Património de Sobral de Monte Agraço

O concelho de Sobral de Monte Agraço é um concelho rural, cuja autenticidade mantém-se nos seus campos agrícolas, especialmente as vinhas, um valor representado no Museológico do Vinho. Sobral de Monte Agraço apresenta uma variedade de património que conta a sua história, especialmente durante a luta contra as invasões Napoleónicas.

Centro Histórico da Vila – desenvolve-se em redor da Praça Dr. Eugénio Dias, um local de cariz arquitetónico pombalino, com traços do Arquiteto Reinaldo Manuel dos Santos. Atualmente, reflete as transformações sociais, históricas, comerciais e políticas da comunidade de Sobral de Monte Agraço, durante o seu tempo de existência. A partir deste centro é possível visitar o Chafariz, a Igreja de Nossa Senhora da Vida, constatar as fachadas do edifício dos Paços do Concelho, do Solar dos Condes de Sobral, entrar no Núcleo Museológico do Vinho e visitar o Centro de Interpretação das Linhas de Torres.

Cine-Teatro – nos anos 40, do século XX, existia na vila, um Teatro, o Teatro Eduardo Costa, que estava fechado e em degradação, que obrigava às atuações e eventos culturais num palco improvisado na Associação dos Bombeiros Voluntários do concelho, enquanto o cinema era passado nos muros da Quinta do Sobral. Com o passar dos anos, demonstrou-se a necessidade de se construir um novo espaço para se realizarem estas atividades. Desde modo, surge o Cine-Teatro, inaugurado a 30 de junho de 1945, mas que devido a dívidas, foi entregue à Associação dos Bombeiros Voluntários, Reabriu como Centro Cultural e Recreio Comandante João Simões de Silva Lopes e na década de 80 e 90 realizou diversos espetáculos promovidos pela Associação dos Bombeiros Voluntários, pela Câmara Municipal, juntamente com atividades desenvolvidas pelo CDIAG (Centro Dramático Intermunicipal Almeida Garrett), grupo de Teatro criado no Âmbito da AMACULTURA, Associação de Municípios, no âmbito da área cultura. Porém, este espaço cessou as suas atividades, em 2000, devido às poucas condições que oferecia, reabrindo a 24 de maio de 2006, com infraestruturas modernas e novos serviços. Este espaço oferece uma panóplia de atividades de entretenimento, desde música a teatro, cinema, dança, espetáculos infantis e pedagógicos.
Galeria Municipal – inaugurada no ano de 1992, encontra-se no edificada no Paços do Concelho, próxima do Auditório Municipal e do Núcleo Museológico do Vinho. Este espaço cultural visa a divulgação das artes plásticas, como a pintura, escultura, desenho, entre outros, organizando mensalmente uma exposição, que ao longo do anos, acolheu tanto exposições individuais como coletivas, quer de artistas reconhecidos, quer de jovens artistas, que iniciavam a sua atividade no mundo das artes. A Galeria está aberta de terça-feira a sábado, das 14h00 às 19h00.
Núcleo Museológico do Vinho – inaugurado em 1992, este núcleo visa, numa política de recuperação, preservação e divulgação do património de Sobral de Monte Agraço, expor objetos etnográficos, testemunhos da principal atividade económica do concelho – o cultivo da vinha e produção de vinho, promovendo tal através de mostras de utensílios e alfaias agrícolas e documentos sobre os métodos e técnicas na viticultura e na vinificação da região. Este núcleo encontra-se instalado numa antiga adega restaurada pela Câmara Municipal.

Património de Sobral

  • Praça Dr. Eugénio Dias – nesta praça encontra-se o edifício da Câmara Municipal, em que se salienta a lápide alusiva à mercê do senhorio, cedida por D. José a Joaquim Inácio da Cruz Sobral, quem iria ordenar a construção da casa nobre da família Sobral; também se encontra o chafariz, coreto e a estátua do médio Eugénio Dias, que no século XX denominou a praça.
  • Igreja de Nossa Senhora da Vida – reconstruido sobre anterior capela da mesma invocação. A sua construção esteve sob a direção do Arquiteto Reinado Manuel dos Santos e financiada pelo Cónego António José da Cruz e pelos irmãos Joaquim Inácio da Cruz Sobral e Anselmo José da Cruz Sobral. Em 1867, a família Sobral mais concretamente, os 2ºs Condes de Sobral – Adelaide Braamcamp Sobral e Luís de Mello Breyner, cederam a Igreja de Nossa Senhora da Vida à Junta de Paróquia de Salvador do Mundo, para pudesse ser realizado o culto, visto que a Igreja Paroquial do antigo núcleo de Monte Agraço estava em ruínas. Ficando estabelecido que esta igreja voltaria à família, caso fosse encerrada ao público, algo que acontecera durante a 1.ª República. Contudo, a 13 de maio de 1986, D. António Braamcamp Sobral e sua esposa D. Maria Passanha Braamcamp Sobral doaram uma vez mais a igreja ao Patriarcado de Lisboa.
  • Capela São Salvador do Mundo – remonta ao século XIII, o edifício revela o período de transição entre o estilo Romântico para o Gótico. Este imóvel é considerado como um dos templos medievais mais interessantes da região de Lisboa, oferecendo-lhe a classificação de Imóvel de Interesse Público.
  • Moinho de Vento de Sobral – localizado na Sobral de Monte Agraço, encontra-se integrado no cenário paisagístico de Sobral, Serra do Socorro e da Serra Montejunto. Este moinho é uma marca arquitetónica com um engenho tradicional de moagem, um moinho de tipo “Moinho Português” ou “Mediterrâneo”, é um considerado um cartão-de-visita, uma vez que é algo representativo e único em funcionamento do concelho. O Moinho de Vento de Sobral encontra-se em bom estado de conservação, uma vez que a sua recuperação e devida dinamização provém da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço.
  • Edifício do Antigo Matadouro Municipal – erguido na sede do concelho, este imóvel é constituído por painéis de azulejos industriais de 1940. Um imóvel que anuncia perfeitamente a sua função e a época de construção. Atualmente encontra-se reaproveitado para várias funções, como os estúdios da rádio local.

Património de Santo Quintino

  • Igreja de Santo Quintino – a sua construção iniciou-se em 1520, durando até 1998, devido a várias remodelações e restauros necessários, transformando este monumento um orgulho para a sua freguesia, para além de inúmeras famílias tenham ajudado e colaborado nestas obras, também a sua devoção permitiu a sua dinamização. A sua beleza e junção de estilos arquitetónicos, e constante trabalho para melhorar, fazem com que esta igreja seja eleita para a celebração de várias cerimónias. Esta igreja é a Igreja Matriz de Santo Quintino.
  • Capela de São Tomé – localizada em Casais de Santo Quintino, esta capela rural setecentista foi restaurada em 1978, sem alterar qualquer traço. No seu interior constatam imagens de São Tomé e Santa Catarina, em calcário.
  • Capela de Nossa Senhora da Saúde – situada em Fetais, esta capela setecentista e rústica, apresenta no seu interior uma cobertura de azulejos de tapete com três padrões. Na sua azulejaria estão dois painéis policromos: um sobre o arco triunfal, com a imagem da padroeira, e um outro sobre a porta da sacristia que representa a construção de uma ponte.
  • Capela de Nossa Senhora das Necessidades – localizado em Sabugos, este templo de pequenas dimensões, tem uma planta quadrada com um arco de triunfo que separa a capela-mor da nave. No espólio está uma imagem da padroeira e duas imagens mais pequenas que representam São José e Santa Ana. O pavimento e a cobertura do interior são de madeira, e o teto em masseira.
  • Capela de Santo Amaro – em Martim Afonso encontra-se uma ermida antiga, sem data de construção, porém em 1760, sob o nome de capela de Santo António, esta já se encontrava em estado de degradação. A sua planta de construção é retangular, integrada na disposição das construções da aldeia envolvente, sendo composta por uma nave ligada à capela-mor, através de um arco de triunfo. O espólio contém uma tríade de imagem de Santo António e Santo Amaro e Nossa Senhora da Conceição. O seu pavimento apresenta duas áreas distintas, como a cobertura do teto que demonstração as obras de ampliação da capela. Envolvente da zona da capela-mor está pavimentada com madeira, o teto em abóbada de berço semicircular, a zona da entrada está pavimentada em lajes e o seu teto em masseira.
  • Capela de Nossa Senhora da Fé – localizada na Zibreira da Fé, esta obra é constituída por uma nave do século XVII, conforme a inscrição na laje sepulcral, de 1606. Depois da igreja matriz, esta capela é o monumento mais rico da freguesia. No interior é possível encontrar várias imagens da Nossa Senhora e do Menino, na capela-mor está uma imagem de São Francisco, do século XVII, a de Santa Eufémia do século XVIII e a de Nossa Senhora da Fé, sem data. O teto da capela-mor é de berço, com caixotões simples, já a restante cobertura da capela é em madeira de masseira, o chão está revestido por lajes. Também se encontra uma balaustrada em mármore em bom estado e um retábulo oriundo dos finais do século XVIII. Relativamente ao exterior, encontra-se um relógio de sol, em bom estado de conservação, do lado direito da entrada.
  • Capela da Quinta da Martinacha – nesta encontra-se um silhar de azulejos policromos, reproduzindo almofadas marmoreadas, molduras rocaille e anjos com os instrumentos da tortura de Cristo no calvário, cuja datação é oriunda do último quartel do século XVIII. Na envolvente exterior está a mata secular.
  • Capela da Quinta da Amoreira – situada em Chá, na Quinta da Amoreira, esta capela erguida em honra à Nossa Senhora da Assunção, com um estilo setecentista e rústico, esta tem uma planta retangular, com uma nave que estabelece ligação com a capela-mor através de um arco de triunfo. O espólio apresenta imagens de São José com o Menino, do Sagrado Coração de Jesus e de Maria.
  • Quinta das Fontainhas – a casa desta quinta foi erguida no século XVIII a mandato de José Gomes da Paz. Em 1877, foi autorizada a celebração de missa pública, mesmo quando esta pertencia a Vitorino de Avellar Telles. O espólio é constituído por uma pintura de Nossa Senhora da Conceição, um relicário, uma estatueta de São Francisco de Assis e outra de Santo António de Lisboa.
  • Quinta de Nogueiras – nesta existe uma capela familiar em honra de São Gregório, com uma nave de planta retangular e uma capela-mor, que estão separadas por um arco de triunfo. No seu espólio encontra-se uma imagem de São Gregório, frontal de altar envolvido a azulejos seiscentistas azuis e brancos, também existentes nas paredes da nave e nas paredes do coro. O telhado é madeira em masseira e o chão revestido de tijoleira.
  • Miradouro de Casais de Santo Quintino – sítio com uma vista privilegiada para os vales e costa marítima. Este encontra-se junto ao crossódromo de Casais de Santo Quintino. Um local que desfruta de um bom posicionamento, em que permite observar o pôr-do-sol.

Património de Sapataria

  • Igreja de Nossa Senhora da Purificação – esta igreja é exemplo do património religioso de interesse, que a é obrigatório visitar, permitindo uma simbiose entre o visitante e o residente, uma vez que transpõe um sentimento de reconhecimento dos ritos e crenças da cultura e tradições das gentes. Esta igreja ainda conserva o portal manuelino e os azulejos do século XVII. No mês de agosto é celebrado os Festejos em Honra de Nossa Senhora da Purificação, algo que envolve toda a população da comunidade e promove a sociabilidade entre as aldeias vizinhas.
  • Capela de Nossa Senhora do Desterro – em Pêro Negro, neste templo setecentista esculpido em calcário, em que são realizadas as festividades em honra da Nossa Senhora do Desterro que ocorrem anualmente.
  • Quinta Freixos – conhecida por Quinta do Barão de Manique, foi estabelecida a partir das fazendas de Nicolau de Mattos Nogueira, que no ano 1754 começou a edificar o casario. Esta propriedade possuía grandes pomares, vinhas, hortas e áreas de pasto, tendo as águas do rio Sizandro, que contribuíram para a fertilidade dos terrenos. Em 1810, o marechal Arthur Wellesley (posteriormente Duque de Wellington) instalou o seu Quartel-general nesta quinta. A partir desta comandou as tropas luso-britânicas, durante o período em que ocupavam as Linhas de Defesa de Lisboa (atualmente, conhecidas como Linhas de Torres). No ano de 1931, a Comissão de História Militar mandou construir uma lápide evocativa deste fato no edifício frontal desta quinta, em que é possível ler: “Nesta casa, do Barão de Manique. Esteve o quartel-general do Marechal Sir A. Wellesley, em 1810, durante a ocupação das Linhas de Torres Vedras”.

Sobral na Rota das Linhas de Torres – os principais fortes da primeira Linha de Defesa de Lisboa contavam com Alhandra, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras. Estes últimos concelhos formaram os maiores redutos do sistema defensivo, embora existisse um conjunto significativo de outros fortes, com uma dimensão menor, que estavam localizados no alto das colinas, e garantiam que todos os pontos ficavam guarnecidos. No concelho de Monte de Sobral Agraço foram construídas oito obras defensivas: o Moinho do Céu, Forte da Caneira; Forte Grande; Forte do Trinta; Forte do Simplício; Forte do Machado; Forte da Patameira e o Forte Novo. Devido à sua localização o Forte Grande de Alqueidão foi escolhido para acolher um dos mais importantes redutos da defesa longe de Lisboa, contra as tropas francesas, uma vez que continha uma boa vista sobre todas as direções, tinha a maior capacidade em guarnição e em número de peças de artilharia e em termos arquitetónicos apresentava uma forma diferente da maioria das outras obras militares.