Alenquer

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O concelho de Alenquer encontra-se na Estremadura, fazendo parte do distrito de Lisboa e da sub-região Oeste. Estando limitado a norte pelos concelhos de Azambuja e Cadaval, a sul por Vila Franca de Xira, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço, a poente por Torres Vedras e a nascente por Azambuja e Rio Tejo. Neste concelho estão repartidos cerca de 16 freguesias: Abrigada, Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha, Cabanas de Torres, Cadafais, Carnota, Carregado, Meca, Olhalvo, Ota, Pereiro de Palhacana, Ribafria, Santo Estêvão, Triana, Ventosa e Vila Verde dos Francos.

Um indício seguro sobre a origem da vila de Alenquer provém de objetos polidos no sítio do Castelo e fragmentos cerâmicos, oriundos da Idade do Cobre, junto à Porta da Conceição, encontrados pelo arqueólogo Hipólito Cabaço. Suponha-se que tinha existido um povoado na Porta da Conceição, estando relacionados com os achados de cerâmica, mas ainda é desconhecida a sua localização real. Segundo João José Fernandes Gomes, estudioso do espólio, apresenta duas possibilidades, uma que afirma que o povoado de tipo castrejo, ocupara o topo do outeiro do Castelo ou, e outra diz que o povoado ocupara uma das vertentes do mesmo monte.

Conforme Bento Pereira do Carmo, este povoado mais tarde foi romanizado, uma vez que foram descobertas moedas dos imperadores Trajano, Adriano, Antonino Pio e entre outros, dos séculos II a.C. a III d.C., encontradas quando se reformou o Castelo medieval, com o objetivo de fazer rosto à invasão napoleónica de 1810. Juntamente, com inscrições lapidares achadas também provinham das ocupações romanas.

Um pouco por fora da vila de Alenquer também foram encontrados mais vestígios romanos, em 1934, Hipólito Cabaço encontra uma extensa necrópole lusitano-romana, datada do século I d.C., entre Paredes e Sete Pedras, constituído por 60 objetos – o dolium e mobiliário de sepultura com jarrinha, lucerna, skiphos, pratos e taça de terra sigilatta, entre outros que fazem parte da exposição permanente do Museu Municipal Hipólito Cabaço.

Nos séculos III a VIII, Portugal sofre invasões de domínio árabe. Assim que estabelecidos, desde 711, os árabes aproveitaram os recursos defensivos oferecidos pelo sítio de Alenquer, como a sua posição na linha do Tejo, para edificarem uma fortificação. Neste foi erguida uma mesquita, na qual, mais tarde, este local foi edificado a Igreja de Santo Estevão, matriz da vila. Em 1870, esta foi demolida, dando lugar à Aula do Conde de Ferreira, que atualmente é o Museu Municipal.

Com o passar dos séculos e com a evolução da sociedade e com a chegada das estradas, caminho-de-ferro, fábricas, permitiram a expansão a riqueza de algumas quintas habitacionais da burguesia e também ajudaram no próprio desenvolvimento do concelho, possibilitando a este ganhar importância industrial e cultural. Vicissitudes que alteraram o concelho de Alenquer no século XIX.

Atualmente, Alenquer é reconhecida como Vila Presépio, devido à organização anual de um presépio de grandes dimensões, numa das encostas que forma o vale do centro. Este acontecimento decorre há trinta anos.