até 1968, neste ficaram as suas tumbas, até serem transferidas para a Igreja da Misericórdia. Durante muito tempo eram realizadas as festas em honra de S. Sebastião e S. Vicente, que outrora foram a maior celebração da vila. Atualmente, esses festejos são reconhecidos como Festa dos Bêbedos, que habitantes da vila e visitantes se juntam no largo da igreja, dançando ao som de música popular, comendo e bebendo.

Igreja de São Pedro da Ericeira

No largo da vila, esta igreja tornou-se o templo principal em 1530, sofrendo alterações e remodelações, esta apresenta elementos da arquitetura rococó e figuras que evocam o ciclo da pesca do Apóstolo Pedro. Nesta encontra-se a cantaria manuelina, um elemento antigo que em 1984 foi declarado como Imóvel de Interesse Público. Todos os anos aqui é celebrada a festa de Nossa Senhora da Conceição e o arraial de São Pedro.

Igreja da Misericórdia

Após doação a Francisco Lopes Franco, esta igreja começou a ser projetada com ajuda dos pescadores, que acolheram a sua sepultura, quatro anos depois. De arquitetura barroca, esta alberga a imagem de Nossa Senhora do Rosário, titular da mais importante confraria da Ericeira. Esta igreja era o templo em que os irmãos da Misericórdia se sentavam num cadeiral para assistir aos ofícios religiosos, que atualmente alberga o Arquivo-Museu. Este foi fundado em 1937, sendo a principal atração museológica da vila, que guarda o acervo da memória de Ericeira. Este contém o ex-libris das nove telas que remontam ao século XVII, que evocam o ciclo da Paixão de Cristo, que percorrem as ruas da Ericeira, durante a Procissão dos Fogaréus, na 5.ª feira antes da Páscoa.

Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem

No centro da vila, a sua fundação está envolvida num mistério, pois não é conhecido totalmente a sua história, crê-se que foi erguida ou no século XIV ou XV, porém não existem materiais dessa época. Até 1645, era sede da Confraria de Nossa Senhora da Boa Viagem dos Homens do Mar, depois tornou-se o local de culto que é atualmente.

Igreja de Santa Marta

Na vila, esta encontra-se na periferia do Parque de Santa Marta, tendo sido a sua obra iniciado em 1760. Anteriormente, encontrava-se uma ermida, em que reza a lenda, esta foi essencial para a fundação do bairro e Palácio das Necessidades, em Lisboa, sendo uma imagem de Nossa Senhora das Necessidades fora levada da ermida, por um casal que milagrosamente foram curados da peste. Esta lenda também faz referência a “casa de saúde”, afirmando que perto da ermida se encontrava uma nascente de águas mineromedicinais de Santa Marta. Outrora, também foi sede da confraria das raparigas solteiras, que no seu largo realizavam procissões e festejos em honra de Nossa Senhora das Necessidades.