Festas no Algarve

Um dos grandes motivos para visitar o Algarve e permanecer por mais tempo é, sem margens de dúvida a celebração da vida feita pelas gentes algarvias, que tornam a sua região viva de festa ao longo do ano, em que tudo é pretexto para comemorar e as suas gentes recebem de bom grado todos aqueles que celebrem consigo, mantendo sempre um espírito aberto. Entre os seus motivos de festejo destacam-se as tradições religiosas e populares, imortalizando as formas de as festejar a natureza, de agradecer a abundância e de prestar devoção aos ícones religiosos. Contudo, também se celebram acontecimentos desportivos e culturais, que animam o território algarvio, que fazem atualmente do Algarve uma referência, nomeadamente, em eventos relacionados com o golfe, o atletismo, o ciclismo e os desportos motorizados, assim como em contexto cultural que abrange o jazz, o folclore e as artes de palco.

Lazer Algarvio

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Festejar as tradições

Tanto pagãs tanto religiosas ou um misto das duas, estas festas são o cimento da identidade cultural do Algarve. Estas festas mantêm vivas as tradições e costumes, através de celebrações cheias de cor, música, dança e brejeirices. Quando as amendoeiras começam a florir, o Entrudo ou Carnaval, traz consigo os corsos de carros alegóricos e a festa que ninguém leva a mal. Apesar de Loulé organizar um dos mais faustosos carnavais, existe sempre aquela celebração numa outra cidade algarvia. Já no primeiro de maio, a tradição de “atacar o Maio” traz a prova dos primeiros figos secos das colheitas anterior, regados com aguardente de medronho, tornam-se uma pequena delicia primaveril. As festas da espiga continuam por esse mês e a paragem obrigatória é em Salir (Loulé), para se assistir ao cortejo etnográfico e ouvir os cantares dos ranchos folclóricos. Segue-se junho, mês do verão e mês de arraial e bailarico nos dias dos Santos Populares, desde Santo António, São João a São Pedro, as festas celebram-se por todo o Algarve, em que se come a boa e bela sardinha assada e bebe-se o delicioso vinho tinto, acompanhados pelo som das marchas populares. Já o agosto traz o ritual do Banho 29, uma reminiscência da tradição serrenha de descer ao litoral para encerrar o verão com o bom banho de mar, “que valia por 29”. Em Lagos, ou na praia da Manta Rota, a esta celebração necessita de fatos de banho época. Já um pouco por todo o litoral, os pescadores e festejam as procissões no mar, durante agosto e setembro, sempre agradecendo e pedindo benesses para a sua perigosa faina. Durante as noites quentes de verão, as vilas, as aldeias e as cidades celebram a sua romaria, em que a tradição e modernidade se relacionam.

Reviver o antigo

Com uma rica herança histórica, o Algarve revive e vive através dos séculos, mantendo na memória o que o fez hoje, celebrando sempre com festivais que evocam a gesta dos Descobrimentos, a marca da vivência árabe e/ou os brilhantes tempos medievais. Estes são os monumentos da época que necessitam de um palco das celebrações, em que os castelos e as muralhas animam-se como se tivessem recuado no tempo. Em julho, com as “Noites da Moura Encantada”, na pitoresca aldeia de Cacela-a-Velha, em Vila Real de Santo António, são recriadas as presenças árabes nesta região, nomeadamente, relembrar o ambiente de um mercado tradicional árabe, denominado de souk, em que a música, dança, e a degustação de gastronomia típica, chamam atenção. Em agosto evoca-se a época medieval, especialmente em Silves com a “Feira Medieval”, enquanto Castro Marim, vive os “Dias Medievais” em setembro. Grandes desfiles de trajes desta época, justas e torneios, jogos tradicionais, mercadores e artificies conseguem recriar a verdadeira aula de história ao vivo, cheia de cor e música. Entre os meses de outubro e novembro, Lagos comemora a gesta das Descobertas com um rico desfile e feira quinhentistas, no “Festival dos Descobrimentos”, em que está incluído um roteiro gastronómico, exposições, visitas guiadas ao património, colóquios, concursos e as comemorações da morte do Infante D. Henrique, o Infante Navegador.

Em cena todo o ano

Numa região em tantas culturas se cruzaram e conviveram, o Algarve dedica-se às demais variadas expressões artísticas e celebrações especiais, desde festivais de música ao cinema. No verão, esta região torna-se a capital da música e das artes de palco, com um conjunto de artistas nacionais e internacionais de várias áreas, juntando também inúmeros festivais de folclore. Já na época natalícia, esta é celebrada com música, com o concerto de Natal promovido pelo Turismo do Algarve e é, sem dúvida, um dos momentos mais altos da cena musical no sul do país. Também apostando na criação da Orquestra do Algarve, que, ao longo do ano, vai realizando concertos, tanto a nível regional e nacional, o Algarve mantém a música consigo durante todo o ano, podendo oferecer muita diversão, grandes eventos culturais, musicais e de lazer.

FATACIL

A Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa apresenta uma mostra da essência económica e cultural desta região, que por si só atrai milhares de visitantes, durante a última semana de Agosto. Nesta feira encontra-se o artesanato regional, tradicional e contemporâneo em que os trabalhos são executados ao vivo; a tecelagem, cobres, ferro forjado, rendas, olaria e cerâmica, peças em cortiça, vime e cestaria que mantêm viva a criatividade e qualidade dos melhores artesãos. Na vertente gastronómica regional encontram-se os enchidos genuínos, presuntos, doces regionais à base de figo, amêndoa e frutos secos, aguardentes e licores, ou saborosos queijos, sempre bastantes procuradas nas tasquinhas. Juntamente, com uma programação com espetáculos musicais dos melhores e mais populares artistas nacionais, que animam as longas noites desta feira.

Momentos e emoções desportivas

O Algarve também oferece um bom calendário de eventos desportivos, que durante o ano atrai milhares de visitantes. Começando logo em janeiro, Allbufeira acolhe os eventos de Cross Internacional das Amendoeiras, em Albufeira, e Faro realiza o Grande Prémio dos Reis em Atletismo, durante a noite. Em fevereiro, como tradição, o ciclismo apresenta-se em duas provas de prestígio, com o Troféu RDP/Algarve e a Volta ao Algarve em Bicicleta. Ainda neste mês, em Vilamoura acolhe a prova de vela de Torneio Internacional de Vela do Algarve. Já em agosto, o ténis é protagonista com o Open de Portugal Beach Tennis e o Vale do Lobo Grand Champions; juntando o hipismo que no Algarve apresenta-se com eventos de grande importância, destacando-se o Concurso de Saltos Internacional, em Portimão, em Setembro. Já no mundo dos desportos motorizados, na sua época destaca-se o Baja Terras d’El Rei, em Abril; o Campeonato do Mundo em Motonáutica e o Mundial de Motocross, em Maio; o Baja Serra de Monchique em Junho; e o Rali Casinos do Algarve, em Novembro. Relativamente às provas de golfe que marcam o final do ano, com o Torneio de Golfe da Tap a decorrer em Novembro e o Grande Troféu de Vilamoura de Golfe em Dezembro.

Singularidade da honra às divindades

Como afirma a tradição, as festas religiosas celebradas no Algarve mantêm as festividades nas comunidades em que decorreram acontecimentos importantes, sendo que a maior festa religiosa do Algarve é a da Mãe Soberana, em Loulé. No domingo de Páscoa, a imagem da Nossa Senhora desce do Santuário até à Igreja de S. Francisco, quinze dias depois, decorre a procissão pelas ruas da cidade chega à subida da íngreme ladeira que conduz ao topo da colina. Nesta festa, milhares de pessoas que seguem o andor em passo de corrida até ao Santuário. Em São Brás de Alportel, a Festa da Aleluia, nesta época inclui uma procissão exclusivamente masculina, os homens apresentam-se com tochas enfeitadas com flores, fazendo com que as ruas da vila fiquem decoradas por caprichosos tapetes de flores e as casas engalanam-se com ricas colchas, para dar às procissões pascais, um momento colorido. Com a chegada do verão, inicia-se um novo ciclo de celebrações relacionadas com os santos padroeiros de cada vila, aldeia e cidade. As terras juntas ao mar, os pescadores elevam nos seus barcos a imagem da padroeira, quem prestam devoção na esperança de serem protegidos nas lides marítimas, enquanto nas serras são pedidas colheitas fartas. A época natalícia começa a 8 de dezembro, quando o “deitar dos trigos” ocorre, em que sementes de cereais colocadas em vasos para se fazer as searinhas, que enfeitam os presépios e terminam com as charolas, grupos de cantadores populares das Janeiras, no dia de Reis, a 6 de janeiro.

Viver a folia em que ninguém leva a mal

Os três dias de brincadeira e alegria, para aqueles que vivem no Carnaval do Algarve. Em tempos mais antigos, os festejos estavam relacionados com às festas pagãs romanas, que se apresentavam como o renascer da natureza e a esperança de colheitas favoráveis, em que no Algarve se denomina de “Entrudo”, à pessoa que se mascarava e ia passeando pelas estradas e caminhos, fazendo barulho, com vozes disfarçadas e pregando partidas. Já os bailes de “mascarinhas” eram momentos mais lúdicos da festa, tal como as Estudantinas, um grupos que cantavam quadras alusivas ao Carnaval. Atualmente, o Carnaval algarvio move-se aos sons das escolas de samba brasileiras, o que não impede mais manifestações genuínas, nomeadamente os bailes na eira ou as partidas. Durante a Quarta-Feira de Cinzas, uma cerimónia bem pitoresca, várias cidades escolhem o Rei e Rainha do Carnaval. As batalhas de flores típicas do Algarve decorrem em Moncarapacho, Quarteira, Loulé, Vila Real de Santo António ou São Brás de Alportel, uma festa de três dias, em que as vilas, aldeias e cidades enchem-se de música, irreverência e até de um pouco de loucura, uma vez que “no Carnaval, ninguém leva a mal”.

Velharias que ganham vida

Cada vez são mais os apreciadores dos objetos com história, em que se juntam nas Feiras de Velharias, que decorrem por todo o Algarve, sendo uma grande oportunidades e alternativa para efetuar compras intemporais. Nestas feiras, os protagonistas são os livros, os discos de vinil, os relógios antigos, as máquinas fotográficas, as grafonolas, as louças antigas e tudo o que o tempo não consegue apagar. Para aqueles que bem procuram, mais tarde ou mais cedo encontram verdadeiras pechinchas. Em Ferragudo, a feira das Velharias acontece aos 2ºs domingos do mês, zona ribeirinha Ferragudo; em Lagoa, a feira das Velharias decorre aos 4ºs domingos do mês, no recinto da FATACIL.

O doce que cria água na boca

Escondida nos claustros do convento de São José, na cidade de Lagoa, a Mostra do Doce Conventual exibe-se, anualmente, na 3ª semana de julho. Uma iniciativa que oferece e proporciona uma prova de bolos, doces, compotas, mel, ou bebidas clássicas como a aguardente de medronho, num ambiente conventual, em que também se juntam espetáculos e momentos de muita animação, entretenimento e cultura.