Alcoutim
É uma vila raiana do distrito de Faro e é sede de município de 4 freguesias Alcoutim, Giões, Martim Longo, Pereiro e Vaqueiros. Em 1832, esta pertencia à província do Alentejo, sendo depois implementada a divisão administrativa. Este município encontra-se delimitado a norte por Mértola, a leste por Espanha, em específico por andaluzes de El Granado, Sanlúcar de Guadiana e San Silvestre de Guzmán, a sudeste por Castro Marim, sudoeste por Tavira e a oeste por Loulé e Almodôvar.
Um pouco da história de Alcoutim
A presença humana fez-se sentir em Alcoutim no Paleolítico Médio, devido a vestígios arqueológicos descobertos deste período, na freguesia do Pereiro. Porém, a partir do Neolítico, entre 5,000 a.C. a 3,000 a.C., que as populações presentes terão construído monumentos megalíticos, espalhados pela território de Alcoutim, desde antas, menires, tholos ou cistas megalíticas. Na Idade do Bronze e do Ferro também foram promovidos bastantes elementos que demonstram a continuidade de comunidades humanas, nomeadamente necrópoles de cistas.
Conforme testemunhos recolhidos de escavações arqueológicas, esta região foi também habitada na época romana, em núcleos familiares, sobretudo na zonal litoral, em que estão mais presentes os melhores terrenos agrícolas. É nesta zona a sul do Guadiana, era bastante apelativa e era usada como via de penetração de rotas comerciais, uma vez que estabelecia ligação com o Mediterrâneo. Também presenciada foi uma população visigótica, que ocuparam os mesmos espaços romanos, nomeadamente a Estação Arqueológica perto da ribeirinha do Montinho das Laranjeiras, a pouco mais de oito quilómetros a sul da vila de Alcoutim.
Nos anos de domínio islâmico vividos em Alcoutim foram deixados várias certezas da sua forte presença, até à reconquista cristã decorrida em 1238, em consequência da conquista de Mértola. Aquando a sua integração em território português, Alcoutim recebeu de D. Dinis o foral em 1304, sendo mais tarde reformado por D. Manuel I em 1520. Em finais do século XV, este torna-se condado a favor dos marqueses de Vila Real, em que a família Meneses manteve -o até ao século XVII, quando os seus bens são integrados na Casa do Infantado em 1654.
Alcoutim também se formou pela sua posição estratégica, num ponto de vista militar, não apenas pela sua proximidade com o rio Guadiana, como via comercial. Depois das lutas liberais, durante o século XIX, Alcoutim é ocupado por Miguelistas, em 1833, perdendo assim a sua privilegiada posição estratégica-militar e é integrado pelos concelhos vizinhos. Desde o final do século XIX, o concelho de Alcoutim foi reorganizado juntamente com as suas cinco freguesias, pertencendo à comarca de Vila Real de Santo António.
Apreciado pela sua tranquilidade e distância da agitação dos centros turísticos, Alcoutim estando entre a serra do Caldeirão e o rio Guadiana, apresenta a sua fronteira natural com a Espanha. Esta região mantém viva a sua tradição e artesanato, da vida rural, com peças de tradicionais mantas de lá ou trapos, à cestaria de cana e vime, olaria, borbados e rendas, toalhas de linho, arranjos florais em palha de milho, bonecas de juta, entre outras. Juntamente com as suas comidas tradicionais com carne de caça, a carne de porco e de borrego e com o peixe do rio, apresentam uma rica e diversificada gastronomia, unindo com uma deliciosa doçaria com a abundância de mel, figos e amêndoas do Algarve.