Loulé

É uma cidade do distrito de Faro e é sede de município de 9 freguesias Almancil; Alte; Ameixial; Boliqueime; Quarteira, Querença, Tôr e Benafim; Salir; São Clemente; São Sebastião. Este município é delimitado por Almodôvar a norte, por Alcoutim e Tavira a nordeste, por São Brás de Alportel a leste, por Faro a sudeste, por Albufeira a sudoeste, por Silves a oeste e no seu litoral é possível ver a imensidão da massa oceânica do Atlântico.

Através de escavações arqueológicas foram atestadas as presenças humanas em Loulé, remontando ao Paleolítico Antigo, porém é nos finais do Neolítico que existe uma maior representação da existência humana neste região, tendo sido formado e desenvolvido um povoamento, no local da cidade de Loulé, desde comunidades que usavam habitats precários e rotativos, aos próprios de agricultores e pastores itinerantes, que permaneciam em inúmeras cavidades subterrâneas existentes, nomeadamente Goldra, Esparguina e Matos da Nora.

Um pouco da história de Loulé

No período da Era dos Metais, há uma intensificação da incursão de povos do Mediterrâneo Oriental, que penetram de forma progressiva no Sudoeste Peninsular, culminando com a chegada dos povos fenícios e cartagineses. Estes fundaram as primeiras feitorias na orla marítima de Loulé, promovendo as atividades piscatórias, prospeção metalúrgica e consequentemente a comercialização desses produtos.

A partir do século II a.C., os romanos impulsionam uma vez mais as atividades económicas, desde a indústria conserveira, a agricultura e a exploração mineira do cobre e do ferro. Já no século V, Suevos e Vândalos, e posteriormente os Visigodos conseguem desagregar o Império Romano, mas mantêm as populações, adotam e assimilam modelos anteriores do povoamento e experiências culturais.

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Os muçulmanos chegaram por volta do século VIII, criando e desenvolvendo a urbe medieval, que se denominava de Al-‘Ulya’, ou por outras palavras a atual Loulé, sendo uma pequena cidade fortificada e próspera, encontrava-se em domínio do Reino de Niebla, a comando de Taifa Ibne Mafom.

Em 1249, o rei D. Afonso III com apoio de D. Paio Peres Correia, Cavaleiro e Mestre da Ordem de Santiago, conquista o Castelo de Loulé ao povoado muçulmano, concedendo de imediato o foral à pequena vila em 1266. Porém, esta reconquista cristã trouxe um ciclo negativo para o comércio entre esta com o norte de África e a Andaluzia. Numa tentativa de reverter essa tendência, em 1291, D. Dinis mandou organizar uma feira na vila de Loulé, com a duração de 15 dias em setembro, contudo, o novo sistema de trocas a nível regional, baseando-se na atividade agrícola, não foi o suficiente para que esta região fosse suprimida e entra-se em estagnação até aos finais do século XIV.

Em 1422, as muralhas do Castelo de Loulé foram reedificadas a mandato de D. Henrique de Meneses, 1º Conde de Loulé e em 1471, a antiga albergaria é transformada, a pedido de D. Afonso V, no primeiro Hospital do Algarve, para socorrer todos os soldados feridos que regressavam das campanhas de Tânger. Após a perda da Independência no palco de Alcácer Quibir, o Reino Português vivia-se uma estabilidade, entre os finais do século XVI a meados do séc. XVII. Porém na época dos Descobrimentos Portugueses e expansão marítima, toda a região algarvia, em específico Loulé, entra num novo ciclo de crescimento económico, assim a atividade comercial é reativada e reanimada.

Num contexto regional, Loulé destaca-se pelo seu plano de exportação de produtos como o vinho, azeite, frutos secos, artesanato, sal e do peixe, que desenvolveu e prosperou, permitindo a realização de obras de recuperação de espaços públicos e construção de novos equipamentos.

Contudo, a região viva numa época insegura, uma vez que estava a sofrer ataques oriundos dos mouros, pelos quais Alexandre Massay melhorou o Castelo de Loulé entre os anos de 1617 e 1618, a pedido de D. João de Castro, governador do Algarve. A partir do ano de 1620, o Algarve viu a sua economia a decrescer, população a estagnar e a instabilidade política aumenta, fatores que contribuem para o efeito da pirataria berbere.

No século XVII, a expansão urbana de Loulé fora não se demonstra afetada pelas instabilidades vividas tanto na região do Algarve como em Portugal, tido um ligeiro aumento nas construções e equipamentos religiosos. Já na primeira metade do século XVIII, no reinado de D. João V, Portugal supera e vive um clima de prosperidade económicas, muito graças ao ouro do Brasil.

Em 1755, Loulé é abalado por um grande terramoto, que causa um grande número de mortos e causa inúmeros danos nas construções e habitações, nomeadamente ao castelo, igrejas, conventos, edifícios de serviço público. Iniciando-se as obras de reconstrução e recuperação, na vila de Loulé surgem diversos pontos de malha urbana residências apalaçadas, para a burguesia local, os transportes evoluem, designadamente na construção da linha-férrea, no Algarve em 1887 e consequentemente ocorre a evolução das vias de comunicação que por si só contribuíram para uma grande mudança na forma de viver da população de Loulé. Contudo, apenas algumas infraestruturas e equipamentos básicos passaram a ser considerados prioritários no decorrer do século XX, nomeadamente até à implantação do Estado Novo, em que foram registadas obras importantes na modernização do espaço urbano, com a iluminação elétrica em 1916 e na construção de um cemitério no Sítio da Costa em 1918.

Ao longo dos anos, Loulé evoluiu e desenvolveu-se bastante, desde a construção de grandes edifícios de habitação coletiva, porém este apressar do desenvolvimento criou prejuízos a nível da imagem arquitetónica e paisagística de Loulé, especialmente no seu Centro Histórico.

A parti do ano de 1985, é apresentada uma nova tendência para controlar e inverter toda a filosofia anterior, promovendo a harmonização dos valores culturais e históricos, expressados pelos anos de vida de Loulé, desde a pequena vila medieval até à Cidade atual.