Natureza Alentejana
Com excelentes condições naturais, com belezas paisagens e com uma grande vocação para a realização de atividades ao ar-livre, o Alentejo orgulha-se de convidar os mais curiosos e interessados a visitar as suas terras, conhecer as suas paisagens enquanto passeia a pé, em BTT, carro ou mesmo a cavalo, pelas estradas municipais que também são excelentes para o cicloturismo. Os rios, albufeiras e costa alentejana são grandes maravilhas para as atividades náuticas, especialmente as praias. Procurando unir os mais aventureiro, o paraquedismo, o parapentismo, os passeios em ultraleve e o balonismo são algumas atividades que o Alentejo dispõe.
Rio Tejo
De modo a descobrir um Tejo desconhecido, para além do seu curso natural que desagua no estuário que banha Lisboa, o Alentejo permite conhecer este rio através da região de Nisa e depois junto a Belver.
Um município com uma forte vocação para o pedestrianismo, Nisa é um dos pontos de partida para diversos percursos pedestres, de pequena rota (PR) que permitem observar as paisagens presenteadas com o Tejo e com a serra S. Miguel. Dos 8 percursos que existem e para aqueles que têm mais tempo, existem três percursos que demonstram um pouco mais da beleza de Nisa e do rio Tejo: PR1 “Trilhos das Jans” iniciando-se em Amieira do Tejo, tem 12,6 kms; PR8 “Trilhos do Moinho Branco” começando em Montalvão, tem 14 kms; e PR4 “Trilhos do Conhal” tem começo em Arneiro e percorrer cerca de 9,8 kms, este apresenta uma incursão pela Mina de Ouro Romana, uma escombreira constituída por amontoados de seixos, desta foi feito extração de ouro nas épocas romanas e medievais. Este sítio faz parte dos geomonumentos integrados no GeoPark Naturtejo – um dos trinta GeoParks Europeus classificados pela UNESCO.
Para aqueles que gostam de percorrer fortalezas e voltar aos tempos de guerra, ou apenas para aquele que procuram um local pelas suas belas vistas, Belver consegue encontrar isto tudo. No ponto mais alto do Castelo de Belver, é possível observar a paisagem panorâmica do rio Tejo e da Praia Fluvial da Quinta do Alamal, em que são realizadas atividades de canoagem, que depois vão ao encontro do Tejo. Não esquecendo de caminhar pelo percurso ribeirinho com 2 quilómetros, assentado em estacas de madeira, estabelecendo ligação entre a ponte e a Quinta do Alamal (PR 1 “Arribas do Tejo”).
Para terminar qualquer programa nesta região, realizar uma viagem de comboio ao longo do Tejo, desde Belver até Fratel, um troço que se torna numa grande aventura alentejana.
Parque Natural da Serra de São Mamede
Um parque fronteiriço exprime-se pela sua exuberância. Um parque muito rico geologicamente, com os seus quartzitos que marcam a paisagem com as suas megas esculturas. A norte do parque, os castanheiros e carvalhos partilham os seus terrenos com sobreiros e azinheiras, já as vinhas e as oliveiras desenvolvem-se nas encostas que marginam as ribeiras.
Mesmo com o desenvolvimento humano nesta zona, a fauna deste parque contínua abundante com as suas águias de Bonelli e o grifo, os gaviões, as águas cobreiras, peneireiro-cinzentos, o bufo-real, coruja-do-mato, entre outras aves que convivem com javalis, veados, texugos, saca-rabos, gatos-bravos, raposas e coelhos.
Ao passar por esta serra, o Homem deixou marcas da sua presença, desde antas, a menires, castros, pontes romanas, fortalezas e quinhentistas, mas o mais importante, uma rede de calçadas, em que algumas encontram-se integradas nos percursos pedestres do parque. Atualmente encontram-se oito percursos sinalizados, em que os seus folhetos com percursos estão disponíveis na Quinta dos Olhos d’Água (sede do parque) em S. Salvador de Aramenha e nos postos de turismo de Marvão e Arronches. Alguns percursos oferecem uma aventura única, desde os percursos de Marvão, com 8 kms, Galegos com 11,5 kms, Alegrete com 11 kms, Esperança com 16 kms, entre outros, dispõem de uma vista bastante completa do Parque da Serra de São Mamede.
Para quem procurar fazer escalada neste parque, pode realizá-la nas Penhas de Portalegre, com paredes únicas e desafiantes. E para aqueles que desejam descobrir as vilas, cidades e aldeias dentro do parque, as estradas são um verdadeiro paraíso para desvendar.
Ecoturismo sem Fronteira
Entre Fronteira e Monforte, a paisagem apresenta-se irresistível com os seus ondulados e verdejantes prados, rebanhados pelas ovelhas e gado bravo, os seus olivais trepam as colinas ordenadamente, o seus sobreiros e azinheiras jogam com a luz e sombra, enquanto as vinhas mudam as suas cores e as flores silvestre seguem o sol, pintando os campos com as expulsões de cores sazonais. E no vale da Ribeira Grande, a vegetação floresce densamente, juntamente com as ruínas de velhos moinhos de água e com vestígios históricos como as Grutas-Santuários de S. Bento das Lapas, em que diversas espécies de aves voam sobre estes, algo que é apenas descoberto com quem se aventura a pé. Sendo possível através de um percurso “Rota da Ribeira Grande” inicia-se e termina no Centro Ecoturístico da Ribeira Grande, junto a Fronteira. Aquando o regresso, é impossível deixar de passar na Praia Fluvial e durante a noite, é necessário parar e observar o céu estrelado. Outro percurso mais extenso é o da “Rota da Serra das Penas” com 11 kms, durando 3h30m, passando pela vila de Cabeço de Vide, pelo seu centro histórico, pelas antigas azinhagas, antas da Serra das Penas e as Termas de Sulfúrea.
Entre Gameiro e Maranhão, o Parque Ecológico do Gameiro convida os mais interessados a passar uns momentos de lazer e visitar do Fluviário de Mora. O acesso a este faz-se em Cabeção, uma terra com pequenas adegas mas com muito bons vinhos. O parque integra o Açude do Gameiro, uma praia fluvial em que se pode tomar banho, fazer canoagem e passear de gaivota, ao longo de 3 quilómetros. Para aqueles que procuram fazer pesca desportiva, a ribeira Raia, que oferece uma zona com cerca de 10 quilómetros e duas pistas, uma com 200 pesqueiros e outra com 65. Este aquário de água doce oferece aos seus visitantes um caminho “Percurso de um Rio” juntamente com uma exposição sobre a fauna fluvial, desde a nascente à foz, passo a passo, entre afloramentos rochosos e leitos arenosos, há um mundo por descobrir, que termina com uma pequena surpresa feita pelas divertidas lontras, bem como a paisagem do miradouro de vidro do restaurante.
Montargil e Maranhão apresentam as suas barragens que espelham a água límpida do a norte alentejano, perfeitas para praticar desportos náuticos. Enquanto Montargil passa por uma estância balnear, procurada pelas boas condições de ski aquático, vela, windsurf, remo, hovercraft e pesca desportiva; a albufeira do Maranhão equipada com um complexo de lazer, no parque de campismo do município, conjuntamente constitui mais um dos sítios mais bonitos do Alentejo, em que a paisagem se relaciona intimamente com o património. No alto do lago, surge a vila de Avis com o seu belo centro histórico que requer ser visitado. Um passeio simples e divertido a fazer nesta zona de Avis, Ervedal, Figueira e Barros e Benavila, aconselhável fazer-se de carro ou de bicicleta para explorar os seus recantos.
Serra d’Ossa
Sendo a principal elevação do Alentejo Central, com 650 metros de altitude, ocupando os concelhos de Estremoz, Borba e Redondo. As águas alimentadas pela bacia do Guadiana e Tejo escorrem pelas vertentes desta serra. Um terreno xistoso com uma extensão de mármores, denominado Zona dos Mármores, que liga Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal. Impossível não explorar esta região, é imprescindível a apreciação da paisagem e visita ao património, de carro, de bicicleta ou mesmo a pé, existem trilhos que otimizam a exploração da Serra d’Ossa.
Para um primeiro passeio escolhe-se as estradas secundárias, que interligam o núcleo urbanos, reconhecendo que a melhor estrada para observar as crateras da exploração de mármore é a que liga Borba, Vila Viçosa e Bencatel, tendo cuidado com esta estrada visto que há movimento de pesados. Em Vila Viçosa, é aconselhável a visita do Museu do Mármore, que complementa informações sobre estas explorações. Percorrendo os centros históricos da região de Estremoz, Borba e Vila Viçosa, torna-se visível a importância do mármore para o património.
Nos anos 60, na Serra d’Ossa foi objeto de plantação de eucaliptos, que formou a maior mancha contínua, com cerca de 6,000 hectares, mas em algumas zonas, a sua vegetação originária manteve-se, nomeadamente os matos de esteva, urze, tojo e o rosmaninho. Para observar esta vegetação são aconselháveis os caminhos “Percursos das Antas” com 5,9 quilómetros e o “Percurso do Freixo” com 5,2 quilómetros, ambos de grande interesse ambiental, paisagístico e arqueológico.
Eixo de Évora a Montemor-o-Novo
Uma linha que demonstra a sua mais-valia a nível do património monumental, porém também apresenta uma grande variedade para atividades em natureza, tanto em grupos como em viagens individuais, nomeadamente na Ecopista de Évora, no Percurso de Água da Prata e os Percursos Ambientais de Monfurado e Cabrela.
Podendo ser percorrido a pé ou de bicicleta, a ecopista de Évora resulta da conversão do antigo ramal de caminho-de-ferro entre Évora e Mora. Iniciando-se no centro da cidade de Évora, estende-se até ao limite do concelho, alcançando a Herdade da Sempre Noiva, percorrendo no total 21 quilómetros. Outra ecopista a ser pedalada ou apenas caminhada, é a de Montado, entre a Torre da Gadanha e Montemor-o-Novo.
O Percurso da Água da Prata, o percurso pedestre percorre o Aqueduto da Água da Prata, uma construção que remonta ao século XVI e algo longo dos anos, foi tendo reconstruções e melhoramentos. Atualmente, ainda transporta água para a cidade, apresentando-se com um importante valor patrimonial e ambiental.
Em Monfurado e em Cabrela, encontram-se os percursos ambientais, integrados na Rede Natura 2000, que percorrem diversas povoações rurais dos concelhos de Évora e Montemor-o-Novo, descobrindo a razão do seu valor ambiental e consequentemente a classificação. Nestes percursos, observa-se um dos principais monumentos megalíticos desta região, atividades agrícolas e silvo-pastoris, relacionadas ao montado de sobro, azinho e olival.
Terra de Alqueva
Numa região em que as águas era escassas, foi erguida a barragem de Alqueva, sobre o rio Guadiana, entre Moura e Portel, transformando-se no maior lago artificial da Europa, estendendo-se por uma área de mais 80 quilómetros do curso do antigo rio e os recortes que perfazem 1,160 quilómetros de perímetro. No paredão a jusante, foi edificado o Açude de Pedrógão, integrando a ponte que liga Pedrógão, Vidigueira a Moura.
O que difere esta albufeira das demais? A sua única e tipicamente paisagem alentejana, decorada por milhares de oliveiras, sobreiros e azinheiras, juntamente com o património fortificado das vilas, erguidos para as defenderem ao longo dos séculos. É obrigatório conhecer toda a sua envolvente, na margem direita, Juromenha, Alandroal, Terena, Monsaraz e Portel e na margem esquerda, Mourão e Moura, explorar o seu património e observar toda a paisagem do Grande Lago. De forma a relembrar as memórias da antiga aldeia submersa pelas águas de Alqueva, a nova aldeia da Luz apresenta no seu museu um repositório de lembranças e contos dessa aldeia e do rio Guadiana.
Para além de passear, esta albufeira e locais envolventes apresentam uma gama de atividades, para além da pesca desportiva, também são feitos passeios de canoa ou embarcações motorizadas de pequeno porte, cruzeiros de vários dias de barcos-casa, windsurf, entre outras. Relativamente a atividades áreas, são proporcionadas atividade de helicóptero, de avioneta e de balão. Quanto a atividades realizadas em terra, existem para além dos passeios organizados com percursos a pé para exploração da natureza envolvente, feitos tanto a pé, como de bicicleta, a cavalo, de charrette e de jipe. Para os caminhantes autónomos, existem percursos sinalizados, nomeadamente os percursos “Rota do Giro”, iniciando-se na Igreja de Nª S.ª da Consolação, tem 4,5 quilómetros a serem percorridos; o “Pedra Alçada” com início na Junta de Freguesia da Aldeia de Pias, percorrendo 9 quilómetros; o percurso “Passeios pelo Campo” iniciando-se junto do cemitério de Terena, com 11 quilómetros a percorrer; entre outros percursos.
Parque de Natureza de Noudar
Neste Grande Lago, do Alqueva, Noudar é um caso à parte, essencialmente obriga a um pequeno desvio que vale a pena. Visitar o Castelo de Noudar, provar o presunto de Barrancos e especialmente visitar o Parque de Natureza, erguido no âmbito das medidas de compensação previstas no Programa de Gestão Ambiental de Alqueva. Este belo parque visa promover um modelo de gestão sustentável do espaço natural, unindo-se à agricultura agroambiental e ao turismo, respeitando sempre os seus valores naturais, como o montado de azinho e a avifauna, nomeadamente rapinas e abutres. Esta zona encontra-se integrada na Rede Natura 2000. Impossível não resistir a este encanto, a descoberta da paisagem pode ser feita com três percursos: o Trilho Geológico-Mineiro, o pequeno passeio O Monte e o percurso A Estrada, é possível ser feito a pé e bicicleta, com guias e guias digitais.
Aquando o regresso a Moura, também é imprescindível passar em Amareleja, local onde foi construída a maior Central Fotovoltaica do Mundo.
Campo Branco
Para quem gosta grandes espaço abertos e tem aprecia a observação de aves, Campo Branco, em Castro Verde, é o local perfeito. Campo Branco é uma região bastante importante para o pseudo-estepe ou estepe cerealífera em Portugal, isto é, um espaço de cultivo extensivo de cereais de sequeiro, com regime de rotação de pousios, e Campo Branco apresenta um dos maiores campos a este nível. Para que este ecossistema seja sustentável, há uma dependência de muitas espécies de aves, nomeadamente a abetarda, o peneireiro-das-torres, o sisão, o cortiçol-de-barriga-negra, o grou e o tartaranhão-caçador. Deste modo, a sua importância a nível nacional, levou a que Campo Branco integra-se na Rede Natura 2000. Porém, nada pode deliciar os olhos gulosos que um passeio pelos caminhos sinalizados, especificamente de seis percursos pedestres, realizados pela associação Liga para a Proteção da Natureza.
Para quem o deseja fazer, terá de marcar uma visita no Centro de Educação Ambiental de Vale Gonçalinho – o coração das herdades que a Liga para a Proteção da Natureza adquiriu no âmbito do projeto Castro Verde Sustentável, com o mínimo de 7 dias de antecedência. Um percurso que não requer marcação é o percurso 6 “Vale Gonçalinho – Pereiras”.
Parque Natural do Vale do Guadiana
Com uma área de 70,000 hectares, este parque estende-se entre a região a montante da queda do Pulo do Lobo e a ribeira do Vascão, a sul de Mértola. Uma maravilha que apresenta diferentes paisagens, entre vales encaixados do rio e afluentes, elevações quartzíticas das serras de Alcaria e São Barão e uma planície extensa e agreste em que crescem arvenses de sequeiro, montados de azinho e área de esteval. Uma zona com pouca intervenção humana, ainda se encontra o seu matagal mediterrânico, ou seja, a sua vegetação original.
A vila de Mértola é o pólo urbano nuclear deste Parque, que empresas locais ajudam na sua promoção através de percursos pedestres, atividades de canoagem e passeio de embarcações de motorizadas de pequeno porte, num troço entre Mértola/Pomarão e Vila Real de Santo António – sendo programas regulares ou feitos por medida.
Conforme diversas informações disponíveis, é aconselhável a ida a pé, de bicicleta ou de automóvel a locais como o Moinho dos Canais, as Azenhas de Mértola, o porto de pesca da Penha d’Águia e o troço do rio que é apenas alcançado pelo Percurso da Bombeira.
Outros locais de paragem obrigatória é Pulo do Lobo e o conjunto da Mina de São Domingos, Porto de Pomarão e a Praia Fluvial da Tapada Grande.
Em Pulo do Lobo, este acidente geomorfológico do Alentejo, feito pela última glaciação, a de Wurm, que na fase final ocasionou numa descida do nível das águas do mar. Nessa altura, na foz do rio, que atualmente é o Guadiana, formou-se uma queda que era fruto de uma onda de erosão regressiva, que foi lentamente avançando para montante, escavando um novo leito no interior do antigo leito. Quando alcançou uma rocha mais dura, chamada de grauvaques do Pulo do Lobo, parou a erosão – ficando assim esta queda de água de 14 metros sobre o sereno Pego dos Sáveis. Uma visão clara e rara das épocas geologicamente distintas, que formaram esses dois leitos do rio, enquanto um leito é mais amplo e esculpido na pedra em que corria o velho Guadiana e mais cavado no seu interior está o novo leito com um extenso corredor retilíneo com 12 quilómetros de comprimento, denominado “corredoira”. Toda a história com milhões de anos, de erosão, transformação e modificação, faz com que Pulo do Lobo seja uma visita obrigatória.
- Acesso pela margem esquerda na estrada Mértola – Serpa, perto da povoação de Vale do Poço.
- Acesso pela margem direita na estrada Mértola – Beja, a partir de Corte Gafo.
Mina de São Domingos, Porto de Pomarão e a Praia Fluvial da Tapada Grande – a maior mina de pirite da Península Ibérica, a Mina de São Domingos ofereceu trabalho a mais de 1500 mineiros, enquanto explorada desde os meados do século XIX, pela firma inglesa Mason&Barry, encerrando o seu trabalho em 1960. O Bairro Mineiro continua a contar história dos mineiros, através dos seus descendentes e o Palácio dos Ingleses, em que moravam os diretores da empresa exploradora, tornou-se atualmente um hotel.
Este complexo mineiro conheceu a sua rápida degradação mas encontrou a sua transformação num pólo de Arqueologia Industrial, estando sinalizado e a sua circulação é livre, o seu percurso Geológico-Mineiro estende-se entre a Corta e as fábricas de Enxofre da Achada do Gamo. Seguindo para Santana de Cambas, cerca de 10 quilómetros, que correspondente ao antigo caminho-de-ferro que transportava o minério para o Porto do Pomarão, no rio Guadiana. Atualmente é um porto de recreio.
Mesmo em frente ao Palácio dos Ingleses, o Hotel São Domingos, está a Praia Fluvial da Tapada Grande, em que a água que banha o areal, é reconhecida pela sua qualidade para os banhos e juntando o pequeno porto de recreio, com parque de merendas, um anfiteatro ao ar livre e bar, quem visita esta praia tem um local perfeito para descansar e apreciar um momento histórico alentejano.
Açude de Pedrógão e o Pulo do Lobo
Fora do Parque Natural do Vale do Guadiana, é imprescindível visitar o troço do rio Guadiana que se estende para montante, entre Pulo do Lobo e Açude de Pedrógão, uma das mais expressivas memórias vivas do velho rio. A sua beleza natural, paisagísticas, juntamente com a avifauna, o bucolismo dos moinhos de água, atualmente desativados, as quedas nas aberturas dos açudes e pequenos rápidos do rio, animam toda uma visita, tanto a pé, como de bicicleta ou mesmo com as canoas. Um dos pontos mais oportunos para observar esta maravilha é a ponte de Serpa, que alcança a povoação de Quintos. Para quem está nesta zona, é obrigatória a visita ao Centro Histórico de Serpa e provar os reputados queijos de ovelha de Serpa.
Litoral Alentejano
Um fascínio permanente pronto a ser descoberto, o Litoral Alentejano encontra-se com o mar e o contraste surge entre o azul oceânico e as cores tipicamente alentejanas. Com a sua história e vida natural, que mereceu a classificação de três zonas como Áreas Protegidas: as Reservas Naturais do Estuário do Sado e das Lagoas de Santo André e Sancha, e o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Marginando com a linha de costa, são encontrados os sapais do Estuário do Sado e entre a ponta de Tróia e o cabo de Sines, o ininterrupto areal é banho pelo Oceano Atlântico. Para o interior, destaca-se a verdura exuberante da Serra de Grândola, em que o montado de sobro compartilha o seu espaço com grandes manchas de pinhal, enquanto os rios apressam-se a descer, alcançando as belas albufeiras e dão vida aos extensos arrozais. Para sul, depois de Sines, as falésias foram talhadas pelo mar e vento, enquanto o tempo fez destes o seu escopro, recortando blocos de xisto, erguendo cordões dunares, que fazem e desfazem as praias e definindo os contornos da vegetação, temperou o planalto costeiro e alimentou a vida.
Lagoa de Santo André
A Lagoa de Santo André juntamente com a Lagoa da Sancha, no litoral de Santiago do Cacém e de Sines, são um dos sistemas lagunares costeiros mais relevantes em aspetos biológicos, ecológicos, ictiológicos, botânicos e ornitológico. Acompanhadas pelo seu complexo dunar, que as protegem, suportando e conservando a flora e fauna, incluindo espécies endémicas que são mais vulneráveis. A linha marítima transporta um grande valor ecológico, devido às suas fragilidades e dinâmicas muito específicas, desde as comunidades faunísticas, em que estas lagoas são áreas de passagem de golfinhos e de aves. Abrangendo uma área de 5370 hectares, ao longo de 15 quilómetros, desde de o sul da povoação da Lagoa de Santo André ao norte da zona do Complexo de Sines, estendendo-se numa faixa terrestre de 2 e 3 quilómetros e uma faixa marítima de 1,5 quilómetros.
Atualmente, esta área está sujeita a diversos fatores de pressão sobre o seu meio natural, nomeadamente em forma de emissão de efluentes, caça, pesca, turismo, pegada humana e construção, às quais são impostas medidas de conservação e classificação como reserva natural. Visto que existem muito mais do que 106 espécies de aves aquáticas e 112 espécies de aves terrestres, muito mais do que uma flora para proteger, existe um ecossistema sensível que requer toda a atenção e cuidado.
Reserva do Estuário do Sado
Esta reserva encontra-se numa área de 23,160 hectares, sendo que cerca de 13,500 hectares de área estuarina e os 9,500 hectares são zonas húmidas marginais, convertidas para a salinicultura, piscicultura e orizicultura. Esta área é composta por uma riqueza que se estende da vegetação de água salgada, ao sapal e às espécies faunísticas, que se abrigam neste conjunto, desde as cegonhas-brancas, as garças, os perna-longas, os colhereiros, os flamingos-rosa, as aves de rapina, os patos, os alfaiates, a lontra europeia, os saca-rabos, os gamos e os golfinhos entre outras espécies, juntamente com o património humano. Uma zona protegida que poderá ser visitada, podendo desfrutar da sua beleza única com o seu património natural, paisagístico e cultural, e consolidar conhecimentos sobre o seu valor, flora e fauna existente.
Parque Natural da Costa Vicentina
Criado em 1995, este parque era uma Área de Paisagem Protegida, que viu a sua importância ser elevada a Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina, abrangendo a faixa litoral de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo. Com uma paisagem diversificada, este parque estende-se por 74,786 hectares, em que a importância das suas arribas, matos, lagoas temporárias e linhas de águas, está a nível europeu. A nível de linha de costa, desta área faz parte 2 quilómetros de costa, já em terra encontram-se as suas altas arribas e as suas praias escavas e barrancos profundos, cursos de água, charnecas, campos de regadio e matas de produção.
No que respeita ao território alentejano, este parque é o único a receber a cegonha-branca e que nidifica nas arribas marítimas, também acolhendo as lontras que usam o meio marinho para procurar alimento e recebe um grande número de aves migradoras, sendo uma zona de reconhecimento importante a nível nacional e internacional.
A flora encontrada no litoral do sudoeste de Portugal tem um cruzamento de influências Norte Atlânticas, Mediterrânicas e Africanas, que floriram pelas condições ecológicas e da própria diversidade de fauna e flora deste parque, que num sentido complementário, conferem uma grande riqueza natural à costa portuguesa, requerendo também uma grande proteção e conservação.