Património de Vila Real de Santo António

Num contraste entre o património antigo e o recente, Vila Real de Santo António conta a sua história, com os olhos postos no futuro.

Património do Algarve

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Zona Histórica Pombalina – com um traçado geométrico do urbanismo pombalino que fez nascer a cidade, constituindo-se hoje a sua principal área comercial. As ruas confluem para a Praça Marquês de Pombal, com um obelisco central e quatro torreões pombalinos a marcar-lhe os vértices, em que se encontram os edifícios da Câmara Municipal e da Igreja Matriz. Na marginal do Guadiana, a zona histórica é delimitada por outros dois torreões, simetricamente distribuídos em relação ao edifício da Alfândega.

Praça Marquês de Pombal – no principal largo da cidade, o seu delineamento foi projetado pelo arquiteto principal da corte, o capitão Reinaldo Manuel dos Santos. Os seus quatro lados, hoje ornados com árvores, sob as quais a Câmara Municipal tem colocado assentos, tornam a praça encantadora. Ao centro ergue-se o famoso Obelisco . Em sua frente, lado Norte, fica o templo paroquial. No início esta Praça tinha a designação de Praça Real, depois foi denominada Praça do Comércio, e atualmente, nos registos da Câmara Municipal, tem o nome de Praça Marquês de Pombal, em memória ao seu fundador.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação – erguida no século XVIII, sofreu diversos incêndios que a desfiguraram, contudo esta apresenta um bom conjunto de imagens do século XVIII, com destaque para Nossa Senhora da Encarnação, da autoria do escultor Machado de Castro. Os vitrais da capela-mor e do baptistério, instalados na década de 40, são da autoria do pintor algarvio Joaquim Rebocho.

Obelisco – na tarde de 13 de Maio de 1776, as tropas vindas de Tavira, reuniram em volta da Praça Real, semeada de flores e juntaram-se nas escadas do Obelisco os clarins, trompas e mais instrumentos bélicos e músicos, que tocaram ao tempo que o general D. José Francisco da Costa e Sousa, capitão general do reino do Algarve, apareceu à janela da Câmara e descobriu a coroa imperial que encima o Obelisco e a sua execução aberta na base, lado norte. Este Obelisco foi mandado construir no centro da praça da vila pelo comércio das pescarias. É um belo monumento. Tem pois o Obelisco a data do ano de 1775, mas só foi exposto ao público a 13 de Maio de 1776.

Centro Cultural António Aleixo – edifício em que se alojava o quartel militar, quando da fundação da Vila, foi depois transformado em mercado da verdura. Atualmente é um espaço polivalente de animação cultural e tem o nome de um dos mais importantes poetas populares do país, nascido em Vila Real de Santo António.

Casa da Alfândega – a cobrança de impostos sobre transações com Espanha, para evitar o contrabando, foi a razão primeira da edificação de Vila Real de Santo António. Este utilizado pela Guarda Fiscal, deixou de ser utilizado na década de 90, na sequência do Mercado Único Europeu, em 1992. Recentemente, a Câmara de Vila Real de Santo António aprovou o ante-projecto de arquitetura relativo à reabilitação do edifício e sua utilização pela Assembleia Municipal.

Zona Ribeirinha – na Avenida da República, esta foi edificada por casas nobres de dois pisos, estando virada a Espanha, como se de um “desafio” se tratasse. Construída entre os dois torreões a norte e a sul, fixaram as Companhias e alguns particulares que vieram povoar a Vila Pombalina.

Hotel Guadiana – apesar da sua construção se visse desvirtuada da traça pombalina, a obra do arquiteto Ernesto Korrodi, em estilo “arte nova”, inaugurada oficialmente em 1926, deu à Avenida da República mais um atrativo de beleza arquitetónica.

Capitania – construída no local em que existira antes a Fábrica de conservas Victória. Atualmente encontra-se ricamente decorada com painéis de azulejos historiados.

Farol – erguido em 1923, este substituiu o antigo “Farolinho de ferro” que se situava em plena mata, a sueste daquele. Pode ser visitado todas as quartas-feiras às 15h00 e às 16h00.

Casa Parodi – o atual Conservatório Regional de Vila Real de Santo António, esta casa de residência da família Parodi, também edificou a primeira fábrica de conservas em 1879.

Arquivo Histórico Municipal – o Torreão Sul, edifício que alberga o Arquivo Municipal, constituía o limite sul da fachada da Vila, no seu traçado inicial. Este é um dos mais importantes elementos arquitetónicos da zona histórica de Vila Real de Santo António, sendo recuperado e restaurado de acordo com a traça original, tornando-se um dos mais preciosos e belos documentos históricos. Numa das salas do primeiro piso encontra-se a Galeria Manuel Cabanas com um conjunto de xilogravuras produzidas pelo artista cacelense.

Casa dos Folques – o antigo edifício Ramirez, foi mais tarde adquirido pela família Folques, foi projetado pelo arquiteto Raúl, em 1926.

Esquadra da PSP – edifício particular mandado edificar por Rodrigo Aboim no início dos anos vinte do século passado. Este tornou-se mais tarde a sede da delegação do Banco de Portugal em Vila Real de Santo António.

Casino de Monte Gordo – em 1934, substituiu o primitivo, o Casino Peninsular, que lhe ficava a curta distância, sendo posteriormente remodelado por diversas vezes.

Avenida Infante D. Henrique – um passeio pedonal, com uma ampla avenida marginal vedada ao trânsito automóvel permite tranquilos passeios em frente ao mar.

Manta Rota – entre o estuário do Guadiana e o início da Ria Formosa, esta engloba uma praia de 12 quilómetros sendo uma das mais extensas da Europa. Com um enquadramento que permite desfrutar de águas quentes e de um microclima singular, com vastas dunas e frondosos pinheiros quase a beijarem o mar, que fazem da Manta Rota uma das praias mais procuradas do oriente algarvio, mesmo antes de se iniciar o cordão dunar e de ilhas.

Cacela Velha – numa das zonas mais antiga do Concelho, a primitiva sede do atual concelho de Vila Real de Santo António emonta, pelo menos em termos de vestígios arqueológicos, ao tempo de Romanos e Árabes, embora se lhe atribua origem fenícia. Habitada pelos romanos, foi “villa” importante ligada à pesca e à salga de peixe, de que foram encontrados vários tanques. No período de ocupação muçulmana tinha muralhas de defesa e, após a reconquista cristã, foi vila com foral outorgado pelo rei D. Dinis, em 1283. Atualmente, Cacela Velha é uma pequena povoação de agricultores e pescadores, de brancas casas térreas, um magnífico miradouro sobre o mar e os vastos areais da Ria Formosa. Detêm a credencial de Imóvel de Interesse Público desde 23 de Setembro de 1983.

Núcleo Museológico – na Cacela Velha, este estende-se ao longo da Costa, entre a Manta Rota e Cacela Velha, sendo um sitio de cruzamento das rotas da História que esconde elementos oriundos de diferentes épocas e das várias civilizações que viveram nesta pequena povoação. Alguns exemplos são os fornos ou ânforas romanas, um bairro residencial almoade dos séculos XII e XIII, ou uma necrópole cristã dos séculos XIV a XVI. Esta área está na freguesia de Vila Nova de Cacela, habitada desde o período neolítico.

Fortaleza de Cacela Velha – um lugar que viu passar quase todas as grandes civilizações mediterrânicas, provavelmente encantadas pela beleza do lugar.

Igreja de Nossa Senhora da Assunção – na Cacela Velha, esta é oriunda do século XIII de que conserva um pequeno portal lateral gótico. A atual igreja data do século XVI tendo sofrido reconstrução no século XVIII. Pórtico de estilo renascença, com os bustos dos apóstolos São Pedro e São Paulo e pilastras decoradas. Interior de três naves, com arcos ogivais suportados por colunas com bases e capitéis ornamentados com hemisférios e cordas. Capela de Nossa Senhora dos Mártires com abóbada artesoada e arco de estilo renascença. Imagem de Nossa Senhora da Assunção, do século XVIII, e dois Cristos do século XVI. O tesouro sacro inclui uma cruz processional em ferro, decorada com figuras.

Ermida de Nossa Senhora de Santa Rita – sem uma data de fundação, sabe-se que é bastante antiga pela documentação que a ela se refere. Tem um só altar onde está colocada a imagem da Santa.

Igreja de Nossa Senhora das Dores – um templo antiquíssimo, possivelmente tão antigo quanto a povoação de Monte Gordo. Tem, sob si, vestígios de outra igreja que as areias soterraram.