Parque Ria Formosa
O Parque Natural da Ria Formosa é considerado como um das 7 maravilhas Naturais de Portugal, este é composto por uma ria e um sistema lagunar, em que é sobressaído um cordão litoral de dunas, formado por penínsulas e ilhas que protegem o sapal, canais e ilhotas. Anualmente, milhares de espécies de aves aquáticas migratórias deslocam-se aqui, durante a sua viagem para o norte da Europa, como o flamingo, a andorinha-do-mar, a chilreta, o alfaiate, as piadeiras, tentilhão, entre outras. Nesta região, existem diversas empresas especializadas em eco-turismo e que promovem a pratica do birdwatching, conjugando passeios de barco e de caiaque na Ria Formosa, passeios a pé ou de bicicleta, acompanhados por Guias da Natureza, visto que é atravessada a sul pela Ecovia do Algarve, uma circuito que interliga toda a Europa em bicicleta.
Devido ao seu potencial produtivo, a Ria é muito importante tanto a nível económico, visto que é o maior centro de exploração de amêijoa de Portugal, mas também a nível ecológico e social, sendo uma das bases de maior sustento para muitas famílias. Os habitats aquáticos da Ria Formosa, as salinas e o sapal têm um papel importante, em que neles observa-se um grande número de espécies representativas das zonas húmidas. Enquanto esculpidas pelo Homem, as salinas apresentam um ciclo hidrológico regular, proporcionando condições para o desenvolvimento de complexas teias alimentares entre vários seres vivos, como o peixe-rei (Atherina sp.) e os cabozes (Gobius sp.), particularmente juvenis, vivem nas salinas com uma grande concentração elevada de sal. Já para as aves limícolas e aquáticas, as salinas são um local muito importante, como repouso e alimentação; outras aves procura nidificar nesta zona, como o perna-longa (Himantopus himantopus), o borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) e o Alfaiate (Recurvirostra avosetta).
Já o sapal possui uma densa vegetação que fica submersas durante as maré-altas e mais a descoberto nas marés-baixas. Mesmo sendo pouco apelativo visualmente, o sapal é um dos habitats da biosfera com maior produtividade, visto que as suas águas têm uma grande quantidade de nutrientes e ao serem calmas abrigam muitas espécies, particularmente marinhas que desovam e passam os estádios larvares e juvenis, até migrarem para o mar. A conservação do sapal depende muito da abundância de peixe, moluscos e crustáceos em águas costeiras, zona em que o Homem retira parte do seu alimento. Contudo, a elevada produtividade é condicionada também pelo número de aves sedentárias que procuram abrigo e alimento nesta sapal, que ao contrário das aves migratórias, que param no sapal da Ria Formosa. As plantas aqui existentes adaptaram-se de modo a sobreviver à submersão periódica, ao encharcamento do substrato e os teores elevados de sal, enquanto no sapal baixo domina a Spartina marítima (morraça), nas zonas quase permanentemente submersas, e Atriplex portulacoides, Suaeda marítima e Arthrocnemum perenne a níveis mais elevados. Nas zonas mais vasas, observam-se diversas aves a alimentarem-se no lodo, estas aves limícolas alimentam-se de pequenos organismos como vermes, crustáceos, moluscos, geralmente as aves aqui presentes são a garça-brancapequena (Egretta garzetta), a garça-cinzenta (Ardea cinérea), o perna-longa (Himantopus himantopus), a cegonha-branca (Ciconia ciconia), o perna vermelha (Tringa totanus), o pilrito-comum (Calidris alpina) e o borrelho-de-coleira interrompida (Charadrius alexandrinus).