Património de Vila do Bispo

Vila do Bispo muralhada e fortificada, apresentou-se assim ao longo dos séculos, décadas, anos. A curiosidade é chamada pelos fortes, ruínas e torres que Vila do Bispo exibe.

Património do Algarve

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Menir de Aspradantas – O monumento existente, situa-se no cimo de uma cumeada com 95 m de altura, sobre a Ribeira de Vale Pocilgão, a cerca de 1 Km Nordeste de Hortas de Tabual, encontra-se um monólito, em calcário de cor branca, com forma subcilíndrica, medindo 2 metros.

Menires de Milrei e Padrão – a sul da Sede da Freguesia, a caminho da Praia da Ingrina, encontra-se uma das maiores concentrações de Menires de todo o Algarve. Datados, por alguns estudiosos, dos IV-III milénios a.C., estes destacam-se na paisagem, espalhados pelas cristas de algumas elevações de terreno. Este conjunto é constituído por mais de uma dezena de exemplares, grande parte dos quais se encontra derrubado junto à Estrada Municipal 1257 (Raposeira-Ingrina). A meio do percurso, encontra-se erguido o exemplar mais representativo, sendo o que está em melhor estado de conservação, é conhecido por “Menir do Padrão”.

Conjunto Megalítico do Monte dos Amantes – encontra-se a sueste de Vila do Bispo, junto ao traçado da antiga Estrada Nacional nº 268, entre Vila do Bispo e Sagres. É composto por exemplares bastante diversificados de Menires, boa parte deles decorados. A sua cronologia rondará os IV-III Milénios a.C.. Em período mais tardio foi edificada uma construção funerária para sepultamento coletivo.

Fonte de Vila do Bispo – à entrada de Vila do Bispo, junto a um pequeno jardim datando a sua construção a 1887.

Monumento “Celeiro do Algarve” – retrata o facto de até há sensivelmente três décadas atrás Vila do Bispo ter sido considerada como o centro produtor de cereais do Algarve, recebendo por tal o epíteto de “O Celeiro do Algarve”. Daí que para representação dessa importância na produção cerealífera o autor do projeto do monumento tenha escolhido a espiga para simbolizar os cereais e os aros metálicos para representar os cerros do concelho de Vila do Bispo.

Monumento “Homem do Mar” – Vila do Bispo destacou-se, ao longo dos tempos como um Concelho voltado para o mar, especialmente, para a atividade piscatória. Assim, não é de estranhar um monumento deste tipo, evocativo do esforço dos muitos Vilabispenses que se dedicaram e ainda dedicam a essa atividade.

Praça de Tanegashima – A designação deve-se ao facto de, desde 1992, Vila do Bispo ter realizado um acordo de geminação com o Município Japonês de Nishinoomote, situado na Ilha de Tanegashima, local onde os Portugueses acostaram no século XVI.

Moinhos – a norte da localidade de Vila de Bispo encontram-se alguns dos elementos mais significativos do património rural, os Moinhos, dos 3 que hoje em dia são visíveis e nenhum deles apresenta as características técnicas para que foram concebidos, tendo sido reconvertidos em residências.

Forte de Burgau – hoje em dia em ruínas, esta é oriunda do século XVII, sendo construída no reinado de D. João IV. Com a devastação provocada pela cação do Terramoto de 1 de Novembro de 1755, o pequeno Forte deu lugar a uma Bateria que, tal como aconteceu com grande parte das fortificações costeiras do Algarve, perdeu a operacionalidade a partir de 1834, data em que findou a Guerra Civil Portuguesa, que opôs partidários do Liberalismo a partidários do Absolutismo. Situa-se no alto da falésia, situada a Leste da localidade, ao alto da “Rua da Fortaleza”.

Forte de São Luís de Almádena (Boca do Rio) – datada de 1632, do reinado de Filipe III, foi mandada construir por D. Luís de Sousa, Conde do Prado, Governador e Capitão-General do Reino do Algarve. Trata-se de uma das mais interessantes fortificações existentes no Concelho de Vila do Bispo. Ainda são visíveis as ruínas de dois meios-baluartes, fosso, porta de armas, aquartelamentos e baterias. O interior apresenta, ainda, vestígios da antiga Capela, certamente consagrada a São Luís, o Padroeiro da fortificação.

Ruínas Lusitano-Romanas (Boca do Rio) – na Praia da Boca do Rio, algumas são visíveis no areal, outras estão semi-subterradas, algumas estruturas ainda se encontram totalmente enterradas e outras encontram-se expostas no Museu Regional de Lagos. Estes vestígios arqueológicos reportam-se à época romana (séculos I-IV d.C.). Além de estruturas, como paredes decoradas, tanques de um balneário, tanques de salga de peixe, foram aqui localizados diversos vestígios, tais como moedas, estatuetas, mosaicos, etc., bem demonstrativos do seu valor em termos histórico-patrimoniais.

Forte de Vera Cruz (Figueira) – as ruínas situam-se no alto da falésia, que limita a Oriente, a Praia da Figueira. Como uma das estruturas defensivas edificadas, nesta zona, em data posterior a 1640, possivelmente durante o reinado de D. João IV. Possuía, além dos aquartelamentos, de duas Baterias (uma alta e uma baixa), onde estava assente a sua artilharia, normalmente composta por 4 bocas de fogo. Nas suas imediações, ocorreu um desembarque de piratas ou corsários norte-africanos, na noite de 04 de Maio de 1670. O seu objetivo era saquear a aldeia da Figueira, mas o grupo atacante foi desbaratado pelos habitantes, liderados por um oficial local, de nome Afonso Telo.

Torre de Aspa (Vila do Bispo) – desconhece-se a data certa da sua construção, esta pertencia a uma rede de vigilância que tinha por finalidade controlar a navegação e os possíveis ataques vindos do mar. É provável que esta rede tenha sido organizada durante o reinado de D. João III. Atualmente não existem vestígios dessa Atalaia, que se situava sob o atual Marco Geodésico de Torre de Aspa, (Vila do Bispo) que assinala o ponto mais alto da Costa Algarvia (156 metros de Altitude).

Ruínas do Forte e da Bateria do Zavial – a oriente da Praia da Ingrina, na Ponta da Fisga, encontram-se as ruínas de duas construções militares: as do Forte de Santo Inácio do Zavial e, à sua esquerda, as da Bateria do Zavial. A Fortaleza terá sido construída entre 1630 e 1633, data em que governou o Algarve D. Luís de Sousa, Conde do Prado. Tendo sido destruída pala ação do Terramoto de 1 de Novembro de 1755, em seu lugar foi construída, na Ponta da Fisga, uma Bateria e um pequeno aquartelamento, para defesa desta zona costeira.

Cabo de S. Vicente – no extremo Sudoeste de Portugal e da Europa, tem uma altura de 60m e um comprimento de 100m que continua numa pequena península, com cerca de 1,5 km de largura, ligada ao continente por um istmo de 60m de largura. Esta zona constitui um ponto de referência importante para as diversas rotas marítimas, que aqui se cruzam. No século XII, o geógrafo árabe Edrisi refere na zona poente do cabo, a uma igreja, que fazia parte de um pequeno convento de monges moçárabes, relatando que à frente do convento existia uma pequena mesquita onde os muçulmanos iam em peregrinação. Durante a 1ª metade do século XVI, o Bispo de Silves, D. Fernando Coutinho ordenou a construção de um convento que albergou, primeiro, Frades Jerónimos e, poucos anos depois, Frades Franciscanos. No reinado de D. João III foi edificada uma fortificação para proteger o convento e os inúmeros romeiros que o procuravam. Em 1587, o corsário inglês Francis Drake tomou de assalto o edifício e acabou por destruir a torre, que só em 1606 seria mandada restaurar por Filipe III de Espanha. Datam dessa altura grande parte das estruturas, que hoje podemos ver readaptadas no complexo do farol. Com a extinção das ordens religiosas, pelos Liberais, em 1834, procedeu-se à reconversão dos edifícios existentes. O Farol, como hoje o conhecemos, foi mandado construir durante o reinado de Dona Maria II, em 1846. Em 1894, uma portaria do Rei D. Carlos, mandou proceder ao estudo das transformações a efetuar no farol do Cabo de S. Vicente, compreendendo a construção de uma torre de 20m de altura sobre a qual assentaria a lanterna e a construção de instalações para habitação dos faroleiros. Em 1904 deverá ter começado a funcionar o farol atual, tendo sofrido, entretanto, diversas modernizações. De referir que o Farol do Cabo de S. Vicente é considerado como um dos faróis de maior alcance a nível Europeu, com clarões rotativos com um alcance na ordem das 32 milhas, tendo ainda um potente sinal sonoro.

Cabo e a Lenda de S. Vicente – conforme a lenda, o Cabo deve o seu nome ao Mártir S. Vicente, o qual morreu em Valência em Espanha, em 304 d.C., às mãos do governador local romano Daciano, por se ter recusado renunciar à sua fé cristã. Daciano ordenou que o corpo do Santo fosse atirado para um campo, e assim ser devorado por animais selvagens. Porém o corpo não chegou a ser profanado, devido ao um grande e misterioso corvo que apareceu para o defender. Então o governador ordenou que o corpo fosse atirado ao mar, amarrado a uma mó. Contudo, ao tocar na água a corda que segurava a mó partiu-se e o corpo de S. Vicente foi arrastado pelo mar, dando à costa no século VIII, na região do Cabo, acompanhado por corvos. As santas relíquias terão sido guardadas na Igreja do Corvo, ainda referida por Edrisi no século XII, que fazia parte de um pequeno convento, já ali existente, de monges Moçárabes. Este mesmo autor, relata que frente ao convento ter-se-á erguido uma pequena mesquita onde os muçulmanos iam em peregrinação. Diz-se que os corvos se mantiveram de vigia na sepultura até o corpo ser transferido para a Catedral de Lisboa, após o ano 1147, na sequencia da conquista da cidade aos Muçulmanos. É por essa razão que S. Vicente se tornou o santo patrono de Lisboa e os corvos fazem parte do escudo de armas da cidade.

Ponta e a Fortaleza de Sagres – Sagres herdou o nome do antigo Sacrum Promontorium, forma por que era conhecida a extremidade sudoeste do barlavento algarvio e em especial o Cabo de São Vicente nos tempos da Antiguidade. Houve a crença de que era aqui que os deuses se reuniam durante a noite, vindo gente de muito longe para, durante o dia, realizar vários rituais. Autores antigos referem este local como um dos ligados ao culto de Saturno e Hércules. Tem sido difícil de determinar com precisão a data inicial da construção da fortaleza e das suas muralhas, indicando-se como data mais provável o ano de 1443, data em que D. Henrique, filho do Rei D. João I, recebeu da parte do seu sobrinho, D. Afonso V, a região de Sagres para nela edificar uma Vila, destinada a prestar apoio à navegação que cruzava estas águas. A Fortificação, que recebeu grandes obras durante o século XVI, foi fortemente danificada pelos ataques de Francis Drake, corsário Inglês, em 1587, bem como pelo Terramoto de 1 de Novembro de 1755. Dispunha de 3 Baterias, onde se encontrava a sua artilharia: 1 voltada a Este, 1 voltada a Oeste e 1 na extremidade Sul, conhecida por “Bateria da Ponta”. O seu aspeto estrutural e configuração é resultado da última campanha de obras, ocorrida em 1793, durante o reinado de D. Maria I. Destaca-se, ainda, na parede Sul da muralha da fortaleza, foi colocada, em 1840, uma lápide em memória do Infante D. Henrique com inscrições em português e em latim. No centro da praça foi descoberta uma figura geométrica desenhada no solo, a pedra tosca, semelhante à estrutura de uma rosa-dos-ventos, formada por 32 raios. Pelo facto de terem sido encontrados nesse local algumas moedas do reinado de D. Afonso V (sobrinho do Infante) supõe-se que este vestígio é contemporâneo do Infante D. Henrique. Contudo, atualmente, os estudiosos inclinam-se mais para a hipótese de se tratar de um grande Relógio de Sol.

Igreja Matriz de Vila do Bispo – o templo atual foi, provavelmente, construído por finais do século XVI, sendo o seu padroeiro Nossa Senhora da Conceição. A Igreja é de uma só nave e apresenta o interior forrado de azulejos e talha dourada, tendo ambos os elementos artísticos sido colocados em data correspondente ao 1.º Quartel do século XVIII. A Capela-mor é coberta por abóbada e é consagrada a Nossa Senhora da Conceição, tendo sido outrora dedicada a Santa Maria do Cabo. Possui duas tábuas dos finais do século XVI, representando os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo. Destacam-se, ainda, a Capela de Nossa Senhora do Carmo e o Altar que lhe é fronteiro, elementos que são compostos por talha dourada de uma qualidade soberba. Merece, também, ser mencionado o Teto, formado por Caixotões de Madeira, pintados com motivos espirituais e onde, ao centro, se encontrava o Brasão de Armas Nacional. Numa Sala anexa à Igreja, está instalado um Museu, onde se encontram expostas diversas alfaias religiosas, paramentos e algumas peças arqueológicas. Na sacristia, pode-se encontrar um Arcaz do século XVII.

Forte do Beliche (Cabo de S. Vicente) – consagrado a Santo António, foi construído nos reinados de D. Manuel ou de D. João III, em data não determinada, mas anterior a 1587 – uma vez que se encontra desenhado no mapa desta região aquando do ataque de Francis Drake. Tinha como função controlar uma zona de possível desembarque e proteger os pescadores que ali tinham uma armação de pesca de atum. No interior, existe uma Capela cujo padroeiro é Santa Catarina. A entrada do Forte, ostenta um Escudo com as Armas de Reais e uma inscrição datada de 1632 que faz referência à reconstrução do forte nesse ano. O terramoto de 1755 causou-lhe grandes danos, tendo sido progressivamente abandonada. Foi, finalmente, recuperada em 1960, e sobre os alicerces dos antigos quartéis foi feita uma casa de chá, cujas obras foram levadas a cabo pela Direção dos Edifícios e Monumentos Nacionais, na sequência de trabalhos realizados no Cabo de S. Vicente e em Sagres nos finais da década de 50, tendo em vista as comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique.

Forte da Baleeira – apresentava uma forma triangular, cujo lado maior se estendia ao longo da Falésia voltada para o atual porto de pesca da Baleeira, e tinha como principal função controlar uma zona de possível desembarque e proteger os pescadores que ali tinham a armação de pesca. Tinha por invocação Nossa Senhora da Guia, existindo, no seu interior uma Ermida a ela consagrada. Foi uma das fortificações atacadas e destruídas pelo corsário inglês Francis Drake, na sua investida na região, em 1587. Teve aposentos para guarnição, mas, atualmente, conserva apenas parte da porta em arco de volta inteira, sem os remates da parte superior, e alguns alicerces dos muros, poucos centímetros acima do solo.

Igreja Matriz Barão de S. Miguel – destaca-se na povoação a sua Igreja Matriz, provavelmente edificada durante o século XVI. Apresenta uma só nave e torre sineira, no entanto, o elemento mais notável é o seu Altar-Mor (Barroco), consagrado a São Miguel, Arcanjo.

Igreja Matriz de Budens – Situada no centro de Budens, a igreja, consagrada a São Sebastião, data do século XVI. Tem uma só nave. O interior não apresenta, atualmente, nada de notável, uma vez que todo o seu recheio de talha dourada se perdeu por ação do sismo de 1969. Foi destruída pelo terramoto de 1755 e, por isso, reconstruida em 1762. No entanto, sofreu outras obras de restauro e remodelação em 1877 e 1926, respetivamente. Possuí imagens antigas em madeira, de entre as quais: Nossa Senhora do Rosário, S. Pedro, Senhor Morto e S. Sebastião, padroeiro de Budens.

Igreja Matriz da Raposeira – na povoação da Raposeira, este templo do século XVI, tem como padroeiro Nossa Senhora da Encarnação. É composto por uma só nave, tem torre sineira terminada em pirâmide octogonal e Portal Manuelino decorado. A Capela-mor é abobadada e o arco triunfal é tripartido em colunelos assentes em capitéis decorados de arenito vermelho. Uma porta a nascente, que dá acesso ao cemitério da povoação é, também, de estilo Manuelino. No interior, destacam-se as duas Capelas laterais, que exibem uma boa talha dourada, do século XVIII.

Capela de Santo António (Budens) – construção deverá remontar ao século XVII. O Altar desta Ermida é em Talha e nele se destaca a imagem do Padroeiro Santo António, em madeira, escultura do século XVIII.

Capela de Nossa Senhora de Guadalupe – situada a cerca de 2 km, a nascente, da Raposeira, constituiu um local de culto do Infante D. Henrique. Trata-se de um edifício de estilo Romanico-Gótico, a sua construção poderá ter ocorrido durante a segunda metade do século XIII, apresentando uma planta retangular, com uma só nave, e paredes apoiadas em potentes contrafortes. A cobertura é de telha vã, com duas águas, possuindo gárgulas. A frontaria tem porta ogival, com capitéis decorados por encordoados e um rosto humano, sendo encimada por uma rosácea. A Capela-mor é coberta por abóbada nervurada, com dois florões, suportada por arcos ogivais que assentam em oito colunas laterais com capitéis. Estes são ornamentados à maneira românica com ramos, folhagens, conchas e representações humanas e animais. A parede do fundo está rasgada por uma janela geminada de arco redondo. Merecem ainda destaque o arco triunfal e as colunas laterais da Capela-mor, em grés de diferentes cores. Esta Capela, resistiu ao terramoto de 1755, tornou-se assim um raro exemplar da arte de medieval numa região onde poucos monumentos deste tipo conseguiram sobreviver. Esta construção religiosa é a mais antiga que se conserva nesta zona do Barlavento Algarvio.

Capela de Nossa Senhora da Graça – No complexo da Fortaleza, quando se entra, após atravessarmos um corredor abobado que dá acesso à Praça de Armas, destaca-se, ao fundo, do lado direito, um templo dedicado a Nª Senhora da Graça, que se supõe ter sido construída no tempo do Infante D. Henrique. Na frontaria, abre-se um portal de estilo renascentista, que se crê ser de construção posterior. No seu interior, de uma só nave, destaca-se o Altar-Mor, com um retábulo de madeira e três pedras tumulares. Em nichos, co-laterais à Capela-Mor, podem ser observadas as imagens de São Vicente e de São Francisco, ambas, possivelmente, dos séculos XVII ou XVIII.