Silves
É uma cidade do distrito de Faro, sendo de sede de município de 6 freguesias Alcantarilha e Pêra; Algoz e Tunes; Armação de Pêra; São Bartolomeu de Messines; São Marcos da Serra; Silves. Este município é limitado por Ourique a norte, por Almodôvar a nordeste, a leste por Loulé, a sueste por Albufeira, a sudeste por Lagoa, a oeste por Portimão e Monchique, a noroeste por Odemira e a sul encontra-se com o Oceano Atlântico.
Os vestígios foram descoberto ao longo da região de Silves e no curso do rio Arade, que afirmam a presença humana desde os tempos pré-históricos, nomeadamente monumentos megalíticos, como menires do Monte Roma, em Silves e os menires da Vilarinha, são apenas alguns exemplos das comunidades agrícolas do período Neolítico que residiram nesta região. Já na Idade do Bronze, desenvolve-se a atividades de extração de minerais das margens do rio Arade, evoluindo e construindo a Necrópole da Alfarrobeira.
Localizada a dois quilómetros a poente da atual cidade de Silves, numa colina virada a norte do Cerro da Rocha Branca, encontram-se as ruínas de uma importante feitoria do 1º milénio a.C., um povoado denominado de Cilpes e manteve relações comerciais com povos de regiões remotas do Mediterrâneo oriental, tal como os fenícios, gregos, cartagineses.
Um pouco da história de Silves
A conquista romana ainda se faz sentir no atual núcleo urbano da cidade de Silves, os vestígios apresentam um núcleo edificado, com as suas primeiras muralhas de defesa. Seguindo-se para a ocupação árabe, que marcaram fortemente a histórica e o urbanismo, desde o séculos VIII ao XIII. Primitivamente esta região foi povoada por árabes com uma forte apreciação pela arte e ciência, ao qual permitiu o desenvolvimento do polo cultural e político do al-Gharb al-Andaluz, entre os séculos IX e XII. Permanecendo na memória dos habitantes a Medina Xelb ou a cidade de filósofos e poetas, Ibn Caci, Ibn Ammar ou o rei Al-Mutamide.
Aquando a primeira conquista cristã em 1189, as tropas portuguesas ao comando de D. Sancho I foram ajudadas por um contingente de Cruzado, em busca da Terra que aportara acidentalmente em Lisboa. Esta batalha demora dois dolorosos anos, visto que Mansur, dotou a sua cidade com grandes fortificações e infraestruturas de aprovisionamento de água. Após a conquista cristã, em meados do século XII, D. Afonso III nomeia um bispo para esta sede episcopal, tornando-se capital de todo o Algarve. Já no século XV, Infante D. Henrique concentra esforços neste urbe e impulsiona a participação das gentes nas viagens marítimas, na época dos Descobrimentos Portugueses.
No século XVI evidencia-se os primeiros sinais de declínio, devido ao assoreamento do rio, que era a principal via de comunicação com o exterior, que com a formação de áreas lodosas tornaram a cidade débil. O bispo foi transferido para Faro em 1577, que mais tarde levaram influentes homens de negócios que animavam a cidade de Silves, este ato foi bastante contestado pela população. Com o terramoto de 1755, a cidade tornou-se ainda mais insalubre, deixando-a com pouco mais do que uma dezena de habitações.
O século seguinte foi marco pelas invasões francesas, juntamente com a fuga da corte portuguesa para o Brasil, as convulsões sociais, lavraram o país. Já em Silves, as guerras entre liberais e absolutistas, evocaram uma importante figura local de Silves, o guerrilheiro absolutista Remexido. Na segunda metade do século XVII, Silves é presenteada pela indústria corticeira, assim tal como o comércio e pequenas unidades fabris dependentes daquela manufatura. Nos inícios do século XX, a região de Silves é premiada também por um investimento estatal, promovendo a expansão do caminho-de-ferro, que chega aos arredores da cidade de Silves.
Silves também foi um importante centro operário e industrial, que prosperou na populações e em novas edificações e construções, em que se desenvolve a política e a cultura. Nos anos do Estado Novo, este termina com o ciclo industrial da cortiça. Com a decadência das atividades agrícolas assente na produção de frutos secos, que é substituída pela prática agrícola com regadio e produção de citrinos, o que proporcionou a construção da Barragem do Arade e de importantes infraestruturas de irrigação que permitiram que Silves se torna-se num dos mais importantes centros de produtores nacionais de laranja.
Uma vertente económica ainda por ser explorada e consequentemente desenvolvida consiste em aproveitar a indústria turística e as potencialidades que do rio Arade oferece, juntamente com um rico património histórico e cultural, algo que apenas pode ser experimentado no concelho de Silves.