Vila Real de Santo António
É uma cidade raiana do distrito de Faro e é sede de município de 3 freguesias Vila Nova de Cacela, Monte Gordo, Vila Real de Santo António. Este município é dos poucos que são territorialmente descontínuos, estando numa porção ocidental a freguesia de Vila Nova de Cacela, outra porção oriental conta com Vila Real de Santo António e Monte Gordo, sendo limitada a norte e oeste por Castro Marim, a leste pelo Rio Guadiana, na qual se define a fronteira natural com Espanha, e a sul é banhada pelo Oceano Atlântico. Já a parte ocidental está delimitada por Castro Marim a norte e a leste, por Tavira a oeste e a sul erguer-se o majestoso Oceano Atlântico.
Um pouco da história de Vila Real de Santo António
Fundada em 1774 por vontade expressa do Marquês de Pombal, Vila Real de Santo António encontra-se perto da foz do Guadiana, sendo uma cidade com um testemunho histórico importante, visto que foi erguida de raiz em dois anos conforme o padrão iluminista do século XVIII. Esta começou a ser construido com base no processo de pré-fabrico e estandardização, conforme as técnicas que a Casa do Risco das Obras Públicas aplicava desde a reconstrução de Lisboa. Em agosto ficou concluída a parte das Sociedades das Pescarias, Casas da Câmara e da Alfândega, os quartéis e iniciava-se a Igreja. Esta rápida construção vinha das exigências das contingências da política face a Espanha, juntamente com a vontade de Marquês de Pombal.
No final do século XIX e nas décadas posteriores, Vila Real de Santo António próspera com a presença das sardinhas e atum na costa algarvia, que transformaram esta vila num dos principais centros conserveiros do Algarve, enquanto no porto atracavam barcos oriundos da extração do minério das minas de São Domingo. Vila Real de Santo António foi a primeira localidade do todo o Algarve a obter iluminação a gás em 1886, sendo uma prova do seu dinamismo e riqueza.
Porém, a sua história inicia-se em tempos recuados, como comprova a anta e “tholos” em Nora, perto de Cacela, seguindo-se pela ocupação romana e mais tarde pelo domínio árabe, que fizeram com que Cacela se torna-se uma povoação notável. Em 1240, D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Sant’Iago tomou o castelo de Cacela, sendo desta região o ponto de partida para a reconquista algarvia.
Já no século XVII, os tempos mudaram e os desafios cresceram, com a edificação da vila no ponto fronteiriço tinha como objetivo controlar o comércio e desenvolver as pescas, possibilitando o desenvolvimento da indústria conserveira, presente até aos dias de hoje.
O rigor arquitetónico do Marquês de Pombal ainda se encontra-se integralmente presente no eixo urbano, desde a Praça Marquês de Pombal, conjunto das ruas pombalinas, que tecem a principal área comercial de Vila Real de Santo António. Ainda na Praça está um obelisco central, quatro torreões delimitando os vértices e o edifício da Câmara Municipal e Igreja Matriz.
O edifício da Alfândega, perto do rio, foi o primeiro a ser concluído, juntamente com os edifícios da Sociedades das Pescarias, que divide Vila Real de Santo António em duas metades simétricas, estando este conjunto rematado por dois torreões que protegiam e vigiavam a vila.
Esta vila ainda contém um aglomerado urbano de Hortas, que se estende ao longo do troço da estrada nacional 125 que liga Vila Real à vila de Monte Gordo e às freguesias de Monte Gordo, com a importante estância balnear, e Vila Nova de Cacela. Em termos administrativos, este aglomerado encontra divido entre as freguesias de Vila Real de Santo António e Monte Gordo, tendo esta última o aglomerado urbano da Aldeia Nova, no troço da estrada nacional 125 que liga Monte Gordo à freguesia de Altura, no concelho de Castro Marim.
Atualmente, Vila Real de Santo António é uma cidade focada para o comércio e turismo, uma vez que se encontra na foz do rio Guadiana, junto ao Oceano Atlântico, a um pinhal, no limita sul, e à Reserva Natural do Sapal no limite norte.