Património de Ílhavo
Farol da Barra
O seu projeto foi iniciado em 1885 pelo engenheiro Paulo Benjamim Cabral, ficando concluído pelo engenheiro Maria de Melo e Mattos em 1893, sendo que em 1929 sofreu uma grande restauração. Este farol encontra-se na praia da Barra e é um dos ex-libris do Ílhavo, no seu topo, após 288 degraus é possível obter-se uma das paisagens mais belas de Portugal. O seu feixe de luz alcança as 22 milhas náuticas/ 40 quilómetros de distância, atualmente alimentado por energia elétrica, antigamente a sua luz era provocada por incandescência do vapor do petróleo. Este farol vigia toda a costa do Ílhavo e mais, assegurando que as navegações não naufragassem devido à ilusão de afastamento, que era provocada pela costa plana. Aquando a sua construção foi o sexto maior do mundo e atualmente é o segundo maior em alvenaria de pedra da Europa e vigésimo-sexto mais alto do mundo.
Palheiros da Costa Nova
As maravilhosas casas de riscas que existem na praia da Costa Nova, que originalmente era em tons de vermelho ocre e preto, eram usadas como armazéns de alfaias de pesca. Até ao século XIX, a Costa Nova era apenas um areal inabitado que apenas após a fixação da Barra do Porto de Aveiro, os pescadores ergueram nesta os palheiros para guardarem os seus materiais. Mais tarde, a população foi sendo atraída para esta zona durante os meses de verão e outono, tornando os palheiros com riscas coloridas em habitações de estação balnear.
Palheiro José Estêvão
Este foi mandado erguer por Manuel de Moura Vilarinho, no ano de 1808, sendo considerado como um dos mais bonitos exemplares dos originais palheiros da zona da Costa Nova, mantendo as suas coloridas riscas de vermelho ocre. Após adquisição de José Estêvão, este palheiro apresenta uma gama de peças de cena artística nacional e política da época como Eça de Queirós, Guerra Junqueiro e Oliveira Martins, relacionados com a “Geração de 70” e ao movimento do realismo.
Forte da Barra
Também conhecido como Forte Pombalino, Forte Novo ou Castelo da Gafanha, este foi erguido no ano de 1640, Gafanha da Nazaré, no período da Guerra da Restauração, apresentando uma arquitetura militar seiscentista, com baluartes angulados muito típico desta época. No ano de 1974, foi classificado como Imóvel de Interesse Público, e atualmente desempenha as suas funções de apoio à sinalização de navegação interna.
Casa Gafanhoa
Construída na década de 20 do século XX, esta habitação de lavradores foi convertida para o Museu Municipal em 2000, após a sua recuperação, sendo gerido pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Esta ostenta um testemunho dos modos da vida rural da população quer fazia as suas fainas do mar e da Ria, promovendo a sua cultura, tradições e etnografia.
Zona Histórica de Ílhavo
Uma zona caracterizada por um conjunto de edifícios antigos entre arruamentos estreitos, vielas e becos, aqui se destacam os elementos pitorescos e singulares. Com um projeto de valorização desta zona, foram criadas condições para os peões estarem à vontade, promovendo a acessibilidade, mobilidade e inclusão e potenciando a sua dinamização social, económica e cultural.
Bairro Operário da Vista Alegre
Um bairro diferente dos restantes portugueses, este é o primeiro que de forma filantrópica e privada se tornou autossuficiente, isolando-se dos restantes aglomerados urbanos, tendo como pilar central a Fábrica de Porcelanas Vista Alegre, fundada por José Ferreira Pinto Basto, que visava albergar operários que o seu único trabalho seria naquela fábrica, potenciando a sua formação artística através da educação escolar e de atividades culturais. Atualmente, ainda se consegue observar características bucólicas, espírito artístico que divulgou a conceção estética das porcelanas. Nesta foram erguidas casas de habitação, um colégio com escolaridade primária, aulas de desenho pintura e música, um teatro para momentos de lazer, unidades de assistência que oferecia uma ideia de segurança e um corpo de bombeiros.
Bairro da Malhada
Neste bairro instalou-se na margem nascente do Canal do Boco, que aproveitou o melhor dos recursos da Ria, este apresenta desenhos de temas marítimos no topo das casas.
Vila Africana
A arte nova concede um património edificado único ao centro da cidade de Ílhavo. Na estrada nacional 109, encontra-se uma vivenda que foi projetada pelo desenhador-pintor aveirense José de Pinho, obtendo as características únicas de arte nova, com a sua fachada com portas de madeira e uma bandeira superior e vidros coloridos. A Vila Africana foi construída entre 1907 e 1908, que devido à primeira Guerra Mundial foi interrompida, sendo mais tarde recomeçados. O seu nome provém do fato que Dr. José Vaz desempenhava funções em Cabo Verde, na Parceria Marítima Africana. Nesta vila destaca-se a fachada que apresenta múltiplas características que requerem uma avaliação detalhada.
Vila Vieira
Erguida na década de 30, esta vila foi habitação de João Fernandes Vieira, vereador na Câmara Municipal de Ílhavo e devido à sua radicação na América do Sul. Este edifício apresenta uma arquitetura eclética dos finais do século XIX e inícios do XX, tipo colonial e popular portuguesa, esta é envolvida por decorativos de arte nova. Pela sua beleza arquitetónica tradicional e localização central na cidade de Ílhavo, esta foi adquirida pela Câmara Municipal de Ílhavo, podendo ser recuperada e em 2005 abriu como sede da Junta de Freguesia de S. Salvador.
Casa dos Cestos
Sem conhecimento da sua data de construção nem projetista, apenas observável são as suas características do estilo de arte nova, especialmente nos varandins, decorativos em serrelharias, singelas e florais que vão alterando entre a cor branca e rosa. Entre diversos elementos de arte nova que esta habitação apresenta e requer máximo de atenção, destacam-se os cestinhos de flores que decoram a torre da casa, os frisos ed azulejos, os decorativos em estuque branco e a as molduras das janelas.
Quinta do Paço da Ermida
Do século XVIII, esta quinta é composta por belos jardins e por uma casa apalaçada, sendo atualmente propriedade da família Pinto Basto, adquirida no ano de 1812, pelo fundador da fábrica da Vista Alegre, José Ferreira Pinto Basto, que em hasta pública também adquiriu a capela da Vista Alegre em honra de Nossa Senhora da Penha de França, um Monumento Nacional. Nesta residência particular encontra-se uma Araucária de Norfolk (Araucaria heterophylla (Salisbury) Franco), um arvoredo classificado como Interesse Público em 1994, tendo os magníficos 190 anos de idade.
Capela da Nossa Senhora da Luz
Conhecida como Capela da Légua que tem como padroeira Nossa Senhora da Luz, esta moderna capela de 1866 que apresenta uma torre encostada à sua direita desde 1937, que mais tarde foi restaurada. No interior da capela encontram-se as imagens de Nossa Senhora da Luz e Santo António, juntamente com uma escultura de Santo António de barro em estilo setecentista, sendo uma peça com um grande valor patrimonial.
Palácio de Alqueidão e Capela
Este palácio albergou diversos políticos regionais dos séculos XVII e XVII e Dona Maria Benedita de Souza Queiroz Pizarro, venerada Baronesa de Almeidinha, este edificado é um dos pontos de grande atração da cidade de Ílhavo, tendo a Câmara Municipal a recuperado, tornando-se na Biblioteca Municipal. Este antigo solar remontam ao século XVII, sendo mandado construir por Domingos André Ribeiro e sua esposa D. Maria Rita Sousa Pissaro, no momento próximo da conclusão da capela/antigo Solar Visconde de Almeida. Este palácio acolheu o capitão-mor de Ílhavo João de Sousa Ribeiro e Silveira, que ordenou a abertura de uma barra na Vagueira, que interliga o oceano aos campos ribeirinhos; outro morador foi o capitão João de Sousa Pissaro, que faleceram no combate da Cruz de Morouços em 1828; e em destaque morou aqui a Senhora Baronesa de Almeidinha, nobre senhora reconhecida pela sua generosidade e bondade, que durante a época de uma doença que deflagrou a população em Alqueidão, esta senhora percorria os locais mais afetados, oferecendo agasalhos, remédios, alimentos e um toque carinhoso.
Solar dos Maias
Com uma frontaria cujo brasão em escudo oval apresenta os símbolos das nobres famílias Maia, Castro e Pereira, este solar facilmente se destaca na malha urbana de Ílhavo, desde o século XVIII. Este encontra-se na rua de Alqueidão, conservando as linhas curvas setecentistas, uma escadaria lateral e grandes portões de ferro.
Capela da Nossa Senhora da Penha da França
Do século XVII, esta foi projetada por bispo D. Manuel de Moura Manuel, que se deixa acompanhar por duas torres que foram erguidas pelo fundador da fábrica da Vista Alegre, José Ferreira Pinto Basto. Este templo apresenta nas suas três capelas as imagens da Senhora da Penha de França, na capela-mor.
Capela da Nossa Senhora dos Navegantes
Localizada no Forte da Barra, esta capela começou a ser erguida em 1863 sob a direção do engenheiro Silvério Pereira. Esta apresenta alguns aspetos invulgares nomeadamente as paredes ameadas e a ombreira principal, de pedra ançã esculpida em espiral, com arco em ogiva.
Capela de Nossa Senhora do Pranto
A sua origem remonta ao século XV pela sua escultura da padroeira Senhora do Pranto, cuja obra apenas teve saída das oficinas coimbrãs neste século, já no século XVII foi reconstruída, apesar que as grandes características arquitetónicas foram realizadas no século XVIII. No altar-mor encontra-se uma imagem da Nossa Senhora do Pranto com o Menino Jesus nos braços, sendo algo bastante adorado pelos moradores de Cima de Vila.
Capela de Nossa Senhora dos Campos
Nas areias da Gafanha, um terreno que tendo sido cultivado foi ficando fértil e chamou uma comunidade que criou a Colónia Agrícola, nesta encontra-se no seu centro a Capela de Nossa Senhora dos Campos, erguida em 1957. No ano de 1959, foram adquiridas duas imagens, uma da Nossa Senhora dos Campos, outra de Santo Isidro. Já no ano de 1961, para júbilo da povoação, foi inaugurado o sacrário da nova capela.
Capela de Santa Barbara
Na Quinta de Santa Bárbara, em Moitas, esta capela de traço simples foi construída no século XVII, estando atualmente no nome da família Pericão.
Capela de Santo António da Coutada
Esta capela é a mais antiga da cidade de Ílhavo, sendo um marco do património religioso, cuja lenda conta que esta foi edificada devido a um náufrago que jurou a sua construção caso a sua vida fosse poupada, honrando assim Santo António. Na porta encontra-se uma inscrição que data a sua construção ao ano de 1671, sendo restaurada nos anos 1975 e 2002.
Capela de São João Batista
Na praia da Barra, encontra-se esta capela que outrora foi um local de culto, até à construção da Igreja da Sagrada Família. Atualmente, esta pequena capela acolhe os festejos em honra de São João. Na sua fachada encontra-se dois painéis de azulejo do autor Lourenço Limas, tendo sido colocados no ano de 1949, no decorrer das obras de remodelação.
Igreja da Sagrada Família da Praia da Barra
Inaugurada em 1987, esta surge da necessidade da paróquia em satisfazer o seu povo, visto que a capela junto ao farol seria demasiado pequena. Portanto, esta igreja moderna não apresenta um estilo único devido às diversas intervenções de diferentes projetistas, apresentando-se assim heterogenia no seu conjunto. A entrada deste é marcada por dois corpos laterais que se unem como duas mãos erguidas. Já o batistério é acentuado por um corpo cilíndrico que no seu topo apresenta uma cruz que permite a luz solar incidir sobre ela.
Igreja Matriz da Costa Nova
Na Costa Nova encontram-se duas igrejas, sendo a mais antiga conhecida por Capela da Nossa Senhora da Saúde, junta ao areal da praia, na sua capelinha, bastante procurada por devotos pescadores, encontram imagens de Santo Amaro, Nossa Senhora de Fátima e São José. Ao lado desta capela foi erguida uma nova igreja para oferecer condições aos fiéis que na época balnear ali se dirigiam, albergando uma imagem da padroeira, Nossa Senhora da Saúde em azulejo, que também é enriquecida pelo órgão de tubos que presenteia grandes concertos de música sacra, interpretados por organistas nacionais e internacionais.
Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré
Erguido sobre um templo do século XX, cuja simplicidade era bela, este albergava um traçado dos séculos XVII e XIX, apelando à grandiosidade da manifestação dos devotos. Porém, na década de sessenta, o Prior Padre Domingues alterou o seu traço arquitetónico e já na década de noventa, engenheiros verificaram lacunas na segurança e enquadramento, fazendo com que o Prior Padre Dr. Sardo Fidalgo lançasse o desafio de colmatar essas questões. Assim, este complexo da Igreja Matriz ficou composto pelo Corpo do Templo, completamente reformulado e dois auditórios, dez salas de Catequese, cartório Paroquial, Biblioteca, Museu, Sala de Audiovisuais, sala das Irmandades e Movimentos, Sala dos Conselheiros e Coordenação de Catequese e ainda Sala dos Corais Litúrgicos, que num conjunto tornou-se a obra mais bela do distrito de Aveiro.
Igreja Paroquial de São Salvador de Ílhavo
Como igreja matriz, esta honra São Salvador desde os finais do século XVIII, uma obra patrocinada pelo povo, exceto a capela-mor que foi custada pelo prior da altura. Ao longo dos tempos foi sofrendo alterações e restauro, sendo a última remonta ao ano de 2002.
Santuário de Schoenstatt
Inaugurado em 1979, este santuário é a réplica perfeito do Santuário original, fundado pelo Padre José Kentenich, em Schoenstatt/Valendar, em 1914. Anteriormente seria apenas uma capela dedicada a São Miguel, entre devotos e prezes, esta foi transformada no Santuário marcada pela presenta de Nossa Senhora, num Lugar de Graças. Ao longo dos anos, este conceito foi multiplicado, alcançando dezenas de países nos cinco continentes. Em Ílhavo, este encontra-se na Colónia Agrícola, cuja primeira pedra foi traduzida em Roma e benzida pelo Papa João Paulo II e incrustada outra pedra do túmulo de São Pedro. À semelhança dos Santuários de Schoenstatt, neste é venerada como Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admiráveis de Schoenstatt, a Nossa Senhora.