Artesanato no Algarve

O artesanato algarvio é rico em beleza, criatividade e imaginação, e com eles estão bonitas recordações com um valor artístico e emocional. Por todo o Algarve, existem muitas lojas que vendem estas pequenas relíquias, ou mesmo nas bancas de rua, que acompanham as noites animadas que também vendem estas peças, como os azulejos trabalhados, as miniaturas de casas algarvias e chaminés; cataplanas de cobre trabalhado; bonecas de trapo ou juta; alcofas e chapéus de empreita; rendas de bilros ou croché; bilhas, muitas vezes decoradas; utensílios e mobílias de madeira, especialmente os bancos em cruz de Monchique, de cariz mais antigo, já peças mais recentes encontram-se as flores de papel, galinhas de figo seco, materiais que provêm do mar, como pisa-papéis, colares, pulseiras e brincos ou pequenos quadros e guarda-joias. São também ótimas opções de souvenirs exemplos da gastronomia regional como os licores, vinhos, enchidos, compotas e os indispensáveis doces de amêndoa e figo. Para aqueles que procuram a verdadeira experiência mercantil, o Algarve oferece uma variedade de mercados de frescos, que têm vindo a recuperar o seu protagonismo, unindo o antigo prazer de ir à compra de busca dos alimentos mais frescos, com os hábitos de consumo modernos, em que ir às compras implica passear, olhar as montras e tomar uma refeição.

Neste sentido, destacam-se os mercados de Faro, Loulé, Olhão, Lagos e Portimão, todos devidamente modernos com as suas próprias característica que oferecem uma experiência ancestral num momento moderno. Já aqueles que preferem fazer compras em feiras, em que as barraquinhas modestas, os toldos modernos, a alcofa de palha com legumes e frutas apanhadas ao nascer do dia, estas feiras periódicas, também apelam ao sentimento de nostalgia no meio das cidades, das aldeias e vilas, mantendo viva a tradição, noutro registo, as feiras das velharias reúnem o encontro entre o valor antigo com a apreciação ancestral, em que os objetos expostos são valorizados pela sua idade e história. Para aqueles que preferem algo mais moderno, os centros comerciais colocam à disposição tudo o que é necessário, assim o Algarve seguiu a tendência e oferece vários estabelecimentos como o Algarve Shopping, o maior de todos, em Albufeira, está superfície oferece mais de 150 lojas, desde o supermercado ao cinema e bowling; em Faro encontra-se o Fórum Algarve e num conceito diferente está o Quinta Shopping, na Quinta do Lago Resort, neste encontram-se lojas cosmopolitas, luxuosas, restaurantes de gastronomia sofisticada e para acompanhar a noite, encontra-se um típico pub inglês.

Artesanato no Algarve

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Em Tavira, o artesanato é uma atividade fluente na Serra do Caldeirão, em que maioria das produções continuam numa tradição enraizada, apesar de alguns produtos tenham mudado de função e tenham encontrado novas formas. Estas atividades tradicionais são a tecelagem, a cestaria, os bordados e rendas, ladrilhos, tijolo burro e telhas tradicionais. Uma das produções com um grande valor económico no passado, é sem dúvida a tecelagem, que assumiu uma particular importância no nordeste algarvio. Uma atividade predominantemente feminina, em que os homens assegurarem algumas fases complementares no tratamento da lã ou do linho. As novas oficinas criadas por tecedeiras mais jovens estimulam a criação de novos produtos e modelos, destinados a consumidores urbanos. Apesar de ainda se encontrem belos exemplares de mantas, alforges e toalhas tradicionais, é cada vez mais difícil arranjar linho e lã de ovelha artesanais, em que as fiadeiras escasseiam e os cardadores quase desapareceram.

A cestaria, especificamente de cana, representava outra atividade muito difundida, uma vez que os cestos eram importantes instrumentos de trabalho nas tarefas agrícolas e no armazenamento e transporte de produtos. Contudo, há muito que existe o aproveitamento de fibras vegetais como o esparto, a pita e a palma. Muito próxima desta atividade, é a arte dos produtores de cadeiras de tabus ou de vassouras, que ainda permanecem. A par desta atividade, as mulheres da Serra dedicavam-se aos bordados e rendas, embelezando lençóis e toalhas de rosto em linho, com as lérias, as rendas de bilros, as bainhas abertas, as franjas entrançadas, o ponto de cruz, o bordado a matiz, que se resume a um mundo de segredos femininos de cumplicidades. Porém, surge uma produção inovadora que recorre à juta como matéria-prima de base, em que as peças são pouco exuberantes mas apresentam um cuidado na caracterização e um grande vigor de conceção. Hoje em dias, este trabalho artesanal feminino tem vindo a desenvolver-se em pequenas empresas, criadas através dos cursos de formação profissional, em que muitos deles estão organizados no âmbito do Programa de Conservação do Património Cultural.

Em via de desaparecimento, estão os albardeiros ou os latoeiros, antigos ofícios aprendidos com um mestre e tinham a vantagem de se desenvolver dentro da casa, em que o mestre ensinava o essencial da profissão, enquanto no resto do ano se encarregava de outros trabalhos.

Como referência está a atividade de produção de ladrilhos, tijolos de burro e telhas artesanais, tradicional na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo. Já a cerâmica de construção teve um passado pujante, porém com a procura de materiais tradicionais de virtudes ecológicas e de valor estético incontestável foram abras portas de crescimento e expansão para este setor de atividade. As peças do tempo mourisco, foram feitas em barro extraído no próprio local de produção e a confeção continua a ser essencialmente manual, apesar de alguns dos telheiros já tenham adotado processos de fabrico mais industrializados.

Em Loulé, o artesanato é como uma ligação ao passado, de os usos e costumes, as tradições de um povo com uma cultura bem definida. São as tradições artesanais que mantêm viva a memória e a cultura, podendo ser encontradas peças dos mais variados materiais, fabricados com técnicas e saberes ancestrais, que passam de geração em geração, nomeadamente, o artesanato em palma é fabricado por todo o concelho Loulé; peças em barro que são encontradas em Almancil e Quatro-Estradas; o cobre, arreios e latoaria em Loulé, bonecas de trapo e cestaria em Querença, esparto e brinquedos em madeira em Alte, trabalhos em palma em Salir. Atividades feita no dia-a-dia que foram reformuladas e hoje em dia são vendidas para diferentes utilizações, retratando a memória de um povo.

Em Aljezur, o trabalho com o barro é uma atividade artesanal em crescimento, em que se destacam os artesãos que produzem trabalhos com grande qualidade. Juntando a esta, os trabalhos de trapologia, como mantas, tapetes e bolsas de trapos; as rendas; a cestaria; os trabalhos em vime; madeira e latão. Durante anos foram desenvolvidas e executadas cadeiras de madeira com tampo em “tabua” ou buinho e colheres de madeira utilizadas em todas as casas desta região.

Em Alcoutim, o trabalho manual ou a produção do artesão é expressa pelos saberes ancestrais aplicados nos objetos construído e demonstra a cultura de um povo. Ao ver as peças de artesanato de uma região é reconhecer o seu passado, viver as tradições e costume e simplesmente respeitar os seus valores ancestrais. Embora algumas atividades artesanais estarem a desaparecer, Alcoutim ainda confeciona as tradicionais peças de lã e de linho, como mantas e alforges; bordados e rendas; tapeçaria tipo Arraiolos e ainda se mantêm vivas outras atividades tradicionais, tal como cestaria em cana e em vime, a olaria, o ferreiro de forja ou o sapateiro. Nesta região desenvolveu-se um tipo de artesanato mais recente, que resulta da capacidade de adoção, adaptação e inovação de técnicas artesanais, promovendo designadamente as bonecas de juta (Oficina Flor da Agulha), figuras típicas da região e das flores de palha de milho (Lutão de Baixo), tal como as mais variadas peças de barro (Martinlongo e Cortes Pereiras).

Em Monchique, o fabrico de calçado era ocupação masculina, que trababalhavam essencialmente de empreitada ou à peça, para as lojas da região, sendo uma atividade que ainda persiste no tempo e mantém-se ativa. No que respeita aos trabalhos de marcenaria, uma herança deixada pelos romanos são as cadeiras de tesoura, uma peça de artesanato singular, que ainda hoje mantêm um modelo secular, os artesãos foram alterando ao longo dos anos para que se torne mais confortável, podendo ter todos os tamanhos e feitios. A fibra mais utilizada na cestaria é claramente o vime, mas a verga também tem vindo a ser procurada devido à sua resistência. Em tempos o vime era abundante nas ribeiras que foi servindo para o fabrico de cestos, canastras e cadeiras, enquanto a verga era usada para a criação de saiceiros. Hoje em dia ainda existem alguns seguidores desta arte, mantendo viva a tradição e a memória daqueles que trabalhavam com estas fibras. Outro material que outrora for a intencionalmente cultivado nesta região, o linho era utilizado na famosa Fábrica da Mataporcas para a tecelegem em teares caseiros, uma arte muito antiga que sempre ocupou as mulheres. Atualmente, ainda dedicadas a esta arte, as pessoas ainda lutam para que esta atividade não morra, desenvolvendo rendas, bordados e malhas diversas; ainda se faz tecelagem de trapos (trapologia), executada em teares caseiros, confeccionando-se mantas, tapetes e outras peças. Já a cerâmica ainda persiste nesta região, sendo possível a fabricação, preparação do barro, cozedura e pintura das peças, um ofício que se apresenta pela criatividade de cada artesão. Atualmente, as tendências do artesanato passa pelos arranjos de flores e de ramos secos, quadros executados em tecido e esculturas a partir de ramos de árvore.

Quando se fala do artesanato de Lagoa, está-se a falar diretamente da cerâmica, cujas mãos habilidosas transformam o barro em belas peças, atrativas pela sua forma e cor, que por si só representam uma herança de um passado. Desde a construção de miniaturas das típicas carroças algarvias e dos garridos barcos de pesca, os primorosos trabalhos de empreita são alguns dos exemplos de trabalhos artesanais de Lagoa, sendo destacados pela precisão e técnica de elaboração, contudo, essa perfeição também se encontram nos bordados em linho, nas pinturas em tecidos nos trabalhos realizados em ferro forjado, e nas mais diversas peças decorativas elaboradas com conchas. Com a FATACIL, Lagoa apresenta todas as suas técnicas ancestrais aos milhares de visitantes.

Em São Brás de Alportel, durante os serões de inverno, junto à lareira ou nas tardes de verão, na soleira da porta, a arte dos afazeres tradicionais foi passada de geração em geração e resistiu durante os tempos, apesar de poucos guardarem estes saberes como os trabalhos em esparto, no Sítio do Desbarato, a produção artesanal dos ladrilhos, das telhas e dos típicos tijolos de burro no Vale das Mealhas e Bengado, as cadeiras de “atabua” no Alportel, as vassouras de palma, os capachos e as alcofas, os trabalhos de empreita em S. Romão, os brinquedos em madeira e as rendas e trapologia na Vila. A empreita é a arte de trabalhar as folhas de palma, transformando em objetos como alcofas, bolsas, esteiras, tapetes, um conjunto de utensílios que eram utilizadas quer para apoio aos trabalhos no campo, quer como utensílios domésticos. Já o vime, a atabua, que cresce junto às ribeiras, é utilizado para fazer o assento das cadeiras tradicionais, como o esparto é material essencial à produção de peças úteis na vida quotidiana. Os homens preferem atividades de telheiros, trabalhos feitos de barro, a profissão de tijoleiro era comum, mas com o passar dos tempos foi-se perdendo e recentemente o tradicional tijolo “burro’’ e o ladrilho “tijoleira’’ ganharam importância uma vez que constituírem bonitos objetos para a decoração de paredes e soalhos.