Património de Peniche

O concelho de Peniche oferece uma variedade de património histórico e cultural, que em conjunto com as tradições e costumes vividos em Peniche. Atualmente, Peniche é reconhecido como Capital da Onda, devido às suas características para a prática de surf e pelo evento mundial de surf – Rip Curl Pro. De uma povoação piscatória, Peniche evoluiu para uma cidade moderna, cuja a oferta satisfaz os amantes do surf, interessados pela história da pesca e todas as atividades relacionadas

O Museu Municipal encontra-se na Fortaleza de Peniche, foi mandado edificar em 1557 por D. João III, sendo concluindo por D. João IV, em 1645, e no ano de 1938 foi considerado como Monumento Nacional. A Fortaleza de Peniche foi utilizado de diversas formas, ao longo dos anos, desde praça militar em 1897; abrigo para refugiado dos Boers, provenientes de África do Sul, no início do século XX; durante a 1ª Grande Guerra Mundial, acolheu prisioneiros alemães e austríacos; foi Prisão Política durante a ordem salazarista, entre 1934 e 1974; neste ano, ainda acolheu famílias portuguesas que chegavam as colónias do Ultramar; e em 1984, albergou o Museu Municipal, até aos dias de hoje. Possuindo dez mil peças, sendo que maior parte destas encontram-se em exposição permanente. Este museu apresenta as coleções referentes à Pré-história, Arqueologia Subaquática, Pesca e Construção Naval, Arquiteto Paulino Montês, Memórias de Peniche, Rendas de Bilros e Resistência Antifascista.

Património Edificado

Fortaleza de Peniche – durante a Idade Média e até ao início do século XV, a ilha junto à foz do rio São Domingos viria fundar a povoação da Atouguia, um importante aglomerado da região. Contudo, a partir da centúria de Quatrocentos, com o progressivo assoreamento do canal do rio entre Peniche e Atouguia, e em 1438, foi fundado o porto de Peniche, a mandato de D. Duarte. Com o desenvolvimento deste novo porto, ao longo do século XV, a Coroa constatou a necessidade de erguer uma fortificação para proteger a povoação. Um projeto iniciado por D. João III, começando por um castelo ou um baluarte, na península de Peniche. Embora o interesse pela edificação da fortaleza só tenha surgido na primeira metade do século XVI, o projeto do baluarte avançou apenas em 1557, sendo D. Luís de Ataíde responsável pela obra, ficando terminada um ano depois – este acontecimento é presenciado na inscrição colocada sobre a porta do Baluarte Redondo. Apenas 1589, o arquiteto da Coroa Filippo Terzi, continuou a construção da fortaleza, uma vez que, com a partida de D. Luís de Ataíde para a Índia, as obras foram interrompidas, em 1567. Porém, esta fortificação ficou concluída nos meados do século XVII, durante o período de Restauração, aquando a Coroa remodelou o sistema defensivo da costa. Portanto, em 1642, deu-se o início de uma obra de ampliação da fortificação, tendo uma planta estrelada irregular, limitada pelas muralhas com baluartes poligonais e uma segunda linha defensiva. Em 1645, esta obra ficaria concluída. A fortaleza continuaria a desempenhar um papel importante na defesa da linha da costa atlântica ao longo dos séculos, sendo fundamental nas Invasões Francesas e as Guerras Liberais.

Fonte do Rosário – um dos pontos de abastecimentos mais importantes da água da cidade de Peniche, visto que a população sempre se debateu com a escassez de água. Desconhecida a sua origem concreta, existe a possibilidade que tenha sido edificada no século XVI, época em que se assistiu a melhoramentos por todo o país, na captação, condução e abastecimento de águas às populações mais necessitadas. Devido a uma inscrição no arco de acesso ao interior do conjunto, reconhece-se que esta fonte foi restaurada na primeira metade do século XVIII. Esta trata-se de uma fonte de mergulho de profundidade tal, que necessitou da construção de uma rampa com um acentuado declive. Posteriormente, a inclinação desta rampa foi atenuada, através de quatro degraus à entrada do pátio, que circunda a fonte. O pátio quadrangular é abobadado, com uma largura suficientemente para que as antigas carroças pudessem fazer inversão de marcha e subir a rampa, para retornarem à vila, onde abasteciam as casas e os diversos estabelecimentos citadinos.

Castelo de Atouguia da Baleia – com o progressivo assoreamento da ribeira de São Domingos, a localidade da Atouguia da Baleia disponha de um castelo sobranceiro a um importante porto, devido à sua posição resguardada em relação ao oceano. Com as suas condições naturais, Atouguia foi eleita como sede de concelho medial, durante o século XII. Em 1158, a “herdade da Tougia” passou para a posse de D. Guilherme de Cornibus, que auxiliou D. Afonso Henriques durante as conquistas de 1147. A partir desta doação e com esforços da povoação e organização do território, que se ergueu este castelo. Quarenta anos mais tarde, na altura em que D. Sancho I passou um novo diploma, este castelo era referido, bem como a necessidade de acrescentar atalaias, dispersas pelo concelho, para melhorar o sistema defensivo. É desconhecido como teria sido a estrutura primitiva do castelo, sendo suposto que as estruturas remanescentes fossem posteriores ao século XII. Deste modo, assume-se que a fortaleza adaptasse pressupostos românticos, com uma cerca a delimitar o pátio interior e que no centro, de forma isolada, se erguia uma torre de menagem. Atualmente, a fortaleza é representada por um troço de muralha, do prolongamento oval, fortalecido por uma torre retangular, a Noroeste. No século XVI, D. João III mandou que fosse iniciado o processo de restauração, uma altura em que a costa portuguesa estava a ser ameaçada por piratas e corsários. D. Luís de Ataíde reconheceu o valor secundário da fortaleza, beneficiando o porto e o castelo de Peniche, aos quais transferiu verbas reais. Deste modo, iniciava-se o processo de transferência de poderes para Peniche, sendo continuado em 1759, quando Marquês de Pombal ordenou executar o conde da Atouguia, por suposta participativa na tentativa de assassínio de D. José. A 6 de novembro de 1836, o concelho de Atouguia da Baleia foi extinto. Durante este período, o castelo e o sistema defensivo da Atouguia da Baleia não forma tiveram qualquer tipo de obras de recuperação ou requalificação e os seus terrenos foram privatizados ou conquistados pelos lodos da ribeira de São Domingo.

Capela de Nossa Senhora da Guia – uma capela maneirista, do final do século XVII. A sua fachada com um portal e janelas retangulares, encimados por uma empena contracurvada, adornada com pináculos nos acrotérios, acompanhada por uma torre sineira adossada a norte. Já o seu interior é composto por uma nave coberta de madeira e abóbada de berço na capela-mor. No altar-mor é de destacar o retábulo e dois altares laterais em talha dourada, num estilo nacional. Este espaço interior carateriza-se pelas cores e cenografia dos elementos decorativos, resultando numa campanha setecentista.

Cruzeiro de Atouguia da Baleia – situada na vila de Coimbrã, este cruzeiro é um dos marcos patrimoniais de interesse do antigo termo de Atouguia da Baleia. Neste encontra-se uma inscrição que faz referência ao seu criador, um homem de importância na vila da Atouguia, no início do século XVI, “ANTÓNIO DA COSTA POR SUA DEVOÇÃO MANDOU FAZER NO ANO DE 1525”. Uma obra composta por duas peças, o cruzeiro juntamente com um pequeno templo, que o protege. A sua cruz encontra-se sobre um fuste cilíndrico e capitel vegetalista, em que está inscrita a legenda epigráfica da comemoração da sua construção.

Farol do Cabo Carvoeiro – localizado no Cabo Carvoeiro, este farol de torre quadrangular de 27 metros de altura tem um alcance de 15 milhas. Este foi mandado edificar, conjuntamente com outros faróis, pelo Alvará pombalino de 1758, que posteriormente fundou o Serviço e Faróis em Portugal. Começando a funcionar em 1790, este farol é um dos mais antigos da costa portuguesa. Atualmente, neste local funciona a estação de DGPS do Carvoeiro, fundada em dezembro de 2002, na frequência 311.5 kHz.

Forte da Praia da Consolação – localizado na Atouguia da Baleia, este foi fundado em 1641 por D. Jerónimo de Ataíde, Conde de Atouguia e senhorio de Peniche. O objetivo da fortificação era o reforço da linha de defesa da enseada de Peniche, podendo cruzar fogo com a fortaleza da vila. As obras de construção desta fortificação terminaram em 1645, e anos mais tarde, em 1665, a estrutura da plataforma foi ampliada. Contudo, com o grande terramoto de 1755, a parte da bateria que se encontrava voltada para o mar, acabou por ruir. No início do século XIX, este forte sofreu uma vez mais obras de ampliação, visto que no ano de 1800 foi inserida uma bateria que suportava cerca de 15 canhoeiras, para a defesa da enseada. A fortificação da Praia da Consolação desenvolve-se em planimetria estrelada, possuindo quatro baluartes triangulares e cinco plataformas, onde ficavam as bocas-de-fogo, e está rodeada por um fosso, ao qual o seu acesso faz-se por uma ponte. Em 1947, a fortaleza foi desativada das funções militares, sendo ocupado por uma colónia de férias e no ano de 1974, foi instalada a sede da Associação Recreativa Forte Clube da Consolação.

Forte de São João Baptista Forte da Berlenga – no início do século XVI, a Ilha da Berlenga foi ocupada por uma comunidade de frades jerónimos, que edificou o Mosteiro da Misericórdia da Berlenga, por forma a auxiliar os náufragos. Contudo, com os ataques do corso afastaram estes frades da ilha, e no século XVII, D. João IV manda erguer uma fortaleza nesta ilha, visando o reforço da defesa da cidadela de Peniche. Deste modo, foi edificado o Forte de São João Baptista sobre um ilhéu, ligado à ilha por uma ponte de alvenaria, um projeto de engenheiro Mateus do Couto. No ano de 1666, com o ataque de uma esquadra espanhola, que visava raptar a rainha D. Maria Francisca de Sabóia à chegada a Portugal, à época do seu casamento com D. Afonso VI, a construção do Forte da Berlenga foi interrompido. Aquando as invasões francesas, este forte serviu de base para as tropas inglesas, sendo posteriormente devastado pelos franceses. Em, 1821, D. João VI ordenou o restauro da fortaleza, reedificando a capela destruída pelos franceses. Durante as Guerras Liberais, o forte serviu de base às tropas de D. Pedro para a conquista da fortaleza de Peniche, que fora ocupada por tropas miguelistas. Após 14 anos, o Forte das Berlengas foi desartilhado e gradualmente foi abandonado. No século XX, na década de 50, a Fortaleza de São João Baptista foi restaurada pela Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, e posteriormente adaptou-se o espaço para uma a pousada.

Homenagem à Rendilheira – a cidade de Peniche está fortemente relacionada com as rendas de Bilro, desde o século XVII. Sendo celebrado o dia da Rendilheira.

Homenagem aos Homens do Mar – uma estátua criada para homenagear os conterrâneos de Peniche que dedicaram a sua vida ao mar.

Igreja de Nossa Senhora dos Remédios – relativamente perto do Cabo Carvoeiro, este edifício é oriundo do século XVII, segundo a tradição foi construída onde se encontrou uma imagem de Nossa Senhora, escondida numa caverna, que existia antigamente no local, a partir deste momento iniciou-se o culto à Senhora dos Remédios. Anos mais tarde, com as peregrinações anuais que se realizavam naquele local, surge a necessidade de construir a capela. Nesta é possível encontrar azulejos que ilustram episódios da vida de Virgem. No exterior da capela, existe uma praça fronteira com as casas, em que permaneciam o ermitão e os mordomos, as hospedarias e as cavalariças. Em 1996, esta capela foi considerada como Imóvel de Interesse Público, pelo antigo IGESPAR, IPPAR. Anualmente, no mês de outubro realiza-se uma romaria.

Igreja da Misericórdia de Peniche – esta remonta ao século XVI, anexada ao antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia de Peniche. Esta possui uma nave decorada com painéis de azulejos do século XVI, pintura a óleo de acontecimento do Evangelho e 55 caixotões pintados no teto que fazem alusão a cenas do Novo Testamento, Livro dos Atos e Apocalipse. Ainda é possível de observar o túmulo de D. Luís de Ataíde – 3º conde de Atouguia da Baleia e Vice-rei da Índia. Esta igreja foi considerada como Imóvel de Interesse Público.

Igreja de Nossa Senhora da Ajuda – uma das três mais interessantes igrejas de estilo barroco em Peniche, sendo composto pela igreja de Nossa Senhora da Conceição, a igreja de Nossa Senhora dos Remédios e a igreja de Nossa Senhora da Ajuda. Esta encontra-se inserida nos modelos nacionais de igrejas com um revestimento de painéis de azulejo, interligados com talha dourada e pintura de tetos, porém, nesta igreja destaca-se a Virgem e as invocações das três irmandades, a Nossa Senhora da Ajuda, o São Pero Gonçalves Telmo e o Santíssimo Sacramento. Desconhecida a data concreta da sua edificação, esta já existia aquando a instituição da irmandade de São Pero Gonçalves Telmo, em 1505. Em 1569, foi feita uma intervenção de remodelação, testemunhada nas bases das pilastras bipartidas da porta principal. Posteriormente, realizou-se a remodelação do interior do templo: revestido por azulejos de padrão, o teto de caixões encontrado na capela-mor, contém um atributo a Baltazar Gomes Figueira e o retábulo-mor, foi construído entre 1680 e 1690, sendo dourado em 1706/1707. O templo atual provém de uma intervenção iniciada em 1716, com as esmolas dos fiéis, que remodelou sobretudo, o interior, que contrasta cenograficamente com o exterior, com uma arquitetura chã. Neste período, a nave sofreu um aumento por forma a aguentar o coro alto, incrementando o seu comprimento desproporcional. A conclusão destas estruturas ocorreu em 1719, avançando para as intervenções nas capelas laterais, sob a orientação do mestre de pedraria João Mateus. Os painéis de azulejos revestem grande parte dos panos murários do templo, apresentando episódios da vida da Virgem.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição – situada na freguesia de Atouguia da Baleia, a sua edificação começou no dia 10 de Maio de 1694, terminando a 9 de Abril de 1698, a mando da Santa Casa da Misericórdia, sendo a sua autoria atribuída ao arquiteto João Antunes. O financiamento para erguer a igreja proveio das esmolas do povo e de figuras da nobreza portuguesa do século XVI, como a rainha D. Maria Sofia de Neuburgo, segunda esposa de Pedro II de Portugal. A igreja está inserida numa construção maneirista e barroco, contendo uma nave, uma capela, duas sacristias com átrio, dois torreões quadrangulares e uma alpendrada, que acompanha a nave, estes espaços estão cobertos por abóbadas. A nave contém um coro alto, juntamente com dois púlpitos, duas pias de água benta, com um formato de concha, e dois altares laterais com retábulos em talha policromada. A imagem da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, encontra-se dentro de um baldaquino. Numa sacristia encontra-se um arcaz de pau-preto, que reveste a parede, também é possível observar uma fonte com lavatório e cabide, em mármore. A igreja foi considerada Imóvel de Interesse Público, pelo antigo IGESPAR, IPPAR.

Igreja de São Leonardo – localizada na Atouguia da Baleia, esta igreja matriz de estilo romano-gótico, foi edificada no século XII. Conforme a tradição, esta ergueu-se a partir de um templo godo e mesquita árabe. No exterior desta igreja, é possível encontrar a torre sineira e uma frontaria com um portal. Embora envolvida com caraterísticas góticas, também se destacam elementos manuelinos, como a porta da sacristia, outros elementos maneiristas, como o revestimento de azulejos e as capelas laterais. Já no interior da igreja, destacam-se os arcos ogivais e as colunas cilíndricas. O seu teto é constituído por painéis que representam cenas do Antigo Testamento. Segundo a lenda este teto foi sustentado pelos ossos da baleia que deu à costa, no século XVI, sendo a razão da mudança do topónimo da vila. Um dos seus ossos encontra-se no interior da igreja, em estado de petrificação. Ainda no interior, existem diversas peças de arte, como o baixo-relevo da Natividade, estando na parede frontal, e o presépio da Escoa Machado de Castro.

Igreja de São Pedro – uma construção do século XVI, na freguesia de São Pedro, é uma edificação divida em três partes, duas colunas e no meio um nártex com um arco encimado por um óculo circular. A sua torre sineira encontra-se no lado direito. Já o seu interior é composto por duas naves laterais e uma central, nesta a capela-mor ergue-se em honra de São Pedro, juntamente com vários quadros que espelham alguns momentos da vida do Santo. Os altares em talha dourada barroca louvam o Senhor do Bonfim, Nossa Senhora da Boa Viagem e a São Pedro de Alcântara. Na sacristia existem uma pintura barroca da Sagrada Família, oriunda dos finais do século XVII.

Muralhas e Portas da Cidade de Peniche – a cidade de Peniche encontra-se rodeada parcialmente por muralhas do século XVI. Estas muralhas defenderam a cidade, juntamente com o Forte da Consolação e o Forte de São João Baptista das Berlengas. Contudo, durante as invasões napoleónicas revelou-se débil.

Palácio da Serra d’El Rei (Paço Dom Pedro I) – edificado por D. Pedro I, em meados do século XIV, este conjunto desempenhou um papel secundário, no contexto das residências reais baixo-medievais, sendo constantemente esquecido nos trabalhos que se pendiam sobre os paços reais do final da Idade Média. No século XV, por iniciativa do rei D. Duarte, o palácio sofrera uma reforma parcial, sendo revestido por materiais de estilo gótico. Mais tarde, este conjunto foi ampliado, que na prática os seus espaços foram triplicados. No ano de 1588, após a conclusão das obras de ampliação do palácio, foi comprado pelos Condes da Atouguia, tornando-se a sua residência. Com o passar dos séculos, a vila e o paço decaíram de importância. Depois da confiscação dos bens dos condes, o monumento estancou na renovação neoclássica, degradando-se com o decorrer dos anos.

Pelourinho de Atouguia da Baleia – O nome Atouguia da Baleia tem origem em dois diferentes períodos históricos. Este antigo porto de mar antes do assoreamento da região, foi primeiramente referido no século XII, que refere uma povoação de Tauria – chamada pela grande quantidade de touros selvagens desta região – que a palavra do latim antigo originou o topónimo de Atouguia. Em 1148, D. Afonso Henriques doa Tauria a dois cruzados franceses, Roberto e Guilherme Le Corni, que participaram na conquista de Lisboa. Em sequência desta doação, surge o primeiro foral, em 1167, posteriormente confirmado por D. Sancho I, que inclusivamente oferece o foral novo em 1195. Porém, em 1526, num episódio de aparecimento de baleias nas praias desta zona, passaria a evocar o nome da vila. As ossadas do animal seriam guardadas na igreja matriz da vila. O primeiro pelourinho desta região fora erguido depois do seu senhorio passar para rei D. Dinis, que se encontrava a par das obras do castelo. Uma vez que este era o porto mais importante do reino devido à sua situação privilegiada na defesa da costa, que ajudou no desenvolvimento da construção naval, patente na presença de Manuel Pessanha, genovês, primeiro almirante de Portugal, que fora contratado pelo rei para a organização a marinha. O atual pelourinho é uma obra quinhentista, erguido depois da outorga do Foral Novo de D. Manuel, em 1510. Numa base com três degraus quadrangulares (embora originalmente fossem quatro) assenta a base da coluna, com um fuste cilíndrico divido por um anel de torsade. Este sustenta um capitel facetado, em que é possível ver a heráldica dos Condes de Atouguia, picados devido à ameaça que estes proporcionaram à vida do rei, destruindo os lavrados. Este conjunto é rematado por uma pinha decorada com estrias helicoidais intercaladas por fileiras de bolas. Este pelourinho é classificado como Imóvel de Interesse Público em 1933.

Touril de Atouguia da Baleia – data do século XVIII, era utilizado como palco de touradas, muito provavelmente por parte da família real ou por elementos da nobreza que se hospedavam no Paço da Serra d’ El-Rei. Nesta estrutura é possível encontrar esteios de pedra, que delimitam o que era a arena antigamente, no chão, junto à igreja de Nossa Senhora da Conceição. O Touril da Atouguia da Baleia é um dos poucos exemplares deste género existentes em Portugal.