Património de Alcoutim
Pela sua posição estratégica, perto do rio Guadiana, Alcoutim, foi habitado desde o Paleolítico, sofrendo alterações, alterando-se com os povos que ali permaneciam. Todo é sabido através dos vestígios arqueológicos e do património edificado, que possibilitam a observação das culturas, tradições e memórias deixas.
Estátua do Contrabandista – presente na paisagem urbana de Alcoutim, esta é uma obra dos escultores Teresa Paulino & Pedro Félix, que se encontra na zona baixa de Alcoutim, junto ao rio Guadiana, sendo alusiva ao contrabando, que existia em toda a sua margem. Ainda que ilícita, esta atividade foi importante como meio de subsistência dos alcoutenejos. Vivendo da pastorícia e da agricultura, com predominância na cerealicultura, os alcoutenejos trocaram muitas vezes estas atividades pelo contrabando, mais problemático e mais arriscado, mas mais rentável.
Estátua do Guarda Fiscal – Na zona baixa de Alcoutim, no miradouro do quiosque, junto ao Rio Guadiana, esta estátua encontra-se em constante vigia ao rio. É uma obra dos escultores Teresa Paulino & Pedro Félix.
Estátua do Pescador – de Teresa Paulino & Pedro Félix, esta obra é uma homenagem aos pescadores, que tinham a pesca como principal atividade para a subsistência das populações ribeirinhas. No século XVII, Alcoutim era considerada uma zona de pesca fluvial ou ponto fulcral piscatório no Guadiana. A sua arte e conhecimento dos utensílios de pesca era parte da vida das gentes locais. Pesca ao Candeio, pesca à Colher, pesca ao Tresmalho, o Covo, a Nassa, o Palangre e o Tapa Esteiro, eram algumas das técnicas de pesca utilizadas.
Mural de Azulejos – este comemora a riqueza alcouteneja e encontra-se na entrada poente da vila, sendo da autoria de Carlos Luz, este é composto por 31 painéis, que contam e preservam histórias de Alcoutim. Os vários povos que passaram por Alcoutim e que contribuíram para a riqueza cultural de que atualmente é desfrutada, desde a entrega do Foral a Alcoutim pelo Rei D. Dinis em 1304, ao Tratado de Paz, celebrado a 31 de Março de 1371, entre os reis D. Fernando e D. Henrique II de Castela – Pazes de Alcoutim, às gentes da terra e às suas expressões singulares, a vida no rio Guadiana e antigas profissões que já vão sendo esquecidas, estão todas desenhadas nestes painéis.
Miradouro do Guadiana – num local privilegiado, tendo como vista o rio Guadiana e toda a paisagem envolvente, este miradouro é um local perfeito para relaxar e apreciar calmamente a riqueza natural desta zona da serra algarvia. Situa-se Alcoutim e Guerreiros do Rio.
Núcleo de Arqueologia – inaugurado em 2000, sendo renovado em 2003, 2006 e 2011, este núcleo encontra-se situado no Castelo da Vila, expondo o património arqueológico do concelho de Alcoutim e apresentando um percurso histórico, desde há mais de 5,000 anos. Este espólio tem como base os período históricos, que contam desde Neolítico à Época Moderna, relevantes na investigação arqueológica. Este também promove a valorização do património arqueológico visitáveis, como o Menir do Lavajo e a Villa Romana do Montinho das Laranjeiras, que complementam toda a exposição do núcleo, visando a sensibilização e promoção do património cultural, e principalmente, estes todos são vistos como o sucesso de uma estratégia de diversificação de produtos turísticos.
Castelo de Alcoutim – a sua construção iniciou-se o reinado de D. Dinis, no século XIV, com a missão de defender a linha costeira e controlar, assim, todo o comércio do rio Guadiana. A sua função manteve-se até ao ano de 1878, no momento em que o recinto passou a funcionar como “açougue”. Em 1960, este obteve obras de consolidação e restauro, por parte da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. A partir do ano de 1992, a Câmara Municipal de Alcoutim executou um projeto de revitalização, que resultou na classificação deste como Imóvel de Interesse Público. O castelo encontra-se aberto todos os dias das 08h30 às 16h30, encerrando dia 1 de janeiro, 24, 25 e 31 de dezembro.
Menir do Lavajo – um momento megalítico pré-histórico, não funerário,, da época transitória do Neolítico Final e o Calcolítico Inicial (3.500/2.900 a.C.). Este é composto por dois núcleos de alinhamentos de menires, em que um contém três menires e no outro são visíveis quatro estelas-menires. Entre o ano de 2002 e 2003, foram realizadas obras de valorização, de modo a proteger o único conhecido em todo o Sotavento Algarvio.
Ruínas do Montinho das Laranjeiras – a 10 quilómetros a sul de Alcoutim, este local ficou exposto após a grande cheia do Guadiana, no ano de 1876, tendo sido logo realizadas escavações, por parte do arqueólogo Estácio da Veiga, que concluiu que estas ruínas faziam parte de uma villa romana. Após anos de investigação e escavações, estas ruínas apresentam-se em três áreas diferentes: oars fructuaria, de época romana, ecclesiavisigótica e os buyut, islâmicos.
Capela de Santo António – não conhecido completamente a data da sua construção, é colcada a hipótese que fora erguida no final do século XVI e início do século XVII, pelos Condes de Alcoutim, devido à proximidade à residência dos Condes. Em 2008, recebe o remodelado Núcleo Museológico de Arte Sacra.
Museu do Rio – a 8 quilómetros a sul de Alcoutim, este museu oferece uma exposição em que o foco central é o rio Guadiana, contando a sua história, ligação ao minério, destacando o património natural e cultural que estão relacionado, tal como a pesca artesanal, a gastronomia e a atividade do contrabando durante o período do Estado Novo. Encontra-se aberto todos os dias de abril a setembro das 09h30 às 13h00 e das 14h30 às 18h00 e de outubro a março das 09h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.
Núcleo museológico de Dr. João Dias – encontra-se nas antigas dependências do Hospital da Misericórdia de Alcoutim e apresenta uma valiosa exposição sobre a vida e obra do médico e cirurgião João Francisco Dias (1898-1955). Este é composto por uma biblioteca, que expõe todo o material de consultório, instrumentos de medicina e material cirúrgico, objetos pessoais, fotografias e jornais da época com referências à sua personalidade. Este está aberto de segunda a sexta-feira das 08h30 às 13h00 e das 14h00 às 16h30.
Muralha do Século XVII – esta foi iniciada em 1660, sob ordem do sargento-mor Manuel de Sousa de Castro e do engenheiro militar Pedro de Santa Colomba. Alcoutim foi totalmente cercada de muros, fazendo se de si uma verdadeira praça de guerra. Esta muralha era intercetada pelas Porta de Tavira, Porta de Mértola, Porta do Rio ou do Guadiana.
Ermida de Nossa Srª da Conceição e Escadaria Barroca – sem conhecimento da data da sua fundação, esta é composta por uma nave, com cúpula rematada por um lanternim cego a cobrir o corpo que corresponde à capela-mor. Já a Escadaria Barroca foi construída por engenheiros militares, na segunda metade do século XVII até aos inícios do século XVIII, que visava interligar a Ermida à Vila.
Cais velho – ponto de encontro, cruzamento de barqueiros, almocreves, guardas, contrabandistas, médicos e padres, que serviam Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, este cais fora durante muitos anos o principal porto recetor de comércio e passageiros, que navegavam as águas do Guadiana, estabelecendo contacto com Alcoutim através das Portas do Rio.
Castelo Velho – uma estrutura defensiva do período islâmico, construída entre os século VII e IX, sendo posteriormente abandonada, durante um período de instabilidade, provenientes de revoltas locais. Este encontra-se a um quilómetro para norte de Alcoutim, localizado numa zona sobranceira ao rio Guadiana, no cerro de Santa Bárbara. A sua função passaria por ser um fortim militar, com um palácio fortificado rural, em que servia de residencial de um grupo muçulmano, possivelmente da tribo berbere dos Kutama, que controlava todo o tráfego mercantil do rio. A visita a este monumento tem de ser marcada previamente, através do contacto 281 540 555.
Casa dos Condes – um edifício medieval, que posteriormente sofreu alterações arquitetónicas, feitas por engenheiros militares, durante os séculos XVII e XVIII, albergando os Condes de Alcoutim. Entre os anos de 1997 e 1998, esta casa foi remodelada, tomando a função de Biblioteca Municipal. Este encontra-se aberto de segunda a sexta-feira das 08h30 às 13h00 e das 14h00 às 16h30.
Casa Baluarte – um edifício com paredes abaluartadas, levam a crer que fora o antigo Corpo de Guarda de Alcoutim, remodelado por engenheiros militares durante os finais do século XVII e início do século XVIII, adotando-o para funções militares. Este encontra-se assinalado nos desenhos do engenheiro militar José de Sande Vasconcelos, dos finais do século XVIII.
Antiga Alfândega – dos meados do século XVI, este edifício sofreu alterações e remodelações arquitetónicas feitas por engenheiros militares. Este possui uma arquitetura rigorosa, funcional e simples, com uma fachada lateral paralela ao rio Guadiana. Atualmente, este é a sede do Serviço de Finanças de Alcoutim.
Casa do Ferreiro – na aldeia do Pereiro, esta casa é um espaço dedicado aos objetos e memórias da profissão do ferreiro, apresentando também um documentário que exibe as memórias ligadas à arte do ferro e fogo. Encontra-se aberto de segunda a sexta-feira das as 09h00 e às 13h30 e as 14h00 e às 16h30, encerrando aos feriados.
Fonte da Parra – perto da barragem de Vaqueiros, este local foi bastante valorizado com a construção de um parque de merendas e de um circuito de manutenção geriátrica, estando sempre envolvido pela natureza, proporcionando momentos de repouso e lazer.
Igreja Matriz S. Salvador – a primeira igreja matriz de Alcoutim foi construída no século XIV, tendo apenas uma nave. Porém, na segunda metade do século XVI, com patrocínio dos Condes de Alcoutim, esta igreja ampliou para três naves, quatro tramos e capitéis com ábacos curvos. O seu portal principal, colunas, bases e capitéis são provenientes de Tavira, possivelmente executados na oficina do mestre pedreiro André Pilarte. Atualmente, esta igreja é um dos melhores exemplares do Primeiro Renascimento no Algarve.
Igreja Matriz de Martim Longo – de invocação à Nossa Senhora da Conceição, esta igreja do século XVI com portais góticos, cuja capela-mor de 1554, a distingue das igrejas mais antigas do concelho.
Igreja Matriz de Vaqueiros – um templo quinhentista, que invoca São Pedro, esta ficou concluída em 1565, obtendo remodelações posteriormente no século XVIII, vigorando o estilo Rococó, sendo esta um dos exemplos arquitetónicos mais significativo do concelho.
Igreja Matriz do Pereiro – conforme alguns documentos, esta foi erguida na primeira metade do século XVI, em que o seu corpo apresenta um dos mais interessantes conjuntos de retábulos do nordeste algarvio, nomeadamente o retábulo das almas, único exemplar sobrevivente do maneirismo, do século XVI.
Igreja Matriz de Giões – um templo quinhentista com três naves, com cobertura em madeira e cinco tramos de arcos assentes em colunas com capitéis toscanos. A sua capela-mor ostenta um teto decorado com pinturas do século XVII e o seu retábulo neoclássico apresentam a imagem de Nossa Srª da Assunção.
Moinhos de Água dos Furadouros – os moinhos de água de Alcoutim remontam ao final do século XVI, visando a transformação do grão em farinha, através da força motriz das águas que passavam. Os moinhos de água dos Furadouros apresentam uma característica única, sendo que moíam os dois com a mesma água, aproveitando as condições geográficas do terreno.
Moinho do Pereirão – sem uma data de origem, este moinho passou de geração em geração, sendo restaurado até chegar à atualidade como o único a moer o grão. Nos anos de 1950 e 1960, foi transformado numa sala de exposição com todos os elementos e materiais utilizados na época. Enquanto sala de aula, neste ficam as memórias nostálgicas do ensino primário. Este museu está aberto de abril a setembro das 14h00 às 17h30 e de outubro a março das 14h00 às 17h00.