Património de Mafra
Com presença humana desde o Neolítico, Mafra acolhendo povos, civilizações, culturas e religiões, sendo conquistada em 1147 por D. Afonso Henriques. Chamada de região “saloia”, visto que abastecia Lisboa com produtos hortícolas, hoje em dia é conhecida pelo seu Palácio-Convento, que fora mandado construir por D. João V aquando a prece aos frades franciscanos, para que o seu casamento fosse abençoado com o nascimento de um filho, nascendo D. Maria Pia, o projeto seguiu em frente. Anos mais tarde, militares tomaram conta de Mafra, desde 1840 até aos dias de hoje, tornando também um concelho atrativo para visitantes devido, não só pelas suas próprias características e tradições, mas também pela proximidade com Lisboa e Ericeira.
Palácio Nacional de Mafra
Original conhecido como Real Convento de Mafra, este é uma majestosa obra erguida no reinado de D. João V, sendo considerado como o símbolo máximo da arquitetura Barroca a nível nacional. Encontrando-se no coração de Mafra, em plena praça D. João V, este é acompanhado por um Paço Real, uma Basílica e um Convento, tornando-se o único Monumento Nacional com estas caraterísticas. Este é composto por um conjunto sineiro de dois carrilhões apresentando 98 sinos, uma biblioteca com um acervo de 36 mil volumes e seis históricos órgãos que ecoam pela Basílica desde o ano de 2010. Este palácio foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e é candidato a Património Mundial da UNESCO.
Tapada Nacional de Mafra
Erguida no reinado de D. João V, depois da construção do Convento de Mafra, sendo um parque de lazer para usufruto do rei e sua corte, atualmente envolve a vila, representando um elemento artístico e natural impreterível de Mafra, com mais de oitocentos hectares, é ladeada por um muro com 21 quilómetros, que protegem a vida animal e floresta desta envolvente. No que respeita à sua flora, destacam-se o pinheiro-manso e distintas variedades de carvalhos, sendo que existem três exemplares de Árvores de Interesse Público, um castanheiro-da-índia, uma olaia com 120 anos e um sobreiro com 300 anos. Relativamente à fauna, as aves são as mais representativas neste ambiente, como a águia-de-bonelli, bufo-real, açor e águia-cobreira.
Igreja de Santo André
Encontrando-se na “Vila Velha”, esta igreja foi construída no reinado de D. Dinis durante o século XIV, pela família donatária da vila. Aqui encontra-se sepultado D. Diogo Afonso de Sousa, senhor de Mafra, Ericeira e Enxara dos Cavaleiros. No que respeita à sua arquitetura, esta igreja tem um traço gótico paroquial. Após ter obtido obras de requalificação, esta foi classificada como Monumento Nacional.
Terreiro D. João V
O rei D. João V decidiu que o conjunto arquitetónico seria composto pelo Palácio, Convento e Basílica e que defronte para tal estaria um terreiro, um espaço essencial para a construção. Entre os séculos XIX e XX, a Câmara Municipal arborizou este espaço e após a intervenção realizada por Paulino Montez, este espaço tornou-se um local para observação do monumento. Atualmente, ostenta diversas funções, como local de encontro, visita turística e cultural, espaço de lazer e organização de eventos.
Praça da República
Outrora um coreto, que em 1864 uma banda atuou na inauguração da iluminação deste espaço. Já no largo adjacente foi inaugurado a Escola Conde de Ferreira no ano de 1886, hoje em dia já não se encontra evidências da sua existência. Atualmente, esta praça é a zona central da vila, albergando o comércio local.
MUSEU MUNICIPAL PROF. RAÚL DE ALMEIDA
Na Praça do Pelourinho, este museu encontra-se num dos edifícios antigos mais nobres de Mafra, tendo sido ordenada a sua construção por D. João Luís de Menezes, em que nesta estiveram albergados os Paços do Concelho até ao século XIX, passando as funções para cadeia da comarca até 1972. Desde 1981, este tornou-se um espaço museológico que adotou a figura de Raúl de Almeida, professor primário de Mafra, que realizou um trabalho importante na organização do acervo do museu da Casa do Povo de Mafra. O Museu Municipal Prof. Raúl de Almeida tem como objetivo a promoção da etnografia e da história de Mafra, apresentando um espólio da olaria tradicional, com utensílios e figuras ilustrativas em barro, também junta coleções de trajes e de devoção.
Aldeia da Mata Pequena
Esta aldeia é composta por uma dezena de habitações, de paredes caiadas e pavimentos em lajedos de pedra, oferecendo o paraíso para quem procura o descanso entre a natureza mesmo perto de Lisboa. Este tesouro arquitetónico da região saloia da capital, encontra-se em plena Zona de Proteção Especial do Penedo do Lexim, protegendo e conservando as suas caraterísticas. Para quem a visita, esta aldeia é estar dentro de um museu de céu aberto, em que a vida de antigamente é retratada e convivida.
Museu José Franco
Entre a Ericeira e Mafra, a Aldeia Típica de José Franco ou Aldeia Típica do Sobreiro ou até Aldeia Saloia, é uma aldeia que conta a história do oleiro José Franco. O Sobreiro era um grande centro oleiro, que desde cedo José Franco, aprendeu o ofício dos oleiros locais até abrir as suas asas para o sonho de criar uma aldeia com um caráter único etnográfico. Esta aldeia-museu apresenta hoje em sua honra e mantendo os seus planos um pequeno mundo de peças moldadas pelas suas mãos, que recebe anualmente milhares de pessoas.
Património de Ericeira
O seu topónimo provém da expressão terra de ouriços, devido à abundância de ouriços-do-mar que estavam presentes nas praias da Ericeira. Remontando a 1000 a.C., até aos tempos de hoje, Ericeira cresceu de uma vila piscatória, para se tornar numa Reserva Natural de Surf, desenvolvendo-se mais a nível turístico e aproveitando as ondas da inspiração, Ericeira apresenta-se bela e única aos olhos dos surfistas e banhistas.
Do património de Ericeira há que destacar as cinco igrejas e capelas do Núcleo Histórico da Ericeira, que albergam em si a herança de Ericeira, que cada uma conta uma complexa história floreando com detalhes de toda a tradição e vida ericeirense.
Capela de São Sebastião
Dos séculos XV e XVI, esta capela está localizada a norte de Ericeira, próxima das praias Algodio e São Sebastião. Esta apresenta uma arquitetura com elementos de diversas épocas, muito devido a obras de remodelação ou de ampliação em 1678. Sendo sede da confraria de São Sebastião, constituída apenas por rapazes solteiros, até 1968, neste ficaram as suas tumbas, até serem transferidas para a Igreja da Misericórdia. Durante muito tempo eram realizadas as festas em honra de S. Sebastião e S. Vicente, que outrora foram a maior celebração da vila. Atualmente, esses festejos são reconhecidos como Festa dos Bêbedos, que habitantes da vila e visitantes se juntam no largo da igreja, dançando ao som de música popular, comendo e bebendo.
Igreja de São Pedro da Ericeira
No largo da vila, esta igreja tornou-se o templo principal em 1530, sofrendo alterações e remodelações, esta apresenta elementos da arquitetura rococó e figuras que evocam o ciclo da pesca do Apóstolo Pedro. Nesta encontra-se a cantaria manuelina, um elemento antigo que em 1984 foi declarado como Imóvel de Interesse Público. Todos os anos aqui é celebrada a festa de Nossa Senhora da Conceição e o arraial de São Pedro.
Igreja da Misericórdia
Após doação a Francisco Lopes Franco, esta igreja começou a ser projetada com ajuda dos pescadores, que acolheram a sua sepultura, quatro anos depois. De arquitetura barroca, esta alberga a imagem de Nossa Senhora do Rosário, titular da mais importante confraria da Ericeira. Esta igreja era o templo em que os irmãos da Misericórdia se sentavam num cadeiral para assistir aos ofícios religiosos, que atualmente alberga o Arquivo-Museu. Este foi fundado em 1937, sendo a principal atração museológica da vila, que guarda o acervo da memória de Ericeira. Este contém o ex-libris das nove telas que remontam ao século XVII, que evocam o ciclo da Paixão de Cristo, que percorrem as ruas da Ericeira, durante a Procissão dos Fogaréus, na 5.ª feira antes da Páscoa.
Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem
No centro da vila, a sua fundação está envolvida num mistério, pois não é conhecido totalmente a sua história, crê-se que foi erguida ou no século XIV ou XV, porém não existem materiais dessa época. Até 1645, era sede da Confraria de Nossa Senhora da Boa Viagem dos Homens do Mar, depois tornou-se o local de culto que é atualmente.
Igreja de Santa Marta
Na vila, esta encontra-se na periferia do Parque de Santa Marta, tendo sido a sua obra iniciado em 1760. Anteriormente, encontrava-se uma ermida, em que reza a lenda, esta foi essencial para a fundação do bairro e Palácio das Necessidades, em Lisboa, sendo uma imagem de Nossa Senhora das Necessidades fora levada da ermida, por um casal que milagrosamente foram curados da peste. Esta lenda também faz referência a “casa de saúde”, afirmando que perto da ermida se encontrava uma nascente de águas mineromedicinais de Santa Marta. Outrora, também foi sede da confraria das raparigas solteiras, que no seu largo realizavam procissões e festejos em honra de Nossa Senhora das Necessidades.