Património de Bombarral

O concelho de Bombarral encontra-se numa região agrícola, cujo fruto de trabalho dos monges de Alcobaça é a Pera Rocha, tanto reconhecido a nível nacional como internacional. Contudo, este concelho foi palco da luta pela independência, nas invasões napoleónicas – reconhecida como Batalha da Roliça. O concelho de Bombarral remonta à formação da nação e da sua libertação e independência.

Buddah Eden – Quinta dos Loridos – também conhecida por Buddha Eden. Este solar é exemplar da arquitetura rural do século XVIII, construído pela família Sanches de Baena. Aforados solar e quinta de J. Pedro Barbosa, em 1821, depois legados à família Sepúlveda, que mais tarde os vendem, a uma sociedade comercial produtora do vinho “Loridos – Brutos”. Neste momento, é propriedade de José Berardo, explorando-a como Buddha Eden, edificando jardins temáticos, de índole oriental e outro de índole europeia.

Enoturismo – a Companhia Agrícola do Sanguinhal foi fundada nos anos vinte, por Abel Pereira da Fonseca, dedicando-se à exploração de três quintas na Região Demarcada de Óbidos. Estas quintas representam os vinhos DOC com mais prestígio, pretendendo à Rota dos Vinhos e do Vinho do Oeste, como a Quinta do Sanguinhal que permite que os visitantes estimulem o seu espírito de aventura e de experimentação, a Quinta das Cerejeiras e a Quinta de São Francisco.

Museu Municipal de Bombarral – este museu dispõe de sete salas e que cada uma delas oferece um tema diferente, desde arqueologia a um espólio de escritores, de medalhística, etnografia, entre outros.

A “Sala de Arqueologia” apresenta um espólio de um concelho rico em sítios arqueológicos, em que destaca a Gruta Nova da Columbeira, a Lapa do Suão e o Castro da Columbeira, uma panóplia desde o Paleolítico médio à época Romana, toda a ocupação humana no concelho de Bombarral, ao longo de trinta mil anos. Esta sala é considerada como um exemplar a nível nacional.

A “Sala de Vasco Pereira da Conceição e Maria Barreira” é um espaço dedicado aos beneméritos Vasco P. da Conceição e Maria Barreira, a quem o museu deve o seu nome e existência de um espólio de medalhística e esculturas de diversos materiais, sendo estas um convite para a perceção de um percurso nas linhas de força da obra moderna e figurativa.

A “Sala de Júlio César Machado” é dedicada ao escritor lisboeta, com raízes na A-dos-Ruivos, no concelho de Bombarral. Júlio César Machado notabilizou-se na escrita de folhetins, ficando reconhecido como um dos grandes escritores de Lisboa, no século XIX. Este espaço apresenta um espólio pessoal e literário de Júlio César Machado, desde 1835 a 1890.

A “Sala Jorge Almeida Monteiro” apresenta um grande políptico em estanho de 1961, com cenas da vida agrícola de Bombarral. Este foi um grande atrativo do II Festival do Vinho Português, juntamente com a escultura do homem do foguetão, foram duas obras que despertaram atenção, numa sala dedicada ao talento bombarralense, de Jorge Almeida Monteiro.

A “Sala de Etnografia” devido ao sucesso da exposição temporária “Saberes da Vila – Memóriad de Antigas Profissões”, esta acabou por ficar como exposição permanente. Esta apresenta aos visitantes, jovens e curiosos as profissões desenvolvidas pelos avós, do barbeiro, padeiro, cesteiro e ao ferreiro, passando pelo tanoeiro, moleiro, oleiro, sapateiro e taberneiro, nove antigas artes que Bombarral recorda com tanto orgulho.

A “Medalhística” uma exposição de medalhas doadas por Jaime Bento, que estão subordinadas ao tema: monumentos, santos e celebrações religiosas e elementos etnográficos.

Por fim, a “Sala de Epígrafia e Heráldica” encontra-se na galeria norte do piso térreo do museu, expondo um núcleo epigráfico, que incluí várias estela, lápides e pedras de armas. Este espólio constituí uma prova efetiva da vivência tardo-medieval, moderna e contemporânea do concelho de Bombarral.

 

Relativamente ao património arquitetónico é possível encontra um pouco disperso pelo concelho de Bombarral, cada um com a sua história e com o seu interesse.

Na freguesia de Bombarral

Câmara Municipal (Antigo Palácio dos Henriques) – reconstruido em 1751 e vendido a J. Pedro Barbosa, depois legando-o à Família Pereira Soares, que foi adquirido para Paços do Concelho, sendo inaugurado. Neste é possível encontrar o jardim municipal das Quatro Estações e a Mata Municipal, que contém um arvoredo de espécies florestais primitivas, declaradas como um valioso património.

Palácio Gorjão – esta construção inacabada do século XVI, foi adquirida pela Câmara Municipal, que início de restauro e adaptação, sendo instalados ateliers, o Museu Municipal e o Posto de Turismo, e ainda em seu anexo, encontra-se a Biblioteca Municipal, um auditório coberto e o anfiteatro ao ar livre com espaços verdes e um espelho de água. Este palácio é considerado um imóvel de interesse público.

Capela de São Brás – nesta encontra-se a arca tumular de Luís Henriques, o primeiro dos Henriques do Bombarral, um cavaleiro da Ala dos Namorados na Batalha de Aljubarrota e Mantieiro-mor de D. João I. Em 1531, ruí devido ao terramoto, sendo mais tarde reconstruida. Atualmente é a capela do cemitério de Bombarral.

Capela da Madre Deus – propriedade da Companhia Agrícola do Sanguinhal e também faz parte da Quinta das Cerejeiras. Construído em 1537, segundo documentos provenientes da Torre do Tombo, esta tem a imagem da sua padroeira representada numa escultura de pedra.

Igreja Paroquial do Santíssimo Salvador do Mundo – inaugurada em 1953, esta igreja matriz com uma construção moderna, veio substituir a apeada anterior, de 1924. De autoria do escultor Luiz Fernandes, a sua fachada central tem mais de seis metros de altura.

Teatro Eduardo Brazão – este exemplar arquitetónico está classificado como imóvel de interesse público, devido à sua representatividade em relação aos teatros clássicos italianos, em forma de ferradura, sendo oriundo de 1921.

Estação de Caminhos-de-ferro – esta estação detém os painéis de azulejo dos anos de 1930, cuja representação consiste na vitivinicultura da região. Estes azulejos são considerados como um cartão de boas vindas para o visitante, que chega a Bombarral, através do comboio.

Na freguesia de Carvalhal

Torre Medieval – é o imóvel mais antigo de todo o concelho, sendo doado por D. Dinis a um fidalgo aragonês, que mudou-se para Portugal e foi bisavô materno de D. Nuno Álvares Pereira. Este ainda figura num testamento de D. Sancho II, no século XIII, desde então tem vindo a ter vários proprietários, como os comerciantes Lafetat, que anteriormente, se haviam estabelecido em Portugal, e consequentemente, construído um solar em Bombarral, que mais tarde deu origem à Quinta dos Loridos.

Ermida de Nossa Senhora do Socorro – construída em 1574, é mandada edificar por Bárbara Henriques, trineta de Luís Henriques. O interior detém painéis de azulejos de 1733, contando a vida mariana e apresenta a imagem da Virgem de Leite. Esta também é considerada como imóvel de interesse público.

Capela do Santíssimo Sacramento – fundada pela Rainha D. Leonor, na primeira metade do século XVI, sendo mais tarde ampliada e restaurada e já no século XVIII é revestida com azulejos. As suas imagens possuem uma boa qualidade, a nível da pedra e da madeira, policromadas do século XVI XVIII. O seu retábulo do primitivo altar-mor é atribuído ao pintor António da Costa.

Igreja Paroquial do Senhor Jesus e São Pedro – esta igreja está rodeada por um parque arborizado, sendo edificada ao longo do século XIX, sendo anteriormente, uma ermita primitiva a São Pedro, padroeiro da freguesia do Carvalhal. Acolhe peregrinações, círios, feiras e romarias entre outros eventos religiosos. Ainda tem presente, uma imagem de Cristo cruxificado, cujo seu aparecimento está envolvido num mistério.

Na freguesia de Roliça

Igreja de Nossa Senhora da Purificação – um tempo oriundo do século XVI, detendo um batistério com porta óleos de 1557, apresentando uma capela lateral de epístola e consagrada ao Espírito Santo. Esta foi fundada pelo fidalgo Francisco Gorjão e esposa Brites Henriques. Também guarda várias pedras tumulares aparentemente do século XIV.

Solar dos Mellos e Castro – uma residência quinhentista situada em São Mamede, sendo considerado como um imóvel de interesse público.

Capela de São Lourenço – anexada ao Solar dos Mellos e Castro, é oriunda do século XVI e foi mandada construir por Martin Afonso de Mello, como promessa a São Lourenço, o seu padroeiro, cuja adoração provém do seu salvamento de um grande perigo do mar. No seu interior é possível encontrar um santuário de talha, mármore e de cúpula redonda do século XVIII e juntamente a isto, ainda é possível constatar um rodapé de azulejo, cujo objetivo é a representação da vida do orago, no século XVIII.

Capela do Senhor Jesus da Boa Hora – localizado na aldeia da Columbeira, sendo constituída por duas esculturas de Santa Justa e Santa Rufina e uma pintura dedica a Joséfa d’Óbidos. Contudo, em destaque está a escultura de Santa Ana e Virgem e a pintura da Virgem com o seu Menino.

Na freguesia de Pó

Capela de Santa Catarina – construída em 1903, substituindo antiga capela, mas preservando a escultura de pedra do século XVII, dedicada à padroeira.

Na freguesia de Vale Covo

Igreja do Sagrado Coração de Jesus – inaugurado em 1967, em que o altar apresenta um painel de mosaico florentino, representando a Última Ceia, de autoria de António Lino.