Património Natural da Nazaré
No concelho da Nazaré apresenta um belo património natural. Reconhecido pelas suas praias, especialmente devido ao fenómeno atual da onda da Praia do Norte. Ao longo da linha de costa do concelho da Nazaré encontramos um património que preserva a história como surgiu este concelho, como:
Canhão da Nazaré– este vale submarino é o maior da Europa e considerado um dos maiores do Mundo. Intercalando com a plataforma continental, prolonga-se por mais de 170 quilómetros e consegue atingir uma profundidade superior a cinco mil metros, na planície abissal, em que este canhão desemboca. Este acontecimento geomorfológico de origem tectónico liga-se com falha da Nazaré-Pombal, definindo-se a partir dos 500 metros da costa. A sua garganta submarina consegue provocar alterações na trânsito sedimentar litoral, visto que este canhão é como um sumidouro para os sedimentos oriundo de norte, da deriva litoral, sendo a justificação da inexistência de uma grande extensão de areal nas praias do sul da Nazaré.
Duna da Aguieira – a maior duna consolidada na Europa, esta foi candidata a Sítio Classificado em 1979, em conjunto com o Monte de São Bartolomeu. Contudo, mesmo tendo reconhecimento, não foi declarada como Geomonumento. Esta formação sedimentar provém de areias a Norte da Nazaré, a sua preservação poderá estar interligada com a plantação do pinhal de Leiria. A altitude estas formações dunares puderam estar relacionadas com o levantamento do flanco oeste do Diapiro das Caldas da Rainha.
Pedralva ou Monte Branco – encontra-se na zona oriental da Nazaré e é uma formação cuja litologia é composta por grés brancos, algumas vezes grosseiros, cauliníferos e variando com níveis micáceos/moscovite e alguns níveis mais conglomeráticos cujos chegam a atingir os 30 cm de diâmetro. A sua zona é como um jardim, sendo no seu ponto mais alto possível de constatar a vista panorâmica da Nazaré.
Lagoa da Pederneira/Campos do Valado-Cela – a várzea da Cela/Valado dos Frades e da Maiorga, acompanhada pela Serra da Pescaria, a ocidente, e pelas colinas do Bárrio, a oriente, antigamente fora ocupada por uma ria que se transformou num estuário lagunar, designada por Lagoa da Pederneira.
Promontório do Sítio da Nazaré – uma formação rochosa sedimentar, relacionadas com eventos geodinâmicos decorridos entre o Cretácico Superior (Cenomaniano) e o Eocénico, já no Cenozóico. Os sedimentos presentes na base desta formação são oriundas rochas marinhas, com características fossilíferas, e o seu topo apresenta rochas aluviais, fluviais e continentais. No topo do Promontório, relativamente próximo do Forte de São Miguel, é possível encontrar um complexo filoniano de basaltos olivínicos correlacionados com o Complexo Basáltico de Lisboa.
Serra da Pescaria – localiza-se a sul da Nazaré, esta serra contém as rochas mais antigas da região da Nazaré, com cerca de 154 milhões de anos, tendo depósitos do Jurássico Superior, que apresenta um elo com a atividade tectónica, relacionada com à segunda fase de rifting da abertura do oceano Atlântico e a separação do supercontinente Pangea. A própria estrutura da serra teve alterações tectónicas devido à intrusão diapírica das Caldas da Rainha.
A formação magmática conhecida como Monte de São Brás ou São Bartolomeu, como antigamente Monte Seano, ainda permanece como um local de peregrinação e de romaria das populações da região. Sendo um sítio classificado desde 1979, devido à sua flora endémica, tipicamente mediterrânica, pela sua geologia de origem ígnea, que emerge de uma maneira distinta, e pelo seu valor paisagístico e histórico.
Pelourinho-fóssil da Pederneira – Porção de tronco silicificado de uma gimnospérmica, tendo sido erigido em substituição do antigo pelourinho manuelino. Apresenta uma história tafonómica diversificada e uma importância cultural intimamente relacionada com a vila da Pederneira. É um dos monumentos mais relevantes da Nazaré. A designação da vila da Pederneira terá origem neste tronco de conífera fossilizado, encontrado na região.