Património de Loulé
Loulé apresenta-se com uma história única que se reflete no seu património, desde os povos que procuram aqui refugio até às grandes comunidades romanas, árabes e portuguesas.
Museu Municipal de Loulé – um equipamento cultural que oferece um serviço à sua comunidade e desenvolvimento social e cultural, promovendo a investigação sobre o passado do Homem e do meio ambiente, adquirindo esses vestígios e conservando-os, expondo depois para propósitos educativos, científicos e lúdicos, valorizando sempre o património natural, histórico e cultural. Estando na antiga alcaidaria do castelo de Loulé, este reúnem diversos espólios, atualmente em estudo e guardados são os da antiga Sociedade Filarmónica Marçal Pacheco, de Pedro de Freitas, do fotógrafo Guerreiro e outros. Este museu exibe nas suas salas uma exposição dedicada à coleção de arqueologia de pelas provenientes da época das primeiras povoações do concelho, da pré e proto-história, seguindo-se pelos períodos da romanização e islamização, até à Idade Média e Moderna, que apresentam a sua importância cultural, religiosa e económica do Convento de Nª Sª da Graça no espaço da antiga vila de Loulé.
Estação Arqueológica do Cerro da Vila – os primeiros vestígios foram encontrados em 1963, pelo arqueólogo algarvio José Farrajota, que efetuou as primeiras escavações no local, sendo continuado pelo arqueólogo José Luís de Matos que, durante cerca de 20 anos, procedeu aos principais estudos e escreveu vários artigos e publicações sobre o rico património nela existente. Atualmente, as ruínas apresentam uma história de ocupações de diversas civilizações, como os Romanos, Visigodos e Árabes, encontram-se testemunhos das gentes que edificaram construções e permaneceram durante nove séculos, neste local. O Cerro da Vila foi o que sofreu uma maior influência da romanização, muito devido à sua localização junto das margens de uma laguna com ligação ao mar, que permite abrigar os barcos, durante as suas rotas comerciais, tal como Fenícios e Cartagineses o fizeram anteriormente. Nesta estação arqueológica, encontram-se casas de campo luxuosas, que pelas dimensões, decorações exuberante e termas particulares, estipula-se que Cerro da Vila tenha sido importante, em especial os “Balneários Públicos” de uma estrutura complexa, com umas termas que seriam abastecidas de água a partir de um grande reservatório situado no ponto mais alto do conjunto arquitetónico que era alimentado por uma barragem situada a Norte. Esta estância continha diferentes salas com uma grande sauna, pequenas piscinas de água quente, água tépida e água fria e uma grande piscina comum, para além de uma série de dependências que englobavam os vestiários, zonas de massagem e as fornalhas para aquecimento da água e do ar. Entre outras estruturas, destaca-se também o templo funerário com um columbarium, com nichos em que se colocavam potes ou urnas, com as cinzas da cremação dos cadáveres dos “senhores” da Villa. Esta estação arqueológica pode ser visitada das 9h30 – 12h30 / 14h00 – 18h00.
Conheça Querença – um mapa com toda a oferta turística da freguesia de Querença, entre zonas com percursos pedestres e de BTT, a locais de interesse para observação de fauna e flora, a elementos patrimoniais e serviços de apoio ao visitante, tal como restauração e alojamento.
Escavação Visitável dos Banhos Islâmicos de Loulé – ao longo de escavações arqueológicas efetuadas no centro histórico é de destacar a descoberta dos banhos públicos islâmicos, são os únicos até ao momento no atual território português, com um bom nível de conservação. Os trabalhos arqueológicos ainda estão a decorrer, sendo apenas uma parte do antigo edifício se encontra atualmente escavada.
Casa Memória Duarte Pacheco – em frente aos Paços do Concelho, no edifício em que Duarte Pacheco nasceu, este foi remodelado nos anos 90 para instalação da Assembleia Municipal. Contém uma exposição permanente, que fala da vida e obra de Duarte Pacheco, sendo composta por documentos e objetos pessoais. Uma das partes que mais interesse é a recriação do escritório em que foram projetadas muitas das obras que mudaram a face do país, em particular de Lisboa, e que integra o mobiliário e objetos pessoais de Duarte Pacheco. Estando aberto de segunda a sexta das 9h00-12h30 e 14h00-17h30, encerra aos sábados, domingos e feriados.
Antas – na freguesia do Ameixial existem dois monumentos megalíticos, dedicados ao culto dos mortos, de uma forma coletiva, com elementos de pedra de grandes dimensões, do período neolítico. Estes monumentos inserem-se num conjunto mais vasto de monumentos deste tipo, que se estende aos concelhos de Tavira e Alcoutim.
Pórtico da Misericórdia – em Loulé, a Santa Casa da Misericórdia foi erguida em meados do século XVI e em 1570, por ordem do rei D. Sebastião, o Hospital ficou sob a sua administração e com a encargo de receber os que vinham feridos e doentes das campanhas do Norte de África. Durante parte do século XVII e até à extinção das Ordens religiosas, em 1833, a administração do Hospital e da Santa Casa esteve a cargo dos frades Agostinhos, que se instalaram naqueles espaços e procederam a obras que passaram pelo situar do albergue e do hospício nos baixios e do edifício do hospital nos altos. Posteriormente a 1833, a Igreja e o Hospício foram totalmente inseridos na estrutura da Misericórdia passando mesmo o templo a designar-se de Igreja da Misericórdia. Tanto o pórtico como o cruzeiro foram classificados Monumentos Nacionais em 1924.
Palácio Gama Lobos – Uma lápide de pedra colocada na sacristia da Igreja de Sant´Ana confere que a mesma terá sido edificada em 1725 pelo Padre João da Costa Aragão, filho do Tenente-Coronel Diogo Lobo Pereira, governador da Praça de Loulé. Ao que consta, o chamado “Solar dos Lobos” só foi iniciado cinquenta anos mais tarde pelo Capitão-Mor Manuel José da Gama Lobo Pessanha, filho de Nuno Mascarenhas Lobo e neto do referido Diogo Lobo Pereira. Devido a divergências com o Juiz-de-Fora pouco depois do início a obra foi embargada e só quase cem anos depois é que o solar foi concluído por António José de Matos Mexia Costa. Outra lápide, desta feita colocada no lado direito da Igreja, permite saber que em 1875 a Capela foi retocada através de dádivas de D. Maria Augusta Sovereira Zuzarte e e que entre 1891 e 1893 foi completamente renovada por devoção de António José de Matos Mexia da Costa, de sua esposa D. Maria Augusta Mascarenhas Matos e de sua filha D. Maria Bárbara Mascarenhas de Matos. Nos finais do século XIX a casa e a quinta circundante são propriedade da família Aragão Barros, rica e importante burguesia rural. Embora designado “Solar de Aragão”, a população louletana chamava ao edifício “A Boavista” ou a “Sr.ª de Sant´Ana”. Na década de 30 de 1900 o “Solar Aragão” era ocupado por descendentes da família Aragão Barros que em 1936 alugaram o edifício e a quinta circundante a religiosos jesuítas espanhóis fugidos à Guerra Civil Espanhola. Em 1932 foi extinguida em Espanha a Companhia de Jesus e esta era detentora, na província da Bética, do Seminário de S. Luís Gonzaga, em Puerto de Santa Maria. Foram esses alunos e professores jesuítas que se transferiram para Loulé e aí criaram, o atual edifício nas traseiras do solar, um colégio que era frequentado apenas por alunos espanhóis. Esse estabelecimento de ensino foi chamado de Colégio de Estudos Clássicos, ou de Humanidades e Línguas Clássicas, “Gonzaga”, e chegou a ser frequentado por 76 pessoas entre sacerdotes, escolares e coadjutores. Depois de estabelecidos, os jesuítas solicitaram à Câmara Municipal de Loulé autorização para ampliarem as instalações de acordo com projeto apresentado. A sua pretensão era construir um novo edifício nas traseiras do “Solar” com frentes para a estrada de Salir e interior da Quinta da Boavista. Os diversos requerimentos apresentados foram assinados por José Maria Villoslada, padre e primeiro ministro do Seminário. Em 1939, terminada a Guerra Civil Espanhola, os jesuítas espanhóis regressaram ao seu país e a família Aragão Barros retoma o “solar”. Nos finais dos anos 50 e inícios dos anos 60, a Comissão Carnavalesca de Loulé começa a anunciar os bailes de Carnaval para o conhecido como “Palácio dos Espanhóis”. Ao longo das últimas décadas o “solar” ou “palácio”, edifício brasonado, tem sido usado para diversos fins, nomeadamente como sede de escolas de música, sítio para o Rancho Folclórico ou as Majoretes de Loulé levarem a cabo os seus ensaios e espaço de outras atividades artísticas e culturais.
Mercado de Loulé – inaugurado a 27 de Junho de 1908, segundo projeto do arquiteto Alfredo Costa Campos, de Lisboa. Uma ideia antiga de construção um mercado para o peixe, frutas e hortaliças, porém localização e o número de mercados tinha consenso dos Louletanos. Em finais do século XX. após uma longa discussão, a Câmara decide construir o Mercado ao lado do edifício dos Paços do Concelho e iniciam-se então as expropriações e respetivas demolições. Ao longo da sua existência este mercado tem sofrido diversas obras de melhoria, ampliação e remodelação. Em 2007, a 1 de fevereiro, o Mercado de Loulé reabriu as suas funções, mais moderno, com melhores condições de higiene e segurança e visando cada vez mais atrair o turismo para aquele que é o ex-libris da cidade de Loulé.
Convento do Espírito Santo – conforme um documento no Arquivo Histórico Municipal de Loulé, Baltazar dos Reis, pregador de Sua Majestade, Ministro e Procurador dos Frades Menores da Ordem de S. Francisco na Província do Algarve, refere que o Convento das Freiras Franciscanas de Nossa Senhora da Conceição iniciou-se em 1684, como uma casa de recolhimento de mulheres desprotegidas situada junta à Ermida de Nossa Senhora dos Pobres. Em 1693, o Padre João Aguiar Ribeiro solicitou autorização ao Senado da Câmara para que a comunidade religiosa pudesse utilizar a Ermida do Espírito Santo, com o parecer positivo, estes instalaram-se numa casa contígua a este templo e gradualmente adquiriram mais casas. Em 1711, com o reconhecimento papal através de um Breve de Clemente II. Implementado o Liberalismo, as Ordens Religiosas foram extintas, tendo este convento encerrado em 1836, sendo ocupado depois pela Câmara Municipal de Loulé e o Tribunal Judicial. A Igreja do Espírito Santo foi desativada, posteriormente a uma consulta aos responsáveis diocesanos e transformada em Teatro, em que hoje em dia se encontram instalados o depósito e o laboratório do Museu Municipal. A restante parte do Convento foi vendida em hasta pública a dois particulares, que a transformaram em casas de habitação. Atualmente o espaço outrora ocupado pelo Convento e sua cerca alberga a Galeria de Arte Municipal, bem como o Instituto Superior D. Afonso III.
Convento da Graça – antigo mosteiro de S. Francisco, foi fundado em Loulé por Franciscanos vindos da Andaluzia, entre os anos 1253 e 1267, com o objetivo de evangelizar as populações algarvias, na sua maioria mouriscas e cristãs moçárabes, posteriormente ao período de Reconquista. No século XVI, os franciscanos claustrais foram extintos e o mosteiro de Loulé passou para a Ordem de Santo Agostinho, uma mudança pouco pacífica que dividiu a população louletana. Porém, os Agostinhos acabaram por ficar por diversos séculos e a eles se deve o legado barroco que hoje marca a praça. O terramoto de 1755 e mais tarde as expropriações dos bens conventuais, 1834, aceleraram a sua ruína, obrigando a transformação do convento. Invadido por tropas absolutistas e liberais, o seu arquivo foi queimado e o edifício vendido em hasta pública, abandonado e convertido em habitações degradadas. A igreja transformou-se numa rua e quintal, acabando a sua capela-mor por ser parcialmente demolida por projeto de urbanização. Atualmente, o Convento da Graça possui três ciclos de vida que o marcam profundamente: o do Mosteiro Franciscano (1253-1567), o de Convento Agostinho (1568-1834) e o de utilização privada (de 1834 aos dias de hoje). Considerado Monumento Nacional por Decreto em 1924, o que resta deste é um grande portal ogival assente em duas colunas, de cada lado, de mármore polido e no ponto de intercessão florões com cachos de pinhas, flores e inúmeros elementos arquitetónicos no interior de casas adossadas ao monumento. Algumas peças oriundas do Convento subsistem também na Igreja de São Clemente, como as imagens de Santo Agostinho, Nossa Senhora da Graça e Santa Catarina.
Ponte da Tôr – construída sobre a ribeira da Tôr, apresenta a denominação de ribeira da Benémola, ribeira de Algibre e ribeira de Quarteira consoante os locais por onde passa. A sua construção é do período da Baixa Idade Média.
Convento de Santo António – em Loulé, este encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público em 1984. A edificação que chegou até aos nossos dias resulta de uma segunda fundação datada dos finais do século XVII. Em 1546, foi fundado o primeiro convento da comunidade de frades Capuchos da Província da Piedade, da ordem religiosa de São Francisco, através de intersecção junto do Papa Paulo III de Nuno Rodrigues Barreto padroeiro do primeiro convento da Piedade que existiu em Faro. Devido às pobres condições, os frades franciscanos procuraram outro local para erguer novo convento. A 11 de Agosto de 1675 foi lançada a primeira pedra pelo Bispo do Algarve, D. Francisco Barreto II, num terreno doado por André de Ataíde. A 22 de Junho de 1692, terminadas as obras, os frades mudaram-se para as novas instalações. A arquitectura do espaço insere-se na linguagem do “estilo chão” marcada pela sobriedade arquitectónica característica dos ideais franciscanos dos Capuchos, e apresenta vestígios de acrescentos do século XVIII, nomeadamente do período pós-Terramoto de 1755. Em 1834, após a extinção das ordens religiosas, este espaço conheceu múltiplas utilizações, entre estas destacam-se uma Fábrica de Curtumes e a sua utilização para habitação, até que na década de 80 do século XX foi restaurado o espaço da Igreja que desde então serve vários propósitos culturais.
Cine Teatro Louletano – ao longo de 75 anos de existência manteve-se como propriedade da Sociedade Teatral Louletana, constituída em 1925 com o objetivo de erguer um teatro, para todas as manifestações de arte dramática, lírica, cinematográfica, concertos musicais, serões e conferências artísticas, fundado por Alberto Rodrigues Formosinho, António Maria Frutuoso da Silva, Artur Gomes Pablos, David Evaristo d’Aragão Teixeira, Dr. Joaquim Cândido Pereira de Magalhães e Silva, José da Costa Ascenção,José da Costa Guerreiro, José Martins Júnior e Manuel dos Santos Pinheiro Júnior. Inaugurado a 19 de Abril de 1930, com a Companhia Teatral, da grande atriz Ilda Stichini, da qual faziam parte os artistas Clemente Pinto, Luz Veloso, Luís Prieto, Joaquim Oliveira, Alves da Costa, Maria Lagoa, Fernanda de Sousa e outros mais. Após anos de negociação difícil e burocrática com os proprietários do Cine Teatro Louletano, a Câmara Municipal de Loulé adquiriu, em 2003, este ex-libris cultural da cidade, do concelho e de toda a região. Ao longo dos anos, a Câmara Municipal tem levado a efeito obras de conservação e modernização deste imóvel de forma a satisfazer as exigências dos espetáculos de qualidade que, cada vez mais, farão parte do cartaz de animação deste local, com excelentes condições acústicas e de espaço para acolher grandes eventos, oferecendo uma maior comodidade aos seus usufruidores.
Castelo de Loulé – de origem árabe, reconstruido no séc. XIII, continha um grande perímetro amuralhado, ainda visível, que se destaca uma torre albarrã, de alvenaria, datada da Baixa Idade Média, a denominada Torre de Vela, também esta uma torre albarrã, de taipa, localizada na atual Rua Engenheiro Duarte Pacheco, e perto desta destaca-se a Porta de Faro, que ainda conserva traços da primitiva construção almóada. Conservam-se, pela cidade, as muralhas almóadas de taipa, construídas e reforçadas no século XII, as quais são visíveis em pequenos tramos, camuflados por casas que foram sendo construídas adossadas à mesma, e outros panos de muralha que foram sendo descobertos em recentes intervenções efetuadas pela autarquia.
Castelo de Salir – Salir foi ocupada por uma povoação rural islâmica, que geria uma alçaria não fortificada, com casas dispersas, em contacto directo com campos agrícolas e pequenas hortas e pomares. Sendo defendida por um castelo-celeiro, erguido no período almóada, com uma fortificação de taipa, da qual restam apenas quatro torres e panos das muralhas incorporados em construções que lhes sobrepuseram. Conforme as escavações arqueológicas, os vestigios encontrando reportam que a alçaria de Salir é certamente anterior ao período almóada, facto confirmada pelo achado de uma lápide funerária, datada de inícios dos séculos XI, a lápide obituária de Ibne Said, que faleceu em 1016. A reconquista de Salir foi consumada pelos cavaleiros da Ordem de Santiago, sob o comando de D. Paio Peres Correia, a seguir à conquista de Tavira.