Aljezur

É uma vila do distrito de Faro e sede de município de 4 freguesias Aljezur, Bordeira, Odeceixe, Rogil, e encontra-se limitado a norte por Odemira, a leste por Monchique, a sueste por Lagos, a sudoeste por Vila Bispo e a oeste pela imensidão do Oceano Atlântico.

O limite a noroeste de Odemira, está demarcada pela Ribeira de Seixe, e a litoral de Aljezur está o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

As origens das terras de Aljezur remontam à pré-história, em que a sua antiguidade é confirmada pelos inúmeros vestígios arqueológicos.

Um pouco da história de Aljezur

Vestígios do passado pré-histórico atestam a importância de Aljezur para povos como os mirenses, de 7000 anos a.C. final da Idade Glaciária. Sendo povos nómadas, caçadores/coletores, caçavam e apanhavam mariscos do mar com os seus machados rudimentares, assim como escavavam a terra à procura de tubérculos ou raízes, constituindo assim a base da sua alimentação. Também da pré-história é um vasto conjunto de peças em pedra polida, silex, xert, entre outros, atribuído ao período Neolítico Final/Calcolítico que se encontra em exposição no Museu Municipal em Aljezur.

Na Idade do Bronze entre 1200-900/800 anos a.C., surge a Necrópole de Corte Cabreira, na freguesia de Aljezur, descoberta em 1990, sendo alvo posteriormente de escavações de emergência.

Fundado no século X por árabes, Aljezur manteve-se sob o seu domínio durante mais cinco séculos, até à reconquista cristã. Foi grande o património militar e tradições que a população mouro aqui deixou, nomeadamente o castelo, a cisterna, a toponímia, lendas e histórias populares.

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Contudo, é do período islâmico nos séculos X e XII, que se reserva o maior esplendor arqueológico do concelho de Aljezur, comprovado por escavações arqueológicas levadas a efeito quer no Castelo de Aljezur, na Ponta da Atalaia (Rîbat da Arrifana), Ponta do Castelo – Carrapateira, na Igreja Nova Aljezur ou em Alcaria, freguesia de Aljezur. Este concelho foi fundado pelos árabes, que permaneceram longo tempo na região, deixando costumes e tradições que se mantiveram após a Reconquista Cristã e chegaram aos nossos dias. Sendo a vila de Aljezur tomada aos mouros em 1249, reinado de D. Afonso III, sendo o herói da tomada de Aljezur aos mouros o Mestre da Ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia. Esta conquista deu-se ao romper da alva, ocupando o castelo que se encontrava na posse dos mouros. A partir de então, os cristãos agradeceram a Maria o sucesso da conquista e numa expansão da fé tornou-se Nossa Senhora da Alva a Padroeira de Aljezur, facto que ainda hoje é transmitido via oral, através da lenda da Conquista do Castelo.

No reinado de D. Afonso III, no século XIII, esta vila foi definitivamente tomada por Paio Peres Correia aos mouros. Em 1280, passa a ter o foral concedido pelo rei D. Dinis,sendo lavrado em Estremoz e foi a primeira Carta de Foral concedida por D. Dinis a uma terra algarvia. Em 1 de Junho de 1504, D. Manuel reformou a Carta Diplomática de D. Dinis e concedeu novo Foral a Aljezur, concedeu a Aljezur o título de “Nobre e Honrada”. No século XVII foi mandado construir o Forte da Arrifana, edificado em 1635 e reedificado em 1670, que tinha como principal função a defesa de uma armação de pesca que, já em 1516, existia neste local.
Na época após Restauração da Independência, reinados de D. Afonso VI e seu irmão, Regente e depois Rei de Portugal – D. Pedro II, infestavam os mares portugueses corsários marroquinos que desembarcavam nos ancoradouros marítimos mais favoráveis e desprovidos de defesa militar. Iniciavam então o assalto às povoações mais próximas. Carrapateira ergue-se entre duas praias de fácil desembarque a Praia da Bordeira, a norte, e a Praia do Amado, a Sul. Dessas praias dirigiam-se ao casario e praticavam com violência o roubo e a destruição. Levavam ainda consigo jovens de ambos os sexos que eram vendidos como escravos nos mercados de Argel.

Com o terramoto de 1755, Aljezur e todo o concelho sofreram uma enorme destruição e afastando-se dos escombros da vila, o Bispo D. Francisco Gomes de Avelar projetou e fez construir o templo da Igreja Nova ou de Nossa Senhora da Alva, em frente ao Castelo, do outro lado da ribeira de Aljezur, visando encontrar um espaço plano e arejado, tanto para a Igreja como também para o novo aglomerado urbano que deveria nascer e que desde aí se passou a denominar de “Igreja Nova”.