Património da Lourinhã

O concelho de Lourinhã oferece a maior coleção ibérica de fósseis de dinossauros do Jurássico Superior, sendo considerada como uma das mais importantes a nível internacional. Reconhecido como capital dos dinossauros, em Portugal, este concelho dispõe de mais ofertas turísticas, desde as suas praias ao património que construí a identidade do concelho:

Igreja do Castelo – igreja matriz da Lourinhã, é dedicada a Santa Maria. Momento gótico da segunda metade do século XIV, construído em duas fases: a primeira atribuída a D. Jordan (1º donatário da Lourinhã) e a segunda a D. Lourenço Vicente, Arcebispo de Braga, natural e donatário da Lourinhã. Classificada como Monumento Nacional. A sua nave central está separada, nas laterais, por oito arcos ogivais sustentados por colunas monolíticas rematadas com capitéis de motivos vegetalistas. A pia batismal contém nas suas faces duas cruzes em círculo e uma estrela de cinco pontas. Acima da porta principal está uma rosácea e um óculo na parede que abre o arco triunfal.

Igreja e Convento de Santo António – fundado em 1598, este monumento nacional era constituído, inicialmente, por uma igreja e por pequenas casas de recolhimento. A 17 de novembro de 1601, começaram as obras de ampliação e de restauração, que foram prolongadas devido à grandeza e volume do edifico e às dificuldades monetárias. A nível do exterior, a fachada da igreja destaca o pórtico com um frontão ostentando a Cruz de Cristo. À esquerda da fachada, encontra-se a Torre Sineira, que antigamente era o único relógio da vila da Lourinhã. O altar e as paredes laterais desta, estão cobertos de azulejos, as paredes da direita apresentam a Pregação aos Peixes e a do lado esquerdo o Milagre da Mula.

Forte de Paimogo – também conhecido como Nossa Senhora dos Anjos de Paimogo, foi classificado como Imóvel de Interesse Público a 18 de Julho de 1957. Encontra-se nas arribas da Praia de Paimogo e foi construído por ordem de D. António Luís de Menezes, em 1674. Este forte visava a defesa da sua praia, para impedir um eventual desembarque de tropas inimigas, uma vez que aquele local era de fácil acesso. É um pequeno forte abaluartado, com uma arquitetura militar barroca, tendo uma planta quadrangular, com guaritas cilíndricas de cobertura cónicas. O forte fazia parte da segunda linha defensiva fortificada, que se estendia da Praça Forte da Vila de Peniche a até à Barra do Tejo.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição – localizada em Moita dos Ferreiros, foi fundada na primeira metade do século XVII, especificamente a 1689, segundo a gravura no jazigo e sepultura, existente junto ao Altar-Mor da Igreja Matriz. Esta contém a seguinte inscrição: “Jazigo e sepultura de Simão do Reguo e de sua mulher Maria Mendes e de seus herdeiros dada pelo Arcebispo de Lisboa e Capelão mor del-Rei e do seu conselho de Estado. Ano de 1689. Veritas.”. Ao longo doa anos, esta igreja sofreu alterações na sua forma inicial, sendo terminada no século XX, com a colocação da última Torre Sineira. A construção deve-se a Simão Reguo, provinha de uma família da Vila de Óbidos, com um grande poder.

Capela de Nossa Senhora da Misericórdia – encontra-se em Moita dos Ferreiros e segundo a tradição, no local desta capela, a Nossa Senhora apareceu em 1182, próxima da fonte, conhecida como “rastinho”, uma vez que os crentes lançavam água para esta fonte, onde está a lápide gravada a planta dos pés Nossa Senhora e nessa água lavavam os olhos. Uma devoção que se mantém até hoje. Anualmente, a 7 de setembro, vários crentes e pessoas organizam círios para venerar a Nossa Senhora e participar na Feira Anual, a 8 de Setembro.

Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã – fundada por alvará de Filipe II, a 23 de Julho de 1586 e o maior interesse da Santa casa da Misericórdia reside no seu espólio museológico, em que se destaca a coleção de pintura quinhentista, onde se pode admirar os dois quadros do Mestre da Lourinhã: São João Evangelista na Ilha de Patmos e São João Baptista em Meditação. Estes são considerados da melhor pintura da época no nosso país. Também é possível observar as obras de Lourenço de Salzedo, pintor maneirista castelhano. As suas obras são compostas por quatro tábuas com um grande valor, especialmente a de São João em Patmos, autoria do Mestre da Lourinhã. Ainda se pode admirar três quadros do pintor Francisco de Campos, além da tela da andeira da Misericórdia, por Diogo Teixeira.

Moinho de Vento da Pinhôa – o concelho da Lourinhã é um dos mais representativos, no âmbito dos moinhos de vento, mesmo que tenham cessado a sua atividade económica, são a monumentos que exprimem uma tradição centenária. No alto da Pinhôa, na freguesia de Moita dos Ferreiros, destacam-se cinco moinhos de vento recuperados, nos quais três deles têm a sua atividade tradicional, outro foi transformado em bar e outro é habitação de férias. É possível falar com o moleiro e sua esposa que abrem a porta do moinho central de bom grado e o põe a trabalhar, em que explicam os pormenores do funcionamento do moinho.

Monumento Comemorativo da Batalha do Vimeiro – no dia 21 de agosto de 1808, travou-se a Batalha do Vimeiro, durante a primeira invasão francesa, na Guerra Peninsular. Nesta batalha o exército anglo-luso, comandado pelo Tenente-general Sir Arthur Wellesley defrontaram o exército francês a comando do General Jean-Andoche Junot, à qual resultou numa vitória para as forças anglo-lusas e foi determinante para o fim da primeira invasão francesa de Portugal. Na celebração centenária dessa batalha, foi inaugurado um monumento simbólico do agradecimento dos serviços prestados pelas forças inglesas. Neste é possível encontrar a referência às datas, armas nacionais e um relevo de cabeça de leão, representativa da força e coragem dos exércitos. Este monumento é classificado como Imóvel de Interesse Público.

Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro – de carácter multifuncional, este congrega peças museológicas, artefactos arqueológicos, peças da época e futuramente, terá conteúdos virtuais de componente interativa, visando a explicação das razões, estratégias e análises pós-confronto. O local onde foi edificado tem a particularidade de ter uma visão integral do campo de batalha.

Como memória das vivências das populações, os museus revitalizam espaços, atividades e ofícios, tendo cada vez mais um papel educativo e cultural:

Museu da Lourinhã – localizado no centro da Vila da Lourinhã, fundado em 1984, pelo Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã (GEAL), uma associação não-governamental e sem fins lucrativos. O seu espólio composto por dádivas da população e de trabalhos de campo, tem quatro secções: Arqueologia, Arte Sacra, Etnografia e Paleontologia, distribuídas por dois pisos. É conhecido que este museu tem a maior coleção ibérica de fósseis de dinossauros do Jurássico Superior, e também é uma das mais importantes a nível mundial, como afirmou Neil Clark à Revista Expresso 1997, “o melhor pequeno Museu do Mundo para o financiamento que recebe”. Entre a coleção de fósseis com 150 milhões de anos podem ser encontrados vestígios de dinossauros carnívoros, como o Lourinhanosaurus antunesi, dos gigantescos herbívoros, como o Dinheirosaurus lourinhanensis ou dos vários ovos fósseis de dinossauros carnívoros, que contém mais antigos embriões de dinossauro de todo mundo e o segundo maior ninho conhecido, com mais de 100 ovos. O Museu expõe uma série de dinossauros que são os únicos exemplares conhecidos destas espécies. Também é possível observar fósseis diferentes invertebrados, peixes, crocodilos, pterossauros, tartarugas, mamíferos, etc. de diversas idades geológicas. O Museu da Lourinhã também possui o maior espólio etnográfico da Região Oeste com a representação de profissões antigas como o correeiro, segeiro, pitrolino, amolador, tanoeiro, etc. sendo uma valiosa herança da cultura regional e nacional. Entre as diversas peças da coleção de Arte Sacra destaca-se uma maquete do séc. XIX de uma magnífica basílica nunca construída.

  • Morada: Museu da Lourinhã. Rua João Luís de Moura. 2530 – 157 Lourinhã
  • Horário: 10h00 – 12h30 / 14h30 – 18h30
  • Encerra à Segunda-feira

Museu Rural do Reguengo Grande – inaugurado em 1989, apresenta uma coleção de objetos agrícolas e vários artigos relacionados com à etnografia do concelho. Este museu encontra-se inserido na Urbanização da Junta de Freguesia do Reguengo Grande e onde se encontra um lagar com vara, cinco casas de artesanato, um parque infantil e um parque de merendas.

  • Morada: Museu Rural do Reguengo Grande. Urbanização da Junta de Freguesia do Reguengo Grande. 2530 – 584 Reguengo Grande
  • Horário: 09h00 – 12h00 / 14h00 – 17h00
  • Encerra à segunda