Castro Marim
É uma vila raiana do distrito de Faro e é sede de município de 4 freguesias Altura, Azinhal, Castro Marim e Odeleite. Este município encontra-se limitado a norte e noroeste por Alcoutim, a leste por Espanha, a sudeste por Vila Real de Santo António, a sul pelo belo Oceano Atlântico, a sudoeste por Vila Nova de Cacela e a oeste por Tavira.
Castro Marim renasce das velhas comunidades que marcaram e deixaram testemunhos, foi conquistada aos mouros por D. Paio Peres Correia em 1242, que foi uma altura em que Castro Marim estava mais fragilizado, tendo quase desaparecido devido a uma grande decréscimo na sua população. Por forma a resolver este problema, D. Afonso III, em 1277, e seu filho, D. Dinis, em 1282, concederam foros, privilégios, concessões e doações.
Parte da população viva das tarefas do cultivo da terra, porém, com a sua posição perto das águas salgadas e doces, Castro Marim também se subsistia do seu alimento, que juntamente com o alimento da terra, constituíram produtos essenciais para a economia da região, podendo facilmente negociar estes produtos com o Reino do Algarve e vizinha Andaluzia.
Um pouco de história de Castro Marim
No reinado de D. Dinis, Castro Marim foi reconhecida pela sua importante posição geográfica, acolhendo por bula decretada pelo Papa João XXII, a primeira sede da Ordem de Cristo em 1319. Inicialmente, a vila desenvolveu-se dentro das muralhas do castelo, no topo da colina, permanecendo assim como cabeça da Ordem, que se encontrava sediada na Igreja Matriz de Santiago, até ao reinado de D. Pedro, em 1356, sendo depois transferida para Tomar, um sinal do desprestígio da vila de Castro de Marim, apesar de esforços e de ser uma vila raiana, a população não se fixava, sofrendo de despovoamento.
De modo a combater este problema e atrair população para a vila, D. Fernando I, que se encontrava em disputa com Castela, em 1372 concedeu novas mercês e prerrogativas aos vizinhos que se encontravam naquele lugar e mais tarde reparou as ruínas de Castro Marim. Em 1375, esta vila foi entregue de novo à Ordem de Cristo com novos direitos e privilégios, porém por pouco tempo.
Com o passar dos séculos, o Algarve sofreu modificações, uma vez que Infante D. Henrique, filho de D.João I, Mestre de Avis, encontrou nesta região a localização perfeita e adequada para as guerras da conquista ultramarina. Deste modo, Castro Marim voltou a possuir foral em 1504 concedido por D. Manuel I. Este passou a ter um papel essencial na luta contra a pirataria muçulmana, que se encontrava muito próxima de Marrocos, transformando Castro Marim a principal praça de guerra do Algarve. Em 1509, D. Manuel I mandou erguer o castelo e reconstruindo a vila.
Ao longo dos anos, Castro Marim tornou-se um ponto de segurança e porto piscatório e comercial, potencializando o desenvolvimento da população. Nos século XV e XVI atingiu o seu apogeu, resultando no aparecimento e crescimento de duas novas freguesias, a de Nossa Senhora da Visitação em Odeleite, mencionada na Visitação de 1534, e a outra, a “Capela Curada do Santo Espírito” (Espírito Santo) do Azinhal, referenciada em 1565. Em 1993, a Altura foi a mais recente freguesias a ser criada no concelho de Castro Marim.
Portanto, desde os finais da Idade Média até aos séculos XVI e XVII, a vila de Castro Marim tinha um porto piscatório e comercial bastante importante. Durante as guerras da restauração em 1640, o castelo foi restaurado conforme a ordem de D. João IV, sendo acrescido novas fortificações, nomeadamente o Forte de São Sebastião, que ampliou a estrutura muralhada.
Já no século XVIII, um forte terramoto ocorreu, danificando gravemente a vila, arruinando habitações que se encontravam dentro da muralha medieval, tornando-se quase inabitável.
Crescendo agora fora das muralhas, que uma vez dentro de si a vila vingou e cresceu, Castro Marim nunca recuperou a totalidade da sua importância em anos antigos.