Património de Tavira

Tavira apresenta-se única, não só pela natureza que exibe mas também pelo património histórico, cultural e religioso. Entre espaços dedicados à religião cristã e à religião islâmica, Tavira torna-se intemporal e um centro de contrastes. 

Património do Algarve

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Anta da Masmorra – em Alcarias de Pedro Guerreiro, no Cachopo, este monumento megalítico funerário com treze esteios na vertical, foi erguido entre o IV e III milénio a.C., a sua câmara apresenta um planta circular e nos dias límpidos é possível constatar as terras de Beja.

Anta das Pedras Altas – em Mealha, no Cachopo, este monumento funerário megalítico com doze esteios na vertical, foi eruido no IV e III milénio a.C., contém uma planta piriforme, sendo que a sua entrada está virada para nascente.

Muralha fenícia – um muro defensivo com 13 metros de extensão, esta muralha fenícia será um núcleo museológico fenício do Museu Municipal de Tavira. As escavações arqueológicas apresentaram esta muralha com duas fases construtivas, sendo a primeira dos finais do século VII e a segunda de uma espessura mais fina tem duas face não paralelas de pedras calcárias nativas. Estas estruturas são observadas na Calçada D. Paio Peres Correia.

Núcleo Museológico Islâmico – apresenta o espólio islâmico recolhido através de um conjunto de achados de diversas escavações arqueológicas, na qual se destaca a descoberta do Vaso de Tavira. Este aproveita o enquadramento do antigo troço da muralha medieval em taipa. Encontra-se aberto durante o inverno de terça-feira a sábado, das 09h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30; e no verão: terça-feira a sábado, das 09h30 às 12h30 e das 15h00 às 18h30. Encerrando ao domingo e segunda-feira.

Núcleo Arqueológico do Bairro Almóada – atual Pousada do Convento de Nossa Senhora da Graça, que devido às suas obras de adaptação, expuseram vestígios de um bairro islâmico, do século XIII, constituído por treze casas, a poente da cerca conventual. Grande parte deste bairro foi preservado e museulizado, é um exemplo do urbanismo islâmico de época almóada, em solo português. Este bairro revela troços de habitações e ruas, tal como sistemas de canalizações públicas, juntamente a este espólio ainda estão apresentadas mais objetos encontrados durante as escavações. Abre das 11h00 às 19h00.

Arraial Ferreira Neto – este Monumento de Interesse Público encontra-se junto à foz do rio Gilão, na Praia das Cascas, numa zona denominada de Quatro Águas, da confluência do rio Gilão, do Canal de Cabanas, do Canal de Tavira e da barra de acesso ao mar através da ilha de Tavira, próximo da Fortaleza do Rato. Este conjunto edificado que constitui um testemunho da importante atividades económicas da Ria Formosa, sendo um dos poucos vestígios arquitetónicos das instalações de apoio à pesca do atum da costa algarvia. O conjunto atual substitui as instalações que foram demolidas pelo mar em 1943. O Arraial Ferreira Neto era como um bairro social piscatório em habitavam cerca de 400 a 500 pessoas, uma vez que oferecia instalações adequadas para a atividades industrial e o conforto suficiente para o descanso dos pescadores e suas famílias. Portanto, este espaço era constituído por edifício escolar, balneário, forno, capela, posto médico, sanitários públicos e clube, além de uma rede completa de esgotos e cinco cisternas, juntamente com um cais de embarque na foz do rio Gilão. Com o declínio da captura do atum, as últimas campanhas realizadas aqui ocorreram entre os anos de 1970 e 1971, fazendo com que o Arraial deixa-se de cumprir a sua função. Atualmente foi convertido para uma unidade hoteleira.

Casas Raul Lino – os edifícios gémeos na Av. Dr. Mateus Teixeira de Azevedo formam uma memória da expansão urbanística ocorrida durante o século XX, sendo consideradas como Monumento de Interesse Municipal. São uma expressão rara em Tavira, da criatividade do arquiteto Raul Lino e das suas conceções tradicionais com a modernização da casa portuguesa, que originou uma corrente arquitetónica com relevo nacional, especialmente durante a primeira metade do século XX. E desta criatividade surgiram as Casa Raul Lino, em que este relacionou o espaço com o gosto dos proprietários com os processos construtivos e decoração próprios do sítio e do clima.

Mercado da Ribeira – inaugurado a 1887 e visava a memória de um comum mercado que foi utilizado até meados do século XX. Este tinha como objetivo assegurar um maior controlo das atividades comerciais e melhorar as condições de trabalho e de higiene, entre os anos de 1887 e 1999. Este espaço era como uma partilha de preocupações oitocentistas com o desenvolvimento urbano e crescente industrialização. Após a cessação da sua função, este obteve obras de reabilitação e restauro em 2000, visando a retoma de funções comerciais e culturais de uma forma mais modernizada.

Palácio da Galeria – encontra-se na Calçada da Galeria e é um Monumento de Interesse Público. Este nobre edifício remonta ao inicio da Idade Média contudo, as suas características mais nobres foram implementadas nos meados do século XVI, nomeadamente uma distinta galeria ou loggia renascentista foi construída, passando a designar o edifício, mantendo-se até atualidade, apesar dos sinais evidentes de substituição de pedras. Em Tavira, durante a defesa das praças de África, foi habitada por uma burguesia que promoveu a riqueza desta região, designadamente, membros desta classe obtiveram o palácio até 1737, que devido aos encargos excessivos, mais tarde foi alienado e conheceu novos donos desde a irmandade que geria o Hospital do Espírito Santo, passando pelo Brigadeiro Francisco da Silva Pacheco, ministro da Ordem do Carmo de Faro e sobrinho do Bispo D. António Pereira da Silva; até ao Desembargador João Leal da Gama Ataíde. Este último ofereceu obras de remodelação que conferiu ao edifício as suas formas atuais, realizadas pelo arquiteto Diogo Tavares de Ataíde, importante arquiteto e mestre-de-obras algarvio do século XVIII. Nos séculos XIX e XX, este palácio deixou de exercer a função de residência, passando para propriedade da Câmara de Tavira, funcionando desde Tribunal a Escola Técnica. Em 2001, até aos dias de hoje, é o núcleo central do Museu Municipal de Tavira, em que recebe exposições sobre a história e diversidade do património desta região, captando novas expressões artísticas da contemporaneidade. Encontra-se aberto de inverno no horário de terça-feira a sábado, das 09h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 e no verão de terça-feira a sábado, das 09h30 às 12h30 e das 15h00 às 18h30. Encerra ao domingo e segunda-feira.

Poços rituais fenícios do Palácio da Galeria – no átrio do palácio foram realizadas escavações que permitiram a identificação de diversos poços escavados na rocha, sendo interpretados como “Poços de Rituais Fenícios”, oriundos dos séculos VII e IV a.C., dedicados ao culto de Baal, o deus feniciano das tempestades.

Ponte antiga sobre o rio Gilão – é um Monumento de Interesse Público, existe a crença que esta ponte foi erguida durante a época romana. Inicialmente, a ponte encontrava-se fortificada junto à entrada sul junta da Torre do Mar, adossada às muralhas da cidade, tendo sido demolida devido a uma arcada em 1883. Até ao século XVII, a ponte que ligava as duas margens, apresentava uma planta cruciforme devido à existência de um quebra-mar central, tendo sido habitada. Em 1655, a derrocada da antiga estrutura foi reconstruida e foi lhe conferido o aspeto presente. Estas obras foram necessárias para a operacionalidade e valor estratégico durante Guerra da Restauração, entre 1640 e 1668. Em consequência desta guerra, congregaram-se as entidades oficiais e o povo da cidade para a reconstrução da ponte, ficando concluída em 1657. Mais recentemente, devido à grande cheia de dezembro de 1989, esta ponte sofreu danos, sendo obrigatória o seu restauro até finais de 1992.

Jardins históricos – os jardins de Tavira são testemunhos salientes das relações estreitas estabelecidas entre a cidade histórica e a natureza. São ainda testemunhos de uma cultura, de algumas épocas e da originalidade dos seus criadores. As suas obras de arte integradas evocam factos ou figuras memoráveis, intimamente ligadas à história da cidade. As suas paisagens definidas são já complementos inseparáveis dos seus respetivos enquadramentos urbanos.

Jardim do Coreto – É o mais antigo jardim público de Tavira. As obras tiveram início em 1890, culminando uma serie de alterações, com a construção do Mercado Municipal (1887) e dos muros das margens do rio. O Coreto foi fabricado na cidade do Porto, pela firma Fundação do Ouro, chegando à Tavira, por via marítima, em 1890. De planta centralizada octogonal e linhas flexíveis, situa-se no coração do jardim, sendo testemunho da denominada arquitetura do ferro oitocentista.

Jardim da Alagoa – Situa-se na antiga Praça da Alagoa. O jardim forma um amplo triângulo obtuso harmoniosamente enquadrado pela praça. Encontra-se plantado um conjunto heterogéneo de árvores, flores e arbustos, onde estão representadas espécies originárias dos cinco continentes.

Jardim do Castelo – O terreno foi adquirido em 1938 pela Câmara Municipal de Tavira, então presidida por Isidoro Pires, projetado para a construção de um miradouro, por forma a aproveitar a singular panorâmica que se abre sobre a cidade e requalificar o interior da fortaleza.

Jardim de São Francisco – Converteu-se em jardim público em finais da década de cinquenta do século passado. Nele, a par das várias espécies de plantas, residem outros motivos de interesse que lhe atribuem um cunho muito particular, como a presença cenográfica dos vestígios góticos de duas capelas do antigo claustro franciscano e de uma coleção histórica de epigrafia e escultura em pedra, composta por brasões do reino e de importantes famílias locais dispersos ao longo do recinto.

Centro Interpretativo do Abastecimento de Água a Tavira – Decorre da reabilitação em 2009 dos edifícios da antiga estação elevatória de águas, tendo como objetivos salientar a importância histórica do local para fornecimento de água à cidade, a sua relação com o abastecimento de outras zonas da urbe, bem como interpretar o sistema da Fonte da Praça, constituído pela referida estação elevatória e depósito do Alto de Santa Maria. Horário de funcionamento – inverno: terça-feira a sábado, das 09h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. verão: terça-feira a sábado, das 09h30 às 12h30 e das 15h00 às 18h30. Encerra: domingo e segunda-feira.

Núcleo Museológico de Cachopo – Aborda a vertente serrana do território concelhio desde tempos pré-históricos. Do modo de vida serrano regista-se um universo de saberes tradicionais de ferreiros, albardeiros, tecedeiras e outros, essencialmente ligado aos ciclos agrícolas, histórias e percursos individuais que conduzem o visitante pelas transformações de um território rural de grande valor paisagístico e social. O seu funcionamento é assegurado ao abrigo de um protocolo de gestão com o Centro Paroquial de Cachopo. Horário de funcionamento – segunda a sexta-feira, das 9h30 às 13h00 e das 14h30 às 18h00.

Castelo e Muralhas de Tavira – este Monumento Nacional surge com a construção de uma fenícia entre os séculos VIII e VII a. C. em que passaram cerca de catorze séculos sem que nenhum importante aglomerado urbano se tivesse formado nas margens do Gilão. Entre os finais do século X e inícios do XI, os muçulmanos retomam a povoação de Tavira, bem como a vocação portuária e comercial do lugar, recebendo o topo da colina de Santa Maria a construção do castelo, destinado a proteger o vau do Gilão. Ao longo de todo o século XI a localidade foi-se tornando mais importante e foi crescendo em direção ao rio. À sombra das muralhas fixa-se uma população que aumenta naturalmente e que começa a agregar também os muçulmanos escorraçados a norte pelos reinos cristãos e que procuram refúgio nas zonas mais pacatas do sul da Península Ibérica. A uma primeira muralha almorávida, construída, com grande probabilidade, nos finais do século XI, ou já no século XII, seguiu-se a reforma almóada, período de que datam os seus principais elementos. Posteriormente conquistada pelas tropas cristãs, novas obras conferiram a forma levemente ovalada, pontuada por algumas torres, que ainda hoje é possível reconstituir. O castelo de Tavira ergue-se robusto e imponente na época medieval, que chegou à contemporaneidade em estado de ruína e sem aliciantes infraestruturas, tendo perdido a sua utilidade defensiva, este espaço serve como cemitério durante toda a primeira metade do século XIX, conhecendo maior agitação quando uma grave epidemia de cólera investe sobre a cidade em 1832. Em 1938 a Câmara de Tavira adquire o terreno do castelo, projetando fazer aí um miradouro, aproveitando a singular panorâmica que se abria sobre a cidade, bem como requalificar o interior da fortaleza, ajardinando-a. Nascerá da iniciativa o vistoso Jardim do Castelo. À estratégia da autarquia aliou-se o Estado em 1939, que à sombra das celebrações do duplo centenário da fundação e da independência de Portugal declara o castelo de Tavira como Monumento Nacional, recebendo este obras de restauro a cargo da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

Forte de São João da Barra – um Monumento de Interesse Público, este forte foi mandado erguer em 1670 pelo Capitão Geral do Reino, o Conde de Vale de Reis, de modo a reforçar a proteção da barra da Ria Formosa e o acesso ao porto de Tavira. A sua história encontra-se documentada numa inscrição colocada sobre a porta de entrada, que indica ter sido também o conde quem impulsionou a reconstrução da ponte de Tavira no século XVII. Com o assoreamento da ria e o desvio da barra para nascente, a fortaleza da Conceição perdeu as suas funções militares, tendo o seu espaço sido adaptado, recentemente, a Turismo da Natureza, visando um plano de recuperação e remodelação.

Forte do Rato ou Forte de Santo António – este Monumento de Interesse Público foi mandado erguer de raiz no reinado de D. Sebastião de forma a proteger a entrada da barra e, simultaneamente, a cidade de Tavira. Sem de grande utilidade visto que durante a sua construção, verificaram-se alterações na linha de costa e, consequentemente, na entrada da barra, a qual se desloca, progressivamente para Levante, retirando eficiência defensiva àquela infraestrutura. Contudo, e segundo parecer do engenheiro Pedro de Santa Colomba, esta fortificação não seria suficiente para proteger a cidade de uma possível invasão, sendo por isso reforçado o castelo da urbe. Em 1656, com uma nova alteração da barra, foi edificado o forte de São João de Cabanas, sendo o forte de Santo António reduzido a registo juntamente com uma pequena bateria na margem oposta do Gilão. Numa relação de armamentos de 1792, relata-se o estado do forte, guarnecido por apenas nove homens e duas peças. Em 1821, a estrutura encontra-se sem artilharia e com a porta quase desfeita, sendo que a pólvora se acumula num paiol sem telhado e com o forro podre, ficando ao abandono, o forte foi votado. Em 1830 é desativado como paiol e definitivamente abandonado por ordem do Brigadeiro Governador das Armas do Algarve, Visconde de Molellos, que o considera demasiado dispendioso de manter ou ligar por terra.

Quartel da Atalaia – este Monumento de Interesse Público começou a ser construido em 1795, com a transferência do Regimento de Infantaria de Faro para esta cidade, aumenta o número de efetivos militares em Tavira. A sua construção foi interrompida sendo retomada em 1856, após os efeitos da conjuntura política e com as invasões francesas que debilitaram a economia nacional, entre outros acontecimentos que levaram à implantação do Liberalismo e à Guerra Civil, que obrigaram os militares a recolher-se em casas particulares, até que em 1835, com a extinção das ordens religiosas, o Convento de Nossa Senhora da Graça foi entregue ao poder militar, enquanto o quartel da Atalaia se encontrava em construção, ficando concluído nos primeiros anos do século XX. No passar do século XX, este edifício sofre algumas alterações, em 1950 é construído um novo refeitório, em 1954 é calcetado o pátio da parada e em 1970 é adicionado um segundo piso nas alas laterais, para servir de novas casernas.

Capela de Nossa Senhora da Consolação – um Monumento de Interesse Público, este remonta a 1648, ano da criação da Confraria de Nossa Senhora da Consolação dos Presos. A ermida mantém a sua função religiosa, integrando um significativo conjunto de ermidas da cidade de Tavira fundadas e administradas, na sua maioria, por confrarias ou irmandades, neste caso, a confraria de Nossa Senhora da Consolação dos Presos que se movia por um objetivo específico: dar apoio moral e espiritual aos reclusos da antiga cadeia de Tavira. Segundo a tradição, era a ermida onde os condenados passavam as últimas horas.

Convento de Nossa Senhora da Graça – um Monumento de Interesse Público, que é um dos edifícios mais importantes do centro histórico da cidade, tanto pela sua implantação na colina genética, como pelo impacto visual na paisagem, destacando-se bem acima da muralha. Este ocupa uma zona relativamente periférica do primitivo recinto muralhado, em que até ao século XV se localizou a judiaria, precisamente a área oposta à Alcáçova e à principal porta da cidade. Com a expulsão dos judeus, a judiaria ficou ao abandono, e Frei Pedro de Vila Viçosa fundou aqui o convento em 1542. Ao longo dos anos obteve obras na sua estrutura. E em 1839, com a extinsão das ordens religiosas, este convento ficou a cargo do Ministério da Guerra, que aqui instalou sucessivas unidades militares. Em 2003, o conjunto foi adquirido pela Câmara Municipal de Tavira, e depois cedido à ENATUR, que instalou uma Pousada. Esta obra possibilitou a intervenção arqueológica no espaço, processo que permitiu já a identificação de um bairro islâmico material do século XIII.

Ermida de Nossa Senhora das Angústias – um Monumento de Interesse Municipal que remonta à primeira metade do século XVII. A 15 de setembro, no dia da padroeira, aqui se concentravam os devotos oriundos de vários pontos do Algarve e mesmo da Andaluzia, fazendo-se uma grande festa religiosa e arraiais que duravam três noites. A fachada foi reconstruida nos finais do século XIX, adquirindo o seu aspeto atual.

Ermida de Santa Ana – um Monumento de Interesse Municipal que se encontra temporariamente encerrado ao público. Esta remonta à Idade Média, sendo um dos templos mais antigos de Tavira, o seu padroado pertenceu à Ordem de Santiago. Durante a primeira metade do século XVIII, recebeu obras e foi posteriormente adaptada a capela do Palácio do Governador e Capitão-General do Algarve, após a sua transferência para Tavira, a partir de 1756, na sequência do terramoto. Templo de uma só nave e capela-mor, com sacristia anexa e estreita divisão de acesso ao púlpito. Este templo foi recuperado e musealizado em 2006, integrando o sistema polinucleado do Museu Municipal de Tavira.

Ermida de São Sebastião – este Monumento de Interesse Municipal está temporariamente encerrada ao público. Este templo de origem medieval, é dedicado ao culto do santo mártir romano tido como advogado contra as epidemias e contágios. Em 1745, foi reedificado sob a direção dos mestres Diogo Tavares de Ataíde, Manuel Aleixo e Jacinto Pacheco. Para terminar esta obra, foi executada a exuberante obra de pintura do seu interior por Diogo de Mangino, um pintor local de certa notoriedade. Em 1759, este obrigou-se a realizar as pinturas da capela-mor, incluindo dez painéis com a vida de São Sebastião, o marmoreado fingido das paredes e ainda o estofo de duas esculturas de anjos tocheiros. Ainda se destaca a série de dez telas sobre São Sebastião, considerada a mais completa recriação pictórica sobre a vida do santo que existe na arte portuguesa. Outros mestres locais completaram, posteriormente, as campanhas de pintura, extensivas ao corpo do templo.

Igreja da Misericórdia – um Monumento de Interesse Público, edificado entre os anos de 1541e 1551, este é um exemplar da expressão renascentista do Algarve, obra de mestre pedreiro André Pilarte, então residente em Tavira, que trabalhou na construção do Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa. As suas características renascentista passam pela composição e decoração do pórtico principal, em arco de volta perfeita, decorado com motivos inspirados em gravados italianos, rematado por um admirável conjunto escultórico que integra a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, ao centro, ladeada pelas figuras de São Pedro e São Paulo e pelas armas do reino e da cidade. Entre outros aspetos importantes, destaca-se 18 painéis de azulejo que representam as atividades da rmandade da Misericórdia e alguns Passos da Vida de Cristo., estes constituem uma interessante manifestação do formulário Rococó, faltando hoje alguns trechos.

Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo – este Monumento de Interesse Público foi fundado em inícios do século XVIII, pela Ordem Terceira e traduziu-se na promoção do ideal carmelita: alcançar a perfeição cristã, fomentando o bem da Igreja e a salvação das almas, com especial devoção e oração à Virgem do Carmo. Este templo é um dos mais sumptuosos do Algarve, projetado perpendicularmente à igreja do convento dos frades carmelitas descalços. Entre grande peças de arte, encontram-se as principais figuras da espiritualidade carmelita: N. Sr.ª do Carmo, St.º Elias, St.ª Teresa de Ávila, St.º Alberto, St.ª Efigénia.

Igreja matriz de Santa Maria do Castelo – este Monumento Nacional terá sido construido sob uma antiga mesquita, entre os séculos XIII e XIV, posteriormente à conquista de Tavira pela Ordem de Santiago, em 1242, num colina genética, dentro das muralhas e diante a da antiga alcaçova, esta diferencia-se pelo fruto da adaptação da estrutura da antiga mesquita. Ao longos dos anos, consoante a época artística, este templo obteve várias campanhas construtivas e decorativas, contudo, a derradeira campanha acontece nos primeiros anos da década de 90 do século XVIII, em pleno neoclassicismo, conferindo ao templo o aspeto geral que ainda hoje possui. Com os danos causados pelo sismo de 1755, o empreendedor bispo D. Francisco Gomes do Avelar promove a sua reconstrução do templo, tendo recrutado para o efeito o arquiteto italiano Francisco Xavier Fabri. O principal mérito desta intervenção terá sido o de harmonizar a obra nova com as preexistências do antigo templo, em respeito pela sua antiguidade e expressiva memória.

Igreja de São Pedro Gonçalves Telmo – um Monumento de Interesse Público que fora erguido por uma comitiva de pescadores e mareantes, que uniam esforço para ajudar os outros. O templo primitivo quatrocentista, que se renova pela riqueza e modernidade das propostas estéticas do Renascimento durante o segundo quartel do século XVI. Sob o signo deste estilo e por deliberado estímulo mecenático da nobre família Menezes que promoveram importantes campanhas no edifício, as quais vieram atualizar as formas arquitetónicas e acervo artístico segundo critérios clássicos e italianizantes atribuíveis à provável intervenção do conhecido mestre André Pilarte. Contudo, com o sismo de 1755, este templo sofreu danos que obrigaram ao seu restauro e reconstrução parcial pela mão do célebre mestre-canteiro algarvio Diogo Tavares e Ataíde, nos termos ajustados em contrato entre este e a Confraria do Corpo Santo em 1756. No século XX, especificamente após o 25 de abril de 1974, a Casas dos Pescadores foi extinta que determinou a passagem desta igreja para a posse da Caixa de Previdência e Abono de Família dos Profissionais da Pesca e, posteriormente, em 1992, para o Centro Regional de Segurança Social do Algarve.

Igreja do Hospital do Espírito Santo – este Monumento de Interesse Público) tem origem no século XV e pertencia ao antigo Hospital Real do Espírito Santo, tendo sido reconstruido a partir de 1752, em conjunto com as instalações hospitalares, por deliberação de D. João V e sob a responsabilidade do mestre farense Diogo Tavares de Ataíde. Com o terramoto de 1755, que provocou danos na igreja e hospital, a sua reconstrução foi arrastada até 1768. Do primitivo templo medieval apenas resta uma capela lateral.

Igreja matriz de Nossa Senhora da Luz – um momento de André de Pilarte em vias de classificação, que é o responsável pela existência de um foco renascentista no Sotavento algarvio, sedeado em Tavira, mas com um raio de ação bastante largo, chegando às igrejas de Moncarapacho, de Alcoutim e de Aiamonte. A própria evolução da sua oficina estará ainda na origem das primeiras obras maneiristas desta parcela oriental da província, facto que permite intuir de uma ação mais prolongada no tempo e mais complexa. A estrutura do templo da Luz de Tavira constitui uma inteira novidade no panorama arquitetónico quinhentista do Algarve, uma única igreja-salão (hallenckirche) da região, cronologicamente situada entre as igrejas-salão manuelinas e as dos anos 50 do século XVI. O Rossio da Igreja de Nossa Senhora da Luz é um espaço público modelado aquando da construção da igreja, em que se refletem bem as diferentes épocas de construção e de expansão da vila. O espaço central desenvolve-se a partir do adro da igreja, é ocupado por um jardim.